QUINTA- 19TC

QUINTA-FEIRA DA 19ª SEMANA COMUM

15/08/2024

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Primeira Leitura: Ezequiel 12,1-12

Salmo Responsorial:77(78)R-Das obras do Senhor não se esqueçam

Evangelho: Mateus 18,21-19,1

Pedro dirigiu-se a Jesus perguntando: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22     Jesus respondeu: “Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes. 23  O Reino dos Céus é, portanto, como um rei que resolveu ajustar contas com seus servos. 24        Quando começou o ajuste, trouxeram-lhe um que lhe devia uma fortuna inimaginável. 25        Como o servo não tivesse com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher, os filhos e tudo o que possuía, para pagar a dívida. 26   O servo, porém, prostrou-se diante dele pedindo: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. 27 Diante disso, o senhor teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida. 28     Ao sair dali, aquele servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia uma quantia irrisória. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29  O companheiro, caindo aos pés dele, suplicava: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei’. 30 Mas o servo não quis saber. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que estava devendo. 31        Quando viram o que havia acontecido, os outros servos ficaram muito sentidos, procuraram o senhor e lhe contaram tudo. 32    Então o senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: ‘Servo malvado, eu te perdoei toda a tua dívida, porque me suplicaste. 33  Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? 34 O senhor se irritou e mandou entregar aquele servo aos carrascos, até que pagasse toda a sua dívida. 35 É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. 19,1- Quando terminou essas palavras, Jesus deixou a Galileia e foi para a região da Judéia, pelo outro lado do Jordão.


Meu irmão, minha irmã!

 

Ez 12,1-12

A leitura nos narra uma ação simbólica do profeta Ezequiel. O profeta, em vez de pregar e falar, realiza um gesto que comunica uma mensagem. Trata-se de uma espécie de mimica ou de representação que transmite a Palavra de Deus. A diferença da mímica e da ação profética é que a mímica tem força comunicativa enquanto que a ação profética tem poder performativo, ou seja, o simples fato de realizar a ação já põem em ato a mensagem transmitida.

A ação profética consiste na representação do exilado. Ezequiel preparou a bagagem, fez uma abertura no muro e passou através dela. Além disso, cobriu o rosto e saiu como fugitivo ao entardecer. Tudo isso ele realizou na presença das pessoas. Alguns assistiram a ação simbólica de Ezequiel com curiosidade, outros desdenhosos, como se o profeta tivesse perdido a razão. De qualquer forma, de manhã os comentários explodiram: perguntam ao profeta o que ele estava fazendo. A resposta é clara: “eu sou um sinal para vós. Assim como eu fiz, assim será feito com eles: irão para o exílio”. Todos irão para o exílio. 

Alguns anos depois, essa ação profética se confirmou: o rei Sedecias fugiu de noite, através de um buraco na muralha, a caminho de Jericó onde ele foi capturado pelas tropas de Nabucodonosor. É preciso ainda recordar que o gesto de “cobrir o rosto” é um sinal de humilhação e de vergonha.

A leitura nos revela a condescendência de Deus que utiliza todos os meios para se fazer compreender e acreditar por quem não está disposto a escutá-lo nem acreditar. De fato, Deus não deseja a morte do pecador, mas que ele se converta e viva. Para que nós nos convertamos e vivamos, Deus nos adverte através de muitos e variados meios: pessoas, acontecimentos, sinais, leituras, pregações, etc. Não sejamos surdos aos seus apelos.



DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

Créditos do áudio: Rádio Uniso