Salmo Responsorial 111(112)R- Feliz aquele que respeita o Senhor!
Evangelho Lucas 18,1-8
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre e nunca desistir, dizendo: 2“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava homem algum. 3Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’ 4Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus e não respeito homem algum. 5Mas essa viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me!’” 6E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz esse juiz injusto. 7E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” – Palavra da salvação
Meu irmão, minha irmã!
3Jo 5-8
Era muito comum nós enviamos carta para os outros. Era também comum enviar cartões postais. Em nossos dias nossa comunicação é feita por meios eletrônicos: e-mail ou mensagens instantâneas de WhatsApp.
Podemos dizer que a 3Jo é mais parecida com um cartão postal ou um WhatsApp. Ela é uma mensagem enviada a Gaio para agradecer o seu comportamento cristão para com os que tinham ido à comunidade a qual ele pertencia. Com efeito, Gaio recebeu aquelas pessoas como servidores da Palavra e pagou as despesas da viagem deles.
Essa mensagem a Gaio nos dá informações preciosas sobre a vida da Igreja e os seus costumes no tempo de Paulo. Era comum o envio de missionários que eram acolhidos e sustentados pelos irmãos na fé. Fazendo assim os missionários não recebiam nada dos pagãos a quem eles evangelizavam. Sendo sustentados unicamente pelos irmãos na fé, os missionários podiam anunciar o Evangelho com liberdade e evitar a suspeita que de obtivesse lucros do trabalho evangelizador.
Por outro lado, o apoio e a hospitalidade oferecidos aos missionários fazia com que os que acolhiam se tornassem colaboradores do Evangelho.
Outra razão para a hospitalidade oferecida aos missionários era a de que eles empreendiam uma viagem em nome do Senhor. Não se tratava de viagem de negócios ou de turismo.
Lc 18,1-8
Sabemos o quanto a corrupção entrou na nossa vida cotidiana. Os grandes escândalos da lava-jato só puseram a descoberto a desonestidade cotidiana feita de pequenas propinas que infestam a nossa convivência.
No evangelho de hoje, Jesus conta a parábola da viúva que importuna o juiz. Ela não tem dinheiro para pagar nem para subornar o juiz. Além disso, o juiz é um que não teme Deus. Assim a viúva parece não ter esperança. Ela caiu nas mãos de um juiz injusto que não respeita Deus e, de consequência, não respeita as pessoas, muito menos essa pobre viúva. É uma situação sem saída!
A força da viúva, porém, está na insistência. Ele não se desespera nem cai na resignação. Desesperar-se e se resignar seria se render à injustiça, seria fazer o jogo da injustiça. Ela insiste tenazmente até que o juiz ceda e lhe faça justiça. Ele não é movido pelo senso de justiça, mas por puro egoísmo, para não ser mais importunado.
Disso Jesus tira a conclusão. Deus não é juiz injusto, nem age movido por egoísmo ou conveniência. Ele fará justiça em breve.
Muitos acontecimentos do nosso cotidiano nos fazem duvidar da justiça de Deus: afinal, porque o mau prospera enquanto o inocente sofre? Nesse sentido a parábola de hoje se conclui com uma pergunta que é ao mesmo tempo uma resposta.
O Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?
O problema fundamental não reside na punição dos corruptos, ainda que isso seja necessário. A solução que devemos buscar vai além da punição aos corruptos. A solução depende da fé em Jesus, fé para que possamos superar a luta de classes; fé para combater o sofrimento dos inocentes, fé para erradicar de nossa vida a mentalidade de levar vantagem em tudo, fé para ajudar os mais pobres, fé para cuidar da casa comum e entregar para as próximas gerações uma natureza bem cuidada, fé para converter o nosso sofrimento em participação no mistério pascal de Cristo.