QUARTA-33TC

4ª FEIRA DA 33ª SEMANA COMUM. -

 20/11/2024

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1ª Leitura: Apocalipse 4,1-11

 Salmo Responsorial 150-R- Santo, Santo, Santo, Senhor Deus onipotente!

Evangelho Lucas 19,11-28

Enquanto estavam escutando, Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia se manifestar logo. 12 Disse: “Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. 13        Chamou então dez dos seus servos, entregou a cada um uma bolsa de dinheiro e disse: ‘Negociai com isto até que eu volte’. 14        Seus concidadãos, porém, tinham aversão a ele e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: ‘Não queremos que esse homem reine sobre nós’. 15   Mas o homem foi nomeado rei e voltou. Mandou chamar os servos, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber que negócios cada um havia feito. 16        O primeiro chegou e disse: ‘Senhor, a quantia que me deste rendeu dez vezes mais’. 17 O homem disse: ‘Parabéns, servo bom. Como te mostraste fiel nesta mínima coisa, recebe o governo de dez cidades’. 18O segundo chegou e disse: ‘Senhor, a quantia que me deste rendeu cinco vezes mais’. 19O homem disse também a este: ‘Tu, recebe o governo de cinco cidades’. 20Chegou o outro servo e disse: ‘Senhor, aqui está a quantia que me deste: eu a guardei num lenço, 21        pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste’. 22        O homem disse: ‘Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Sabias que sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei. 23    Então, por que não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros’. 24 Depois disse aos que estavam aí presentes: ‘Tirai dele sua quantia e dai àquele que fez render dez vezes mais”. 25     Os presentes disseram: ‘Senhor, esse já tem dez vezes a quantia!’ 26  Ele respondeu: ‘Eu vos digo: a todo aquele que tem, será dado, mas àquele que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado. 27 E quanto a esses meus inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente”. 28 Depois dessas palavras, Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.


Meu irmão, minha irmã!  

Ap 4,1-11

O Deus vivo e verdadeiro que aparece no Apocalipse não está isolado no seu esplendor e glória. Deus não é um ser solitário como o deus dos filósofos e dos sábios deste mundo.

Deus vivo e verdadeiro se revela no Apocalipse assim como se apresenta em toda a Bíblia: Ele está cercado de seres celestiais que o rodeiam em uma ordem perfeita. 

Os vinte e quatro anciãos dão a impressão de um senado ou de uma corte que adoram Deus. Deus não pode se subjugado, controlado, comprado ou manipulado por quem quer que seja. Por isso quem quer dispor de Deus comete um sacrilégio, usurpando o lugar de Deus. 

Nesse sentido, a liturgia celeste descrita pelo Apocalipse é de grande atualidade nestes tempos em que se usa o nome de Deus em vão: para fazer uso político partidário, para fazer campanha política, para justificar políticas de governo ou eletivas. 

Os vinte quatro anciãos são também uma representação simbólica do universo. Com efeito, doze mais doze lembram as doze tribos de Israel e os doze apóstolos. 

Os quatro seres vivos recordam as quatro constelações: touro, leão, escorpião (na antiguidade tinha, às vezes, aspecto humano) e águia. Na interpretação litúrgica os quatro seres vivos são identificados com os quatro evangelistas: Mateus (o anjo), Marcos (o leão), Lucas (o boi) e João (a águia).

O número quatro significa os quatro pontos cardeais e o trono divino é o firmamento. As estrelas são o símbolo dos olhos de Deus.

O cântico dos vinte quatro anciãos: “Senhor, nosso Deus, tu és digno de receber a glória, a honra e o poder porque tu criaste todas as coisas. Pela tua vontade é que elas existem e foram criadas”, eles restituem a Deus a honra e a glória que tinha sido usurpada pelos reis e imperadores desta terra. É por isso que eles se prostram diante de Deus e colocam suas coroas diante do trono de Deus.

O Apocalipse está descrevendo quase fotograficamente uma realidade e um mistério: somente Deus é Deus. Trata-se de uma revolucionária rejeição do culto imperial e do endeusamento de César. Com efeito, no tempo do império romano, a multidão acompanhava a entrado de César com estas aclamações: “tu és digno, Senhor nosso e nosso Deus. Tu és santo, glória da terra, poder, senhor e deus nosso, senhor da terra e senhor do mundo”.

O Apocalipse descreve a liturgia celeste que proclama uma nova ordem na terra: César não é Deus! Deus não pode ser manipulado para nossos interesses e objetivos!



DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso