3ªFEIRA DA 8ª SEMANA DO TEMPO COMUM.
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AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
TODOS OS VÍDEOS DE DOM JÚLIO
Leitura: Eclesiástico 35,1-15
Salmo 49(50)-R- A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
Evangelho de Marcos 10,28-31
28 Pedro começou a dizer-lhe: “Olha, nós deixamos tudo e te seguimos”. 29 Jesus respondeu: “Em verdade vos digo: todo aquele que deixa casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do evangelho, 30 recebe cem vezes mais agora, durante esta vida – casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições –, e no mundo futuro, vida eterna. 31 Muitos, porém, que são primeiros, serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros”.
A leitura indica de maneira prática e concreta o modo como colocar em prática os dois mandamentos de amar a Deus e amar o próximo. Na leitura o amor a Deus se manifesta pelas práticas rituais e ofertas feitas a Deus, enquanto que o amor ao próximo se atua pela prática da justiça e da caridade.
A vida ética e honesta e os sacrifícios rituais, a prática da caridade e as práticas rituais são apresentados um ao lado do outro. Ou melhor: são apresentados unidos e em mútua dependência. Assim a oferta a Deus está intimamente relacionada ao ofertante: para que a oferta seja agradável a Deus, é preciso que o ofertante agrade a Deus, vivendo de maneira justa e caridosa em relação aos outros. Os sacrifícios rituais só são aceitos por Deus se vierem acompanhados de atitudes bem concretas: a justiça, a generosidade para com os pobres, a alegria e o espírito de gratidão. “Quem dá esmolas oferece um sacrifício de louvor. O que agrada ao Senhor é afastar-se da iniquidade: propiciar pelos pecados é afastar-se da injustiça”.
Deus não recebe os sacrifícios de bens injustos. Oferecer sacrifícios a Deus para que Ele deixe passar a injustiça equivale a subornar Deus. Tentar ganhar a benevolência de Deus com oferendas injustas é o mesmo que tentar corromper Deus. “Não tentes subornar Deus com presentes pois não os aceitará; nem confies num sacrifício injusto, porque o Senhor é um juiz que não faz acepção de pessoas”.
Se nossa oferta a Deus estiver unida à prática da justiça e da caridade, nós entraremos num círculo virtuoso de dom divino e de oferta a Deus. Deus começa dando e nós respondemos a Deus, dando o que Dele recebemos. A essa nossa oferta, Deus responde multiplicando os seus dons, e nós, mais uma vez, retribuímos oferecendo com generosidade o que generosamente recebemos de Deus. “Dá ao Altíssimo segundo a doação que Ele te fez e com generosidade, segundo o produto de tuas mãos, porque o Senhor é alguém que retribui, e te recompensa sete vezes mais”.
Nós vivemos numa admirável dialética de graça: Deus toma a iniciativa de dar os seus dons, e nós respondemos dando a Deus do que nós recebemos. E Deus torna a nos dar multiplicando por sete o que nós demos a Ele do que dEle recebemos.
Nós como que estamos aprisionados, envolvidos e elevados entre os dons de Deus, entre os dons iniciais de Deus e os dons multiplicados por Deus. Assim é nossa relação com Cristo. Ele nos deu a Vida; e nós damos nossa vida unida a Ele; Ele multiplica por cem o que oferecemos.
Arcebispo Metropolitano de Sorocaba
Créditos do áudio: Rádio Uniso