QUINTA-8TC

SOLENIDADE DO CORPO E DO SANGUE DE CRISTO -B

30/05/2024

LINKS AUXILIARES:


Primeira Leitura:Êxodo 24,3-8 

Salmo Responsorial:115(116)R- Elevo o cálice da minha salvação invocando o nome santo do Senhor!

2ª. Leitura – Hebreus 9,11-15 

Evangelho: Marcos 14,12-16.22-26 

No primeiro dia dos Pães sem Fermento, quando se sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?” 13           Jesus enviou então dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: “Ide à cidade. Um homem carregando uma bilha de água virá ao vosso encontro. Segui-o 14       e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda perguntar: Onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos?’ 15Ele, então, vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada. Lá fareis os preparativos para nós!” 16 Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como ele tinha dito e prepararam a ceia pascal. Enquanto estavam comendo, Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e lhes deu, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo”. 23       Depois, pegou o cálice, deu graças, passou-o a eles, e todos beberam. 24         E disse-lhes: “Este é o meu sangue da nova Aliança, que é derramado por muitos. 25    Em verdade, não beberei mais do fruto da videira até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”. 26 Depois de cantarem o salmo, saíram para o Monte das Oliveiras


Meu irmão, minha irmã!


Hoje nós somos convidados a entrar na sala para estar com Jesus, para comer com Jesus, para fazer a ceia com ele. Pedimos ao Senhor que, pela sua Palavra, Ele nos explique este grande mistério da Eucaristia e da Igreja: o mistério dEle e nosso! Sim, se trata do mistério da presença de Jesus, presença sacrifical, presença que se dá a nós, e se trata do mistério que nós somos: somos a Igreja, somos a esposa, somos os discípulos missionários alimentados pelo próprio Jesus.

Jesus nos explica: ele fala do pão que se torna corpo. Paulo nos explica: a Igreja é o Corpo de Cristo! O pão é o próprio Jesus! Nós somos o próprio Jesus! Mistério da fé! Que relação existe entre o Pão consagrado e a Igreja Corpo de Cristo? Que relação há entre a presença real de Cristo no pão e vinho consagrados e na Igreja reunida?

Santo Agostinho dá uma resposta: é o vosso mistério que se celebra no altar do Senhor, uma vez que sois o corpo de Cristo e os seus membros; vós recebeis o vosso próprio mistério e respondeis “amém” àquilo que vós sois e, respondendo, vós aceitais vossa identidade. Sé membro do corpo de Cristo, de modo que teu “amém” possa ser verdadeiro (Serm. 272; OL 38,1246).

Sobre o altar se celebra o nosso mistério. O “amém” que pronunciamos na comunhão é um amém dito a Cristo, mas é também um amém dito à Igreja e aos irmãos. 

Nós sabemos que sobre o altar o Cristo-cabeça está realmente presente. Jesus disse: Isto é o meu corpo dado por vós. Isto é o meu sangue derramado por vós. Não é mero sinal que aponta; é a realidade de Jesus. Dizemos amém a Jesus e não a um mero sinal. A sua pessoa damos o nosso sim e não a uma sua representação. Dizemos sim ao próprio Jesus e não a um sinal que recorda a sua pessoa.

Sobre o altar está presente o símbolo de nós mesmos, a Igreja. A Igreja está presente não realmente, mas de maneira mística. Mística no sentido de presença em virtude da íntima conexão com Cristo. A Igreja (ou seja, nós) está unida a Cristo como os membros à sua Cabeça. Por isso dizemos que somos membros de Cristo-cabeça, que sobre o altar está realmente presente Cristo cabeça e misticamente está presente a Igreja. Sobre o altar está presente o corpo real de Cristo e o corpo místico de Cristo que é a Igreja. São dois corpos? É o mesmo Cristo, mas presente sob a forma real da eucaristia e sob a forma mística do seu corpo.

Na comunhão, Cristo se dá a nós; Ele se entrega todo inteiro a nós. Diferente de nós, Ele não põe limite à sua doação pessoal a nós. Muitas vezes estabelecemos um limite de doação ao outros. Jesus Cristo, porém, ao dar o seu corpo par comer e seu sangue para beber, realiza a doação total de si a nós. Ele não sabe, ele não pode, ele não quer dar-se somente em parte ou até um certo limite. Ele deseja e ele dá-se totalmente na eucaristia. Essa doação total na eucaristia só é possível porque no sacrifício da cruz Jesus ofereceu seu corpo ao Pai em sacrifício por nós. 

O Cristo que recebo na comunhão é o mesmo Cristo que se dá aos meus irmãos e irmãs; é o mesmo Cristo indiviso que se doa ao meu irmão que está ao meu lado. Assim a eucaristia nos une entre nós, porque é o único Cristo que vem a mim e aos outros. Por isso, estou unido aos meus irmãos formando com eles o Corpo místico de Cristo.

Sobre o altar está o mistério de Cristo e de nós mesmos. Dizemos “amém” ao mistério de Cristo e ao mistério de nós mesmos. “Amém” a Cristo presente na eucaristia e que recebo na comunhão. “Amém” ao Cristo Cabeça e membros, ao Corpo místico de Cristo que é a Igreja e que somos nós mesmos. “Amém” porque recebemos Cristo e a nós mesmos! “Amém” porque queremos ser o Corpo de Cristo nos amando e nos sacrificando pelos outros como fez Cristo. “Amém” a Cristo que nos amou até o ponto de sacrificar a própria vida. “Amém” a Cristo que se dá a nós totalmente. “Amém” ao Corpo místico de Cristo que no cotidiano morre para si para a vida dos outros. “Amém”, meu irmão e minha irmã, eucaristizado pela eucaristia que eucaristiza este mundo.



DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

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Créditos do áudio: Rádio Uniso 

http://radiouniso.com/