SEXTA-14TC

6ª FEIRA DA 14 ª SEMANA COMUM

12/07/2024

LINKS AUXILIARES:


1ª Leitura: Oseias 14,2-10

Salmo Responsorial 50 (51) R-Minha boca anunciará o vosso louvor! 

Evangelho Mateus 10, 16-23 

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 16“Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. 17Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. 18Vós sereis levados diante de governadores e reis por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações. 19Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados de como falar ou do que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. 20Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós. 21O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. 22Vós sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo. 23Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo, vós não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem”. – Palavra da salvação


Meu irmão, minha irmã!

Mt 10,16-23

O que nós acabamos de ouvir é profecia ou experiência? As duas coisas! Com efeito, Jesus profetizou que os discípulos teriam o mesmo destino que o dele: a perseguição e o martírio. Eles deveriam beber do mesmo cálice que iria beber na paixão. Nesse sentido, a palavra de Jesus é profecia e uma advertência para a futura perseguição. 

O que nós ouvimos é também a descrição da experiência que os discípulos de Cristo têm feito ao longo destes dois milênios. O que ouvimos, além da experiência dura e sofrida da Igreja primitiva, é também a descrição do que tem sido uma constante para os cristãos: a perseguição por causa da fé em Cristo. Com efeito, não houve período da história em que os cristãos não têm sido caçados como criminosos, encarcerados, conduzidos aos tribunais, odiados até a morte, entregues pelos próprios familiares: pais, irmãos e filhos. 

Jesus não é o único que foi perseguido, julgado injustamente e morto como malfeitor. Não tem sido assim no passado nem no presente, tampouco no futuro. Na realidade a paixão de Cristo continua nos cristãos perseguidos da história milenar da humanidade.

Muitos são os discípulos de Jesus que são perseguidos exatamente porque são cristãos. Dados estatísticos revelam que hoje 360 milhões de cristãos são perseguidos por causa de sua fé. Isso significa que um em cada sete cristãos sofre perseguição (dados de 2022).

As palavras de Jesus recomendam prudência. Jesus manda que não se corra inutilmente o risco do martírio. A fuga nem sempre é sinal de covardia; pelo contrário, pode ser ditada pela prudência, pois as ovelhas fogem dos lobos. De fato, o martírio não deve ser buscado diretamente. Ele consiste em se deixar matar para não renunciar a fé. O mártir nunca tira a vida de outros, ele dá a vida. Por isso é um abuso chamar de mártir o terrorista que comete atentados. Isso não é absolutamente martírio. 

Jesus anuncia que os discípulos serão levados aos tribunais e julgados, mas isso será ocasião para um testemunho público e para anunciar ainda mais o Evangelho.

O mais doloroso é que a perseguição venha de familiares e amigos, mas o motivo (por causa de Jesus) e o exemplo do mestre servirão de ajuda e apoio para que eles possam perseverar até o fim. A perseverança até o fim é virtude fundamental.



DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso