Exaltação da Santa Cruz, FESTA
Primeira Leitura: Números 21,4b-9 ou Filipenses 2,6-11
Salmo Responsorial: 77(78) R-Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do homem. 14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. – Palavra da salvação.
O sofrimento decorrente de uma dor física ou moral, nós queremos é esquecer e nunca mais lembrar. Não conheço ninguém que a cada ano celebra aquele dia ou dias, em que sofreu uma dor muito grande. Celebra-se aos bons momentos, marcados pela alegria, e não os que nos deixaram tristes e infelizes.
Então por que a nossa querida Igreja tem essa festa da Exaltação da Santa Cruz? Já celebramos a morte do Senhor na cruz, na sexta feira Santa, para que ficar remoendo a cruz, um instrumento que naqueles tempos era símbolo da morte mais vergonhosa e humilhante?
Na Missa celebramos a Paixão – Morte e Ressurreição de Jesus, porém, é bom ressaltar que temos duas realidades na Celebração Eucarística. Uma invisível, que remonta àquele dia fatídico quando Nosso Senhor sofreu dores terríveis física e moralmente, a sua tortura e os maus tratos desde a sua prisão no Horto das Oliveiras: não é isso que celebramos, pois então seríamos masoquistas. Mas há uma outra realidade visível, que podemos ver: quando, pelas mãos do sacerdote, as espécies se transubstanciam, e o pão deixa de ser pão para ser o Corpo do Senhor, e o vinho deixa de ser vinho, para ser o sangue do Senhor, por nós derramado. Isso chama-se entrega, ou Amor Sacrifical. Jesus não sofre de novo em cada missa celebrada, mas nas espécies consagradas se entrega a cada um de nós, dando-nos o seu Corpo, que no Judaísmo significa a pessoa. E onde ele realizou isso? Exatamente na cruz do calvário. É na cruz que o amor de Deus nos salva, é na cruz que o amor de Deus nos liberta, é na cruz que o amor de Deus nos santifica. A cruz deixa de ser um instrumento maldito, para ser Bendita, porque ,nela, o nosso Salvador entregou a sua vida por amor de nós.
Agora sim, podemos entender porque exaltamos, sim, a Cruz do Senhor: porque ela é o sinal, a prova inequívoca do quanto ele nos ama, e ao mesmo tempo um caminho a ser seguido, se quisermos de fato sermos discípulos de Jesus: “Se alguém quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”, ou seja, se seguimos de fato a Jesus, o nosso amor ao próximo deve ser uma entrega da própria vida, e esse amor nos traz sofrimentos, pois todo amor em si, para ser autêntico deve ser sacrifical, caso contrário é o amor ao nosso próprio ego, muito distante do amor da cruz, que ele nos ensinou.
Diácono José da Cruz, Paróquia N. Sra. Consolata de Votorantim - SP