Salmo Responsorial 97(98) R- O Senhor fez conhecer seu poder salvador / perante as nações.
Evangelho: João 16,16-20
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: ‘Pouco tempo ainda, e já não me vereis. E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo’. Alguns dos seus discípulos disseram entre si: ‘O que significa isso que ele nos está dizendo: pouco tempo e não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis de novo, e Eu vou para junto do Pai’? Diziam, pois: ‘O que significa este pouco tempo? Não entendemos o que ele quer dizer’. Jesus compreendeu que eles queriam interroga-lo; então disse-lhes: ‘Estais discutindo entre vós porque eu disse: ‘Pouco tempo e já não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis’? Em verdade, em verdade vos digo: vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. Palavra da Salvação
Prezados irmãos e irmãs!
Vocês estão bem?
No Evangelho de João 16, 20, Jesus diz: “Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrarás. Vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”.
A nossa missão é: Aceitar a dor e a tristeza como o caminho para a verdadeira alegria. É necessário permitir que a dor e a tristeza formem em nós, terreno para esta alegria, pois, cremos que Jesus nunca nos deixa sozinhos e desorientados. Ele está vivo e atuante na comunidade.
Abençoado dia a todos!
Forte abraço!
Pe José Antonio.
COMENTÁRIO MAIS EXTENSO:
Meu irmão, minha irmã!
At 18,1-8
Paulo foi de Atenas para a cidade de Corinto. Era uma cidade cosmopolita com duas culturas: romana e grega; e famosa por sua situação geográfica entre dois mares. O seu comércio atraía migrantes de muitas regiões. Ficou famosa também pela sua corrupção moral. E foi exatamente nela que surgiu uma das comunidades cristãs mais florescentes.
Em Corinto se repete de maneira explícita o que, mais ou menos, aconteceu em outros lugares: o Evangelho foi anunciado primeiramente aos judeus, e, quando estes o rejeitaram, foi levado aos pagãos entre os quais Paulo obteve grande êxito. Com efeito, Paulo disse aos judeus de Corinto: “vós sois responsáveis pelo que acontecer. Eu não tenho culpa; de agora em diante, vou dirigir-me aos pagãos”.
É interessante que mesmo assim, há judeus que aceitam o Evangelho. Foi esse o caso de Crispo, o chefe da Sinagoga. A conversão dele provocou uma onda de outras conversões.
Aos coríntios, Paulo escreveu ao menos duas cartas. Ela foi para Paulo uma Igreja amada e, ao mesmo tempo, causadora de muitos sofrimentos para ele. Corinto foi, por fim, um lugar de longa permanência de Paulo, quase um ano e meio.
De fato, Corinto será uma das mais importantes comunidades cristãs do território europeu.
Estamos acompanhando as viagens, as canseiras e a dedicação de Paulo na ação evangelizadora. Somos o fruto de suas fadigas. Rendamos graças a Deus por isso e façamos o propósito de imitar Paulo em sua dedicação apostólica.
Jo 16,16-20
“Pouco tempo ainda, e já não me vereis. E outra vez um pouco de tempo, e me vereis de novo.” Essas palavras de Jesus podem ser interpretadas em diferentes graus de profundidade e podem ser aplicadas a diferentes experiências.
A primeira aplicação dessas palavras se refere evidentemente à paixão e à morte de Jesus. Jesus sabe que está para desaparecer da vista dos discípulos, e isso será um tempo de tristeza. Os discípulos não o verão porque será ocultado deles pela sepultura. Mas a ausência de Jesus no sepulcro durará pouco: depois de três dias ele ressuscitará e aparecerá aos discípulos causando grande alegria.
As mesmas palavras de Jesus podem ser aplicadas ao mistério da ascensão e do Pentecostes. Depois de um período de 40 dias em que Jesus apareceu ressuscitado aos discípulos, Ele sobe aos céus e se senta à direita do Pai. Ele desaparece na nuvem, mas essa ausência de Jesus é aparente e dura pouco, porque no Pentecostes o Espírito Santo desce sobre os discípulos e torna Jesus presente de forma nova. A presença física dá lugar à presença no coração. Ele não está só diante deles, mas no coração deles. Graças ao Espírito Santo, Jesus glorificado está mais presente do que nunca, mais ativo do que nunca, mais enviado do que nunca.
Notemos como essa sucessão de ausência e presença de Jesus não só marcam tristeza e alegria, mas cada ausência leva a uma nova forma de presença; cada momento de tristeza conduz a uma alegria mais plena.
Nessa mesma linha, há, por fim, uma terceira aplicação das palavras de Jesus. Podemos dizer que a ausência-presença de Jesus marca o ritmo da nossa vida espiritual. Você já passou por experiências na qual a presença de Jesus é intensa e muda a sua vida? No entanto, essa experiência intensa da presença de Jesus dá lugar à experiência da ausência de Jesus. Depois de um tempo de alegria, sofremos a tristeza de sentir que Jesus parece se ausentar da nossa vida. Parece uma ruptura. Há de fato uma ruptura, mas não uma ruptura da relação com Jesus, mas sim uma ruptura na forma com que nos relacionamos com Ele. Quando isso acontece devemos nos recordar das palavras de Jesus. Ele está nos conduzindo a uma relação mais madura com Ele. Por isso a alegria que nos virá será ainda maior.
Por fim prestemos atenção para mais uma palavra de Jesus: “a vossa tristeza se transformará em alegria”. Jesus não diz que depois da tristeza vem a alegria. É a própria tristeza que se transformará em alegria. É a própria tristeza (tristeza pela ausência de Jesus; tristeza porque não conseguimos viver sem ele) que produz a alegria. É essa tristeza que se transforma em motivo de alegria. Entre a tristeza da morte de Jesus e a alegria da sua ressurreição não há somente uma relação de tempo, mas também uma relação de causa e efeito. É a própria cruz que conduz a ressurreição. É a cruz de Cristo que o fez ressuscitar. É a humilhação da cruz que produz a glorificação da ressurreição.
Isso é verdade também em relação às provas pelas quais passamos. Se enfrentamos a prova sofrendo pela ausência de Jesus, experimentaremos um crescimento no amor a Cristo e isso nos preparará a uma alegria ainda maior. Devemos recordar sempre: a tristeza não é feita para durar, a alegria não nos deve levar à exaltação. Na tristeza não permitir cair na depressão. Na alegria não nos exceder na alucinação da euforia.