Salmo Responsorial 115(116B)R- Que poderei retribuir ao Senhor Deus / por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
Evangelho: João 6,60-69
Naquele tempo: 60muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: 'Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?' 61Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: 'Isto vos escandaliza? 62E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? 63O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. 64Mas entre vós há alguns que não creem'. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. 65E acrescentou: 'É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai'. 66A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. 67Então, Jesus disse aos doze: 'Vós também vos quereis ir embora?' 68Simão Pedro respondeu:
'A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus'. Palavra da Salvação.
Meu irmão, minha irmã!
At 9,31-42
Na leitura de Atos dos Apóstolos vemos que mediante a fé de Pedro a vida e o ministério de Jesus continuam. A fé dá uma união profunda com o Senhor e permite continuar através de nós a sua ação. Pedro está convencido de não ser ele quem age. Ele é somente o instrumento: “Enéias, Jesus Cristo te cura”. Pedro não se confunde com Jesus: ele é instrumento, mas é Jesus quem cura: “não deveis ficar admirados como se pelo nosso poder e nossa piedade tivéssemos feito caminhar este homem: Deus glorificou o seu servo Jesus”.
A fecundidade do apostolado é duplamente condicionada pela fé. Positivamente há uma relação entre o apóstolo e o seu Senhor. Negativamente há uma necessidade imprescindível de humildade porque nós recebemos os dons de Deus somente por meio de Jesus.
Jo 6,60-69
Os discípulos julgam que a palavra de Jesus é dura. Eles reclamam da afirmação: “aquele que come este pão viverá para sempre”. Jesus não somente dá o pão da vida, como um mestre que ensina a sua doutrina; ele mesmo se apresenta como o pão da vida. Para passar do receber o pão que Jesus oferece (ou seja, o seu ensinamento) e o comer o pão que é o próprio Jesus, é necessária a fé. Jesus, portanto, explica a razão da resistência dos discípulos: “entre vós há alguns que não creem”. Preste atenção: para receber o pão (doutrina) que Jesus dá é preciso fé, mas esta mesma fé leva a comer o pão da vida que é o próprio Jesus. Com efeito, quem crê recebe o pão da vida que Jesus oferece e, por isso, se alimenta do pão da vida que é Jesus. Há um paralelismo que deve ser mantido unido: para receber o pão da vida que Jesus oferece é preciso aderir a Jesus com a fé; para se alimentar do pão da vida que é Jesus é preciso recebê-lo com fé.
Sem fé, a palavra de Jesus escandaliza: parece um convite ao canibalismo. Pela fé o discípulo adere ao ensinamento de Jesus e se alimenta do pão da vida. É o que Jesus afirma: “O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada”. Para não se escandalizar com as palavras de Jesus não se deve interpretá-las em sentido material, mas segundo o sentido que o Espírito inspira. Fazendo assim as palavras de Jesus “são espírito e vida”.
Ao perceber que muitos discípulos abandonam o discipulado, Jesus, em vez de abrandar o seu discurso, exige dos doze uma decisão de vida: “Vós também quereis ir embora”? Pedro, respondendo em nome de todo o grupo dos doze, toma uma posição diametralmente oposta aos que abandonaram o discipulado: “a quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. Em vez de dizer que as palavras de Jesus são duras, Pedro e os doze confessam que suas palavras são vida eterna.
Para uns as palavras de Jesus são insuportáveis. Jesus diz que suas palavras são espírito e vida. Os doze dizem que Jesus tem palavras de vida eterna. Caro irmão, querida irmã, qual é sua convicção a respeito das palavras de Jesus? Que atitudes manifestam concretamente esta sua convicção?