Salmo Responsorial 16(17)-R- Ao despertar, me saciará vossa presença e verei a vossa face!
2ª Leitura: 2 Tessalonicenses 2,16-3,5
Evangelho de Lucas 20,27-38
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – [Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28e o interrogaram]: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. 29Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu sem deixar filhos. 30Também o segundo 31e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”. [34Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. 37Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor de ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Lc 20,27-38
A fé na ressurreição não era aceita por todos os judeus. Alguns afirmavam que haveria uma ressurreição, mas muitos a contestavam. Esse era o caso dos saduceus. A rejeição deles era tão grande que não perdiam oportunidade para ridicularizá-la, como no evangelho de hoje. Jesus mostra primeiramente que ela não é absurda. A ressurreição não é um retornar a essa vida na qual nos casamos e temos filhos. Há uma diferença qualitativa entre a vida terrena e a vida de ressuscitados. Trata-se não de voltar a esta vida, mas de receber uma nova vida, que não tem mais necessidade do casamento e da geração de filhos para perpetuar a vida. Uma vez que a morte não terá mais domínio sobre os que ressuscitam, não será mais necessário o casamento.
A fé na ressurreição não consiste em crer na imortalidade da alma, mas na experiência da promessa e do poder de Deus. O amor de Deus dura para sempre e não pode ser destruído nem pela morte. O amor de Deus vence tudo, vence sobretudo a morte. Assim crer na ressurreição nos leva a confessar e confiar em Deus: “Então sabereis que eu sou Deus, quando abrir os vossos túmulos e vos fizer subir de dentro deles, ó meu povo. Colocarei em vós meu Espírito e revivereis; eu vos farei repousar no vosso país; sabereis que eu sou o Senhor. Eu o disse e o farei” (Ez 37,13-14).
A fé na ressurreição é fé na ressurreição de Jesus. “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a vossa fé e estais ainda nos vossos pecados” (1Cor 15, 17). “Pois não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Esta vida presente na carne eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e deu a si mesmo por mim” (Gl 2,20). A fé na ressurreição consiste em viver a vida do Filho que é Vida eterna na nossa carne. Assim vivo desde já, na vida morta, a Vida Nova do Filho ressuscitado.