Salmo Responsorial 121(122)-R- Quanta alegria e felicidade! Vamos à casa do Senhor!
2ª Leitura: Colossenses 1,12-20
Evangelho de Lucas 23,35-43
35 O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Eleito!” 36 Os soldados também zombavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre 37 e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!” 38 Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”.39 Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”40 Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma pena?41 Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”.42 E acrescentou:“ Jesus, lembra-te de mim, quando começares a reinar”.43 Ele lhe respondeu: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”.
Amados irmãos e irmãs,
O final deste ano “C” do ciclo litúrgico dominical nos presenteia com a leitura da passagem do “bom ladrão” – o malfeitor condenado à morte ao lado de Jesus que manifesta fé em Jesus e em seu Reino estando às portas da morte na Cruz. Um texto belíssimo que fala muito de nossa vida cristã, pois todos nos encaixamos neste lugar: somos bons ladrões capacitados com o dom da fé, e que "roubamos" o coração de Deus.
O ano litúrgico da Igreja romana termina expressando o significado da justiça divina na história da salvação. Deus é justo porque escolheu apascentar seu rebanho dispersado na história do mundo em todos os povos da terra. Jesus Cristo é justo, porque bom pastor, escolheu reinar sobre todos os pecadores que acreditam nEle, simbolizados no "bom ladrão" crucificado ao seu lado. Seu Reino é um reino de miseráveis que encontraram a paz por meio de seu Senhor e Rei que se identificou com eles, mergulhando na sua indignidade, julgando-os dignos de sua companhia eterna. O Paraíso de Deus está completamente preenchido pelos pobres, que são nutridos pelo seu Espírito. Os pobres em quem Deus se reconhece a Si mesmo em seu amor.
Vimos também, hoje, a disponibilidade de um dos malfeitores crucificados ao lado de Jesus. Também, nós, mergulhados nas limitações de nossa vida neste mundo, marcados pelos pecados e vícios, cometidos e repetidos, e quiçá arrependidos; somos todos convidados à fé Naquele que se entrega ao nosso lado, sem merecer a condenação que lhe foi imputada.
Jesus se entregou por amor, e convida-nos, no amor, a escolher o seu Reino, rompendo com as cadeias deste mundo. A fé, verdadeira disponibilidade e entrega, torna-nos capazes de experimentar a bondade de Deus em nossa vida, isto é, que Ele nos acolha na sua Casa, no seu Reino, presenteando-nos com um lugar ao seu lado na glória, conquanto também permaneçamos ao lado de seu Filho na Cruz sobre o Mundo.