2ª FEIRA DA 32ª SEMANA COMUM. -
1ª Leitura: Tito 1,1-9
Salmo Responsorial 23(24)-R- É assim a geração dos que buscam a vossa face, ó Senhor Deus de Israel!
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar do que escandalizar um desses pequeninos. 3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”. 5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”. – Palavra da salvação
A carta a Tito é breve, mas tem uma saudação bastante longa. Nela Paulo se apresenta como “servo de Deus”. É a única vez que Paulo assim se apresenta em todas as suas cartas. Com efeito, Paulo se apresenta muitas vezes como servo de Cristo para exprimir sua dependência dele. Na carta a Tito, Paulo relaciona o seu ministério a Deus. Isso é significativo, pois assim fazendo, Paulo sublinha que seu apostolado é o cumprimento de um serviço divino em favor do povo eleito de Deus.
Outro detalhe importante da leitura de hoje é que Paulo deixou Tito em Creta com uma tarefa específica: “eu te deixei em Creta, para organizares o que ainda falta e constituíres presbíteros em cada cidade, conforme te ordenei”. Para assegurar às comunidades cristãs ordem e disciplina, Paulo constituía chefes residenciais para essas comunidades. O mesmo Paulo ordenou que Tito fizesse.
Nesse sentido Paulo explica a Tito quais as qualidades que devem ter tais presbíteros. É admirável que as qualidades apontadas são, por assim dizer, bastante humanas, sem referências a dons espirituais extraordinários. Isso é um sinal de que a Igreja se organiza para enfrentar as necessidades da vida cotidiana.
O Evangelho de hoje nos apresenta Jesus muito severo e, ao mesmo tempo, muito indulgente. Ele é muito severo com quem provoca escândalos: “Ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos”. Ao mesmo tempo, Jesus é muito indulgente com o pecador arrependido: “Se o teu irmão pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.
Severidade ou indulgência? Severidade e indulgência! A severidade deve ser dirigida a nós mesmos e a indulgência deve ser oferecida aos outros! O que acontece, porém, é o inverso! Somos muito indulgentes conosco mesmos, até quando provocamos escândalo nos pequeninos! Sempre arranjamos muitas desculpas para fazer aquilo que queremos e consideramos o escândalo como algo irrelevante! Nós nos tornamos severíssimos, por outro lado, quando alguém nos ofende. Quando alguém peca contra nós, fazemos disso o fim do mundo: negamos o perdão e damos ao nosso desejo de vingança o nome de justiça.
Jesus nos ensina a inversão dessa tendência: sermos severíssimos contra nós mesmos e sermos indulgente com os pecadores arrependidos.
Peçamos a perseverança para corrigirmos o nosso modo de julgar; que tenhamos o modo de julgar de Deus!