Salmo Responsorial: Cântico de Isaías 12, 2-6.R- Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porqueé grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!
Segunda Leitura: Filipenses 4,4-7
Evangelho: Lucas 3, 10-18 (Testemunho de João Batista).
"10.Perguntava-lhe a multidão: “Que devemos fazer?”. 11.Ele respondia: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo”. 12.Também publicanos vieram para ser batizados, e perguntaram-lhe: “Mestre, que devemos fazer?”.* 13.Ele lhes respondeu: “Não exijais mais do que vos foi ordenado”. 14.Do mesmo modo, os soldados lhe perguntavam: “E nós, que devemos fazer?”. Respondeu-lhes: “Não pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo”. 15.Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo, 16.ele tomou a palavra, dizendo a todos: “Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. 17.Ele tem a pá na mão e limpará a sua eira, e recolherá o trigo ao seu celeiro, mas queimará as palhas num fogo inextinguível”. 18.É assim que ele anunciava ao povo a Boa-Nova, e dirigia-lhe ainda muitas outras exortações."
Meu irmão, minha irmã!
A proximidade de Deus torna o cristão preocupado com a ação. É nisso que consiste a pergunta que fazem a João: “Que devemos fazer”? São três categorias de pessoas que fazem essa pergunta a João Batista: a multidão, os publicanos e os soldados. João impõe a cada uma dessas categorias de pessoa um comportamento preciso, bem preciso, em sinal de conversão. À multidão ele diz: “Quem tiver duas túnicas, reparta-as com aquele que não tem. Quem tiver o que comer, faça o mesmo”.
A túnica, em contraposição com o manto, era a peça de baixo do vestuário e assim, pouco necessária. Assim sendo, devemos nos preocupar com as necessidades menos urgentes das pessoas, tanto como com as necessidades maiores.
Aos publicanos João Batista diz: “Não deveis exigir nada além do que vos foi prescrito”. Aos soldados ele diz: “A ninguém molesteis com extorsões. Não denuncieis falsamente. Contentai-vos com o vosso soldo”.
Os indivíduos encarregados dos fundos públicos são tentados ao abuso do ofício e também à injustiça, aumentando a taxa de seus proventos. Era fato conhecido que os publicanos, cobradores de impostos, não só cobravam taxas injustas e excessivamente altas, mas também costumavam apresentar relatórios falsos, furtando o erário público.
Os soldados aqui mencionados se utilizavam de ameaças, da própria violência e das punições “legais” para extorquir e roubar dinheiro público. Utilizavam-se também da chantagem, especialmente contra os ricos. Por causa desta mensagem de conversão, muitos começam a se perguntar: ”Não seria ele o Messias”?
João responde a essa expectativa mostrando a sua dupla inferioridade em relação à pessoa e ao batismo de Jesus. Ele diz: “Eu não sou digno de desatar as correias de suas sandálias”. Era costume da época que esse serviço fosse reservado aos escravos, os mais comuns. João diz, portanto, que em comparação a Jesus, ele não pode ser comparado nem mesmo com um desses escravos.
E ele ainda diz: “Eu vos batizo com água, mas vem aquele que vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo”. Trata-se de fazer a comparação entre os dois batismos, dos dois ministérios. O batismo de João era símbolo de arrependimento, mas não era o próprio arrependimento. Era algo que servia para atrair a atenção do povo preparando-o, orientando para o batismo real, que é o batismo de Jesus. O batismo com fogo indica o caráter do batismo com o Espírito Santo, sua vinda em Pentecostes, os efeitos de purificação.
Por fim João Batista diz que ele está com a pá em suas mãos. Limpará a eira e recolherá o trigo em seus celeiros. A palha, porém, ele iria queimá-la num fogo inextinguível.
A pá de madeira era usada para limpar o trigo da palha. A eira era um lugar plano, firme, para malhar o trigo. Qualquer pessoa, ouvindo isso, poderia sentir a força desta imagem. O fogo já está aceso para queimar a palha. Os celeiros já estão preparados para recolher o trigo. A vinda do Cristo já aconteceu. Ele tem a pá em sua mão. A ideia apresenta a ideia da conversão.