TERÇA-33TC

3ª FEIRA DA 33ª SEMANA COMUM. -

 19/11/2024

Santos Roque Gonzalez, Afonso Rodriguez e João del Castillo

LINKS AUXILIARES:

 

1ª Leitura: Apocalipse 3,1-6.14-22 

Salmo Responsorial 14(15)R- Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito de sentar-se comigo no meu trono 

Evangelho Lucas 19,1-10

Tendo entrado em Jericó, Jesus estava passando pela cidade. 2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos publicanos e muito rico. 3 Ele procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causada multidão, pois era baixinho.4 Então ele correu à frente e subiu numa árvore para ver Jesus, que devia passar por ali. 5     Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. 6  Ele desceu depressa, e o recebeu com alegria. 7 Ao verem isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Foi hospedar-se na casa de um pecador!” 8        Zaqueu pôs-se de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, a metade dos meus bens darei aos pobres, e se prejudiquei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. 9   Jesus lhe disse: “Hoje aconteceu a salvação para esta casa, porque também este é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.


Meu irmão, minha irmã!

Ap 3,1-6.14-22

A carta escrita a Igreja de Sardes é muito atual. Descreve uma comunidade que tem fama de estar viva, mas está morta. É uma Igreja que, na aparência está em ordem; tudo corre bem; os documentos estão em ordem; os serviços funcionam perfeitamente, mas a realidade é que a Igreja é juridicamente impecável e pastoralmente morta. 

É claro que uma comunidade cristã precisa ser bem organizada e que os seus serviços funcionem bem. Mas isso não é suficiente. É preciso que a comunidade seja espiritualmente viva, seja missionária e animada interiormente pela graça. É exatamente isso o que o Papa Francisco tem também exortado: que a Igreja seja uma Igreja de portas abertas, uma Igreja Samaritana e hospital de campanha, uma Igreja em saída missionária. Organizada sim, mas a serviço dos feridos deste mundo. Funcional sim, mas não autorreferencial.

Outro perigo que nossas comunidades cristãs correm é a de ser mornas, nem quentes nem frias. Jesus é o Amém categórico no qual não há mistura de sim e de não. Bem o oposto da Igreja que está em Laodicéia. Ela em nada é semelhante ao Amém de Deus, Jesus Cristo, por causa da mistura e da confusão do paganismo e do cristianismo que provocam a náusea de Deus. Infelizmente há muitos cristãos que misturam a fé cristã com o espiritismo, com a umbanda, com religiões orientais, com a cosmovisão maçônica. É aquilo que nós chamamos de sincretismo. 

O primeiro passo para se converter do sincretismo é reconhecer a verdadeira situação, sem adular a si próprio. Infelizmente é isso o que acontece com os cristãos de Ladicéia: “tu dizes: ‘sou rico e abastado e não careço de nada’, e vez de reconhecer que tu és infeliz, miserável, pobre, cego e nu!”

Não há autossalvação. Não nos salvamos por nós mesmos. Dependemos absolutamente de Deus para nos salvar. É de Deus que devemos receber a salvação. Por isso a exortação do Apocalipse continua muito atual: “dou-te um conselho: compra de mim outro purificado no fogo para ficares rico, e vestes brancas para vestires e não aparecer a tua nudez vergonhosa; e compra também o colírio para curar os teus olhos, para que enxergues.”

Não desanimemos porque caímos na conta de nosso pecado e imperfeição. Reconhecer o pecado é já o início da cura da cegueira espiritual. Além disso, a correção divina é para nosso bem. É o que diz o Apocalipse para nós: “eu repreendo e corrijo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te”.

Para os que se convertem a promessa é maravilhosa: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo”.

Eu com ele e ele comigo: pode haver felicidade maior do que essa?



DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

Créditos do áudio: Rádio Uniso