QUARTA-17TC

4ª FEIRA DA 17 ª SEMANA COMUM

31/07/2024

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1ª Leitura: Jeremias 15,10.16-21

Salmo Responsorial 58 (59) Sois meu refúgio no dia da aflição.

Evangelho Mateus 13, 44-46

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“O reino dos céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O reino dos céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”. – Palavra da salvação.


Meu irmão, minha irmã! 

Jr 15,10.16-21

As palavras de Jeremias são um desabafo duro, cansado e quase blasfemo. É a descrição dramática de uma crise vocacional interior. Jeremias foi fiel à sua vocação de ser profeta. Ele reconhece que nasceu para isso, mas ser profeta só lhe trouxe sofrimento e hostilidade. “Ai de mim, minha mãe, que geraste um homem de controvérsia, um homem em discórdia com toda a gente”. O que Jeremias proclama são oráculos ameaçadores que não trazem consolo algum e só o tornam antipático e odiado pelo povo. Ele se sente fracassado, um homem de discórdia e de controvérsia, uma pedra de tropeço para todos. Por isso ele é odiado por todos.

 Pior ainda. Além de sofrer com a hostilidade do povo, Jeremias se sente cansado de uma luta aparentemente estéril. Toda a sua luta em favor de Deus parece condenada ao fracasso. O povo não se converterá, e o castigo final infelizmente chegará.

O profeta se sente isolado pelas pessoas que deseja ajudar. É repelido do convívio social por que é incômodo. 

Jeremias recorda o início de sua vocação com saudades, saudades essas que tornam ainda mais amarga a sua crise profética: “Quanto encontrei tuas palavras, alimentei-me, elas se tornaram para um uma delícia e a alegria do coração, o modo como invocar teu nome sobre mim.”

Os sofrimentos do profeta não são somente ocasionais e transitórios. Os desprezos, as calúnias e as incompreensões se tornaram como uma chaga crônica e incurável: “Por que se tornou eterna minha dor? Por que não sara minha chaga maligna?”.

Nessa situação de sofrimento e abandono, o profeta se queixa com Deus. Onde está Deus? Ele chega a acusar Deus de estar distante dele e de ter se tornado uma ilusão: “para mim te tornaste como miragem de um regato, como visão de águas ilusórias”.

Mas Deus não está ausente nem distante, tampouco é uma miragem. Deus está presente para responder ao profeta e para renovar a sua vocação: “isto me diz o Senhor: Se te converteres, converterei teu coração para te sustentares em minha presença”. Deus promete ao profeta a sua presença e a sua proteção. As pessoas continuarão a lutar contra ele, mãos perversas vão persegui-lo, e muitos apontarão o dedo acusador contra ele, mas ele será fortalecido por Deus: “Em favor deste povo, farei de ti uma muralha de bronze fortificada; combaterão contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para te salvar e te defender”.

O mesmo Jesus pede para nós: “ó Pai, não te peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”.


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

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Créditos do áudio: Rádio Uniso