QUARTA-FEIRA 3ADV

QUARTA-FEIRA DA 3ª SEMANA DO ADVENTO

20/12/2023 


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Primeira Leitura: Isaías 45,6b-8.18.21b-25

Salmo Responsorial: 84(85)R- Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o justo esperado!

Evangelho: Lucas 7,19-23

Naquele tempo, João chamou dois de seus discípulos   19 e os enviou ao Senhor, para perguntar: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” 20 Eles foram ter com Jesus e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar se tu és aquele que há de vir ou se devemos esperar outro”. 21 Naquela ocasião, Jesus havia curado a muitos de suas doenças, moléstias e espíritos malignos, e proporcionado a vista a muitos cegos. 22 Respondeu, pois: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa- Nova. 23 E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito”.


Meu irmão, minha irmã! 

Is 45,6b-8.18.21b-25

A profecia de Isaías nos oferece hoje uma grande riqueza de temas luminosos para nossa preparação para o Natal do Senhor.

Ele contém uma exclamação que corresponde exatamente para preparar nosso espírito para o Natal: “Céus, deixai cair o orvalho das alturas, e que as nuvens façam chover justiça”! A essa aclamação profética, nós respondemos no Salmo responsorial: “Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o justo esperado”!

O profeta exprime um desejo intenso da intervenção de Deus, porque sabe que a justiça só é verdadeira se vier do Senhor, se tiver origem divina. Se Deus não vier em nosso socorro com a sua justiça, estamos perdidos. Já estamos cansados demais da justiça aparente e falsa. Já fomos desiludidos demais com promessas de justiça que não passam de aparências enganadoras e manipuladoras.

Essa intervenção de Deus, porém, vem descrita nesta profecia como uma batalha terrível contra os malvados. Ela é implorada como um suave orvalho, como uma misteriosa chuva que tudo fecunda e transforma. Essas imagens do orvalho e da chuva calma concordam admiravelmente com o mistério da encarnação. Deus não age de maneira espalhafatosa, mas de maneira muito discreta. Na encarnação Deus age através da sombra do Espírito Santo. É o que o anjo prometeu a Maria: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”.

A intervenção divina reclama, da nossa parte, uma sincera disponibilidade. Por isso o profeta exclama também: “Abra-se a terra e germine a salvação; brote igualmente a justiça”. Para que germine a salvação a terra precisa acolher o orvalho e a chuva. Nesse sentido, a terra se abriu quando Maria respondeu ao anjo: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. 

Em Maria o orvalho e a chuva de Deus encontrou a disponibilidade da Terra! Como é bela essa cooperação com o dom de Deus de Maria! Como ela é necessária para a nossa vida! Peçamos a Nossa Senhora que ela forme em nós a disponibilidade espiritual para acolher o orvalho e a chuva do Filho de Deus que desce do céu até nossa Terra.

Perguntemo-nos: o que devo corrigir em meu modo de pensar, de viver e de me comportar? A que graças devo corresponder com generosidade e abertura?

Na profecia, Isaías define a intenção de Deus de maneira reconfortante para nós. “O Senhor criou os céus, o próprio Deus que fez a terra, a conformou e consolidou; não a criou para ficar vazia, formou-a para ser habitada”. Essa profecia nos reconforta porque, muitas vezes, podemos ter a impressão de que nossa terra esteja sendo devastada pelas guerras, injustiças, violência, corrupção de todo tipo. O projeto de Deus para a nossa terra é que ela seja habitável e habitada. Para manifestar essa intenção divina e realiza-la plenamente, Deus enviou para a Terra o seu Filho amado: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. O Filho vem para tornar a Terra habitável e habitada por Ele próprio.

Na profecia de Isaías, Deus se apresenta com grande insistência como o Deus único: “Sou eu o Senhor, e não há outro” (20); “Acaso não sou eu o Senhor? E não há Deus além de mim” (21); “não há um Deus justo, e que salve, a não ser eu” (22). Com a encarnação do Verbo, nós fomos inseridos na vida íntima do Deus único e verdadeiro. Ele se revelou a nós: “Deus amou tanto o mundo que entregou ao mundo o seu Filho Unigênito” (Jo 3,16).


DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

Créditos do áudio: Rádio Uniso