5ª FEIRA DA 22ª SEMANA COMUM
1ª Leitura: Colossenses 1,9-14
Salmo Responsorial 97(98)-R- O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. 2Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois, sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. 5Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. 6Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes, que as redes se rompiam. 7Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. 8Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” 9É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. 10Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante, tu serás pescador de homens”. 11Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus. – Palavra da salvação.
Vocês estão bem?
Hoje, quinta-feira.
O Evangelho de Lucas, 5, 5 e 6, nos diz: “Simão respondeu: Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes. Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam”.
O poder de Deus, age através da palavra de Jesus, que é capaz de realizar um grande milagre usando o pouco com que um pobre homem pode contribuir.
Abençoado dia a todos!
Forte abraço!
Pe José Antonio.
Comentário mais extenso:
Paulo reza pelos colossenses. Em sua oração ele pede a graça de os colossenses chegar “a conhecer plenamente a vontade de Deus”. Dentre tantas coisas que o Apóstolo podia pedir a Deus em favor dos colossenses, pede exatamente que os colossenses possam progredir no pleno conhecimento da vontade de Deus.
Esse conhecimento não é meramente teórico, não é somente um conteúdo intelectual adquirido. O conhecimento da vontade de Deus implica levar uma vida digna do Senhor para ser agradável a Ele em tudo. Com a graça desse conhecimento, os colossenses poderão produzir frutos em toda boa obra. Não se deve, portanto, reduzir esse conhecimento a simples aceitação intelectual. O autêntico conhecimento implica sempre a prática da vontade de Deus.
Por isso, Paulo, além do conhecimento sobrenatural, pede também a sabedoria e o discernimento. A sabedoria consiste no conhecimento do plano salvador de Deus e, por isso, indica para o cristão a direção em que deve caminhar, as normas que deve observar no seu modo de viver. O discernimento, por sua vez, é o conhecimento crítico, a capacidade e a prática de distinguir entre o bem e o mal. Tanto a sabedoria quanto o discernimento não são o resultado do esforço humano, mas sim fruto saboroso do Espírito Santo.
A Igreja, assim apoiada na força do Espírito Santo, pode crescer e se multiplicar, sem temer as hostilidades do mundo. Para enfrentar essas hostilidades contra o Evangelho são necessárias duas virtudes, que também são objeto da oração de Paulo: a paciência e a constância. A paciência é necessária para enfrentar as forças contrárias e hostis, e a constância é a virtude necessária para suporta heroicamente os inevitáveis sofrimentos pelo Evangelho.
Nisso tudo consiste a plenitude da vida cristã: em conhecer a vontade de Deus para colocá-la em prática e para produzir frutos de boa obra, com a sabedoria e com o discernimento dados pelo Espírito Santo, munidos de paciência e fortaleza para enfrentar as hostilidades do mundo que se opõe ao Evangelho.
Para Pedro o episódio da pesca milagrosa assinalou uma nova etapa na sua vida, depois do primeiro encontro que ele teve com Jesus.
A pesca milagrosa assinala também uma nova etapa no ministério de Jesus. Jesus chama Pedro para o seguimento. Associa ao chamado também os filhos de Zebedeu, Tiago e João. De agora em diante, Jesus não está mais sozinho, mas rodeado dos discípulos que ele chamou e encarregou para continuar a sua missão evangelizadora. Delineia-se o que será a Igreja querida por Jesus.
A pesca milagrosa mostra para Pedro que a evangelização não é uma obra humana. Jesus quis conduzir Pedro e os seus companheiros para além das coisas ordinárias desta vida. Com efeito, Pedro tinha dito a Jesus que os esforços tinham se revelado inúteis: Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos... Como profissional experimentado, Pedro sabia que lançar de novo as redes seria inútil. No entanto, ele confia mais na palavra de Jesus do que em sua experiência e conhecimento: em atenção à tua palavra, vou lançar as redes. A pesca tão abundante quanto inesperada, fizeram Pedro ficar com medo. É o temor sagrado que a pessoa religiosa experimenta diante de Deus. Esse temor purificou Pedro e abriu os seus olhos para além das evidências humanas.
É nesse momento que Jesus alarga de maneira surpreendente os horizontes da vida de Pedro: De hoje em diante serás pescador de homens. Se a pesca de peixes foi milagrosa, muito mais milagrosa será a pesca de homens. Já no chamado inicial de Pedro, Jesus deixa claro a ele que não poderá atribuir absolutamente mérito algum. Para pescar homens, Pedro deverá confiar em Jesus muito mais do que confiou nele para pescar peixes! Pedro deverá se confiar à generosidade divina e deverá ser a humildade para poder pescar homens com abundância.
Peçamos a Jesus que ele nos liberte das estreitezas de nossa soberba e de nossa falta de confiança na graça divina.