Salmo Responsorial 104 (105)-R- Lembrai sempre as maravilhas do Senhor!
Evangelho Lucas 18,1-8
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre e nunca desistir, dizendo: 2“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava homem algum. 3Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’ 4Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus e não respeito homem algum. 5Mas essa viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me!’” 6E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz esse juiz injusto. 7E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” – Palavra da salvação
Meu irmão, minha irmã!
Sab 18,14-16;19,6-9
Para entender a leitura que ouvimos é preciso recordar dois episódios do êxodo: a décima praga do Egito e a passagem do Mar Vermelho. Em ambos acontecimentos o extermínio de uns significou a salvação do povo de Deus.
No capítulo 18 temos, portanto, a descrição da noite em que os primogênitos dos egípcios foram mortos pelo anjo exterminador. Naquela fatídica noite, Deus demonstrou o seu poder enviando o anjo exterminador. Da mesma forma a palavra onipotente de Deus é descrita como um guerreiro implacável que irrompe do céu, do trono real, e se faz presente em uma terra condenada ao extermínio. A palavra aparece personificada, como se fosse um executor de ordens fiel que se encontra na presença de Deus pronto para realizar os seus desejos e suas ordens. Foi a palavra que criou os céus e a terra; é a palavra que cura e salva, mas é também a palavra que destrói e extermina.
“A tua palavra onipotente, vinda do alto céu, do seu trono real, precipitou-se, como guerreiro impiedoso, no meio de uma terra condenada ao extermínio; como espada afiada, levava teu decreto irrevogável; defendendo-se, encheu todo de morte e, mesmo estando sobre a terra, ela atingia o céu”.
No capítulo 19 temos a passagem do Mar Vermelho que é acompanhado de milagres tão espetaculares que fica a impressão de que as leis da natureza tenham sido suspensas a fim de que os elementos da natureza pudessem estar a serviço de Israel. Do meio do mar a terra seca emergiu para servir de caminho de travessia do povo. O caminho é comparado a uma planície verdejante.
“A terra enxuta surgiu onde antes era água: o mar Vermelho tornou-se caminho desimpedido, e as ondas violentas se transformaram em campo verdejante, por onde passaram, como um só povo, os que eram protegidos por tua mão, contemplando coisas assombrosas”.
A alegria do povo pelo socorro divino tanto na passagem do anjo exterminador quanto na do mar Vermelho é descrita com uma imagem: a dos cavalos quando pastam no campo e o saltitar dos cordeiros que brincam quando já estão alimentados.