SEXTA-17TC

 6ª FEIRA DA 17 ª SEMANA COMUM

02/08/2024

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1ª Leitura: Jeremias 26,1-9 

Salmo Responsorial 68 (69) R- Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor. 

Evangelho Mateus 13, 54-58

 Ele foi para sua própria cidade e se pôs a ensinar na sinagoga local, de modo que ficaram admirados. Diziam: “De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres? 55 Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs não estão todas conosco? De onde, então, lhe vem tudo isso?” 57 E mostravam-se chocados com ele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é valorizado em sua própria cidade e na sua própria casa!” 58 E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles. 


Meu irmão, minha irmã! 

Jesus foi para sua terra e lá ensinava na Sinagoga. Em Nazaré, a pregação de Jesus foi um fracasso. Em Nazaré a pregação de Jesus não teve os efeitos esperados. Os seus conterrâneos, no início surpresos, ficaram escandalizados com o ensinamento de Jesus. E a falta de fé dos compatriotas tornou impossível a germinação da Palavra e a realização de milagres. 

O que aconteceu em Nazaré acontece toda vez que procuramos entender Jesus a partir somente do que nós já sabemos sobre Ele. Os nazarenos conheciam Jesus mas não admitiam que estavam diante de alguém que eles deveriam ainda conhecer. Eles negam o mistério de Jesus porque pensam já conhecer Jesus suficientemente. 

Essa pode ser também a nossa atitude. O fato de termos um conhecimento inicial verdadeiro pode nos levar a um fechamento que nos impede de progredir no conhecimento de Jesus. Quando pensamos já conhecer suficientemente Jesus, esse pouco nos é tirado! Não por Deus, mas por causa de nosso fechamento e orgulho.

Diante de Jesus é preciso humildade! O que começamos a conhecer é somente o início! Tanto ainda devemos progredir e crescer ainda!

O mais grave do fechamento dos compatriotas de Jesus é, porém, a tática de se dispensar da necessidade de conversão. Os nazarenos criticam Jesus porque Ele tinha muita sabedoria e uma extraordinária capacidade de fazer milagres. E, no entanto, ele é o filho do carpinteiro: não devia ter tanta sabedoria, não deveria ter tanto poder, afinal eles conheciam sua família, sabiam que não tinha frequentado a escola, etc. Tudo isso só para não ter que mudar os hábitos, para evitar o esforço de se corrigir e se converter. 

Quantas vezes caímos também nessa armadilha. Escutamos uma pregação e, em vez de buscar o que Deus deseja dizer para nós, criticamos a pronúncia do pregador, criticamos que ele não é claro no seu discurso, que comete erros gramaticais ou então, em vez de buscar qual proveito espiritual posso tirar de uma pregação, começo a pensar que o pregador também tem seus defeitos, que conheço a sua família, etc. Todas essas críticas somente para me sentir dispensado da conversão. Agindo assim, estamos nos comportando como os contemporâneos de Jesus: justificamos a nossa preguiça e a nossa inércia espiritual criticando o pregador.

Devemos fazer todo esforço para ouvir o que Deus nos quer falar, mesmo através de pregadores humanos limitados. Se até o próprio Jesus não foi ouvido, quanto mais atenção devemos ter para não desprezar a Palavra de Deus que nos é transmitida pelos sacerdotes, que são limitados e pecadores!


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso