QUINTA-14TC

5 ª FEIRA DA 14ª SEMANA COMUM

11/07/202

São Bento

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1ª Leitura: Oseias 11,1-4.8c-9

Salmo Responsorial 79(80)-R- Sobre nós iluminai a vossa face e, então, seremos salvos, ó Senhor!

Evangelho Mateus 10,7-15 

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Em vosso caminho, anunciai: ‘O reino dos céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! 9Não leveis ouro, nem prata, nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento. 11Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. 12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz. 14Se alguém não vos receber nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade e sacudi a poeira dos vossos pés. 15Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade no dia do juízo”. – Palavra da salvação.


Meu irmão, minha irmã!

A leitura que ouvimos está entremeada de sentimentos paternais e maternais, de dramatismo interno, de afetos intensos e profundos. O que se transmite não tem paralelos em todo o Antigo Testamento. É como uma pérola preciosa, o tesouro escondido, um ponto alto da revelação sobre a natureza de Deus em todo o Antigo Testamento. 

O profeta Oséias chega à essa altura e profundidade do mistério de Deus não através de visões, nem de êxtases, tampouco de arrebatamentos extraordinários. Chegou a essa intuição do mistério divino através da experiência ordinária de ter um filho nos braços. Bastou-lhe ter um filho nos braços para compreender o amor de Deus. “Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. Ensinei Efraim a dar os primeiros passos. Eu os atraía com laços e humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes o que comer”. 

A intuição desse amor afetuoso de Deus a partir do afeto que um pai tem pelo seu filho querido é também o que torna ainda mais dramática o desamor do seu povo: “Quanto mais eu os chamava tanto mais eles se afastavam de mim. Tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles”. É preciso ser pai para compreender o sofrimento causado a Deus com a nossa infidelidade e pecado.

Deus poderia ter obrigado o povo a amá-lo. Afinal é Deus, mas Ele prefere respeitar a liberdade humana mesmo que isso lhe cause a dor da falta de correspondência. 

Mesmo tendo tanto amado, ou melhor, exatamente porque o ama tanto, Deus castigou o seu povo. É isso o que pede a justiça. Mas Oséias parece passar por cima do castigo, uma vez que o castigo nunca é a última palavra de Deus. A última palavra de Deus é sempre a misericórdia: “meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. Não darei largas à minha ira. Eu sou Deus, e não homem; o Santo no meio de vós, e não me servirei do terror”. 

A última palavra de Deus sobre a história, a humanidade e o mundo é Jesus Cristo: Deus amou tanto o mundo que lhe entregou seu próprio filho.


DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

Créditos do áudio: Rádio Uniso