QUARTA-20TC

4ª FEIRA DA 20 ª SEMANA COMUM

21/08/202

São Pio X

LINKS AUXILIARES:

 

1ª Leitura: Ezequiel 34,1-11

Salmo Responsorial 22(23)R- O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma

 Evangelho Mateus 20,1-16a 

Pois o Reino dos Céus é como o proprietário que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Combinou com os trabalhadores a diária e os mandou para a vinha.3      Em plena manhã, saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4       e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! Eu pagarei o que for justo’. 5       E eles foram. Ao meio- dia e em plena tarde, ele saiu novamente e fez a mesma coisa. 6 Saindo outra vez pelo fim da tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados? 7 Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. E ele lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8     Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e faze o pagamento, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9 Vieram os que tinham sido contratados no final da tarde, cada qual recebendo a diária. 10   E m seguida vieram os que foram contratados primeiro, pensando que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu apenas a diária. 11Ao receberem o pagamento, começaram a murmurar contra o proprietário: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor ardente’. 13  Então, ele respondeu a um deles: ‘Companheiro, não estou sendo injusto contigo. Não combinamos a diária? 14       Toma o que é teu e vai! Eu quero dar a este último o mesmo que dei a ti. 15        Acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja porque estou sendo bom?’ 16    Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.


Meu irmão, minha irmã! 

 Ez 34,1-11

Para designar os chefes e o povo, a imagem do pastor e das ovelhas era espontânea em Israel. O pastoreio era uma atividade muito comum e cotidiana para o povo de Israel. Mesmo que a criação de ovelhas não fosse, de fato, em favor delas, se criou, todavia, uma imagem em que a relação do pastor com suas ovelhas era de afeto e de cuidado dedicado. E é exatamente sobre essa imagem, e não sobre a atividade econômica, que se baseia o profeta para exortar os chefes do povo a cuidar bem do rebanho humano.

Ezequiel, em nome de Deus, desaprova o comportamento dos pastores de Israel, ou seja, dos chefes do povo. Esses pastores “se apascentam a si mesmos! Não são os pastores que devem apascentar as ovelhas?” É, portanto, uma situação anormal. Deus condena os pecados de egoísmo dos pastores que em vez de servir o rebanho se servem dele; eles buscam suas vantagens e não a vantagem do rebanho. Os pastores tiraram vantagens materiais e só se interessaram pelas honrarias pessoais, mas não buscaram o bem das pessoas.

Também os pecados de omissão e de prevaricação são denunciados. “não fortalecestes a ovelha fraca, não curastes a ovelha doente, nem enfaixastes a ovelha ferida. Não trouxestes de volta a ovelha perdida; ao contrário, dominastes sobre elas com dureza e brutalidade”. Os chefes demonstraram condenável falta de responsabilidade, por isso Deus anuncia-lhes o castigo: “Aqui estou para enfrentar os pastores e reclamar deles minhas ovelhas. Vou tirar-lhes o ofício de pastor, e eles não mais poderão apascentar-se a si mesmos”.

Em lugar dos maus pastores, Deus mesmo apascentará pessoalmente o seu povo.

Essa profecia nos ajuda a entender com mais profundidade a afirmação de Jesus: Eu sou o bom pastor. Ele veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos. Que pastor humano daria a vida pelas ovelhas? Somente a generosidade divina pode inspirar e impulsionar tal entrega de si.

São Pedro exorta os dirigentes da Igreja a apascentar “o rebanho de Deus, cuidando dele não por obrigação, mas de boa vontade, não por interesse vergonhoso (lucro sórdido), mas generosa e gratuitamente; não como dominadores da herança, mas como modelos do rebanho” (1Pd 5,2-3). Eis algumas palavras chave importantes para quem exerce algum ofício na Igreja: generosidade, desinteresse, humildade.

Mesmo que não tenhamos todos nós responsabilidades pastorais, somos todos solicitados a evitar os comportamentos condenados por Ezequiel e a seguir as atitudes recomendadas por S. Pedro. Por isso é bom que nos perguntemos: quando realizo um trabalho ou serviço o que busco realmente? O sucesso, o enriquecimento? O bem das pessoas? Quando falamos publicamente, quando proclamamos a leitura, quando servimos na missa, quando cantamos, qual é a nossa preocupação? Ser admirados, ser estimados? Ser úteis e fazer bem o serviço?

Peçamos ao Senhor que nos ensine a cumprir nossas obrigações com espírito de serviço à semelhança de Cristo que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida.

 

DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso