6ª FEIRA DA 16ª SEMANA COMUM
1ª Leitura: Jeremias 3,14-17
Salmo Responsorial Jeremias 31-R- O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.
Evangelho Mateus 13, 18-23
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 18“Ouvi a parábola do semeador: 19todo aquele que ouve a Palavra do Reino e não a compreende, vem o maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. 20A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a Palavra e logo a recebe com alegria; 21mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega o sofrimento ou a perseguição por causa da Palavra, ele desiste logo. 22A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a Palavra, e ele não dá fruto. 23A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a Palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta”. – Palavra da salvação.
O texto que ouvimos hoje é continuação dos textos do evangelho que estamos vendo nestes dias. É a explicação da parábola do semeador. Trata-se de um texto conhecidíssimo. Por ser muito conhecido temos a tentação de nos distrair ou de nos aborrecer com ele: “já conheço bem isso”; “já ouvi tantas vezes a mesma explicação e a mesma mensagem”; “já sei, e não precisa repetir”!
Se temos essa reação, a parábola nos adverte: somos como “aquele que foi semeado à beira do caminho. Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração”. A Palavra de Deus não é objeto de nossa curiosidade: se ela não nos traz novidade nossa reação não deve ser desprezá-la. Exatamente o contrário! A Palavra de Deus não é objeto de curiosidade: ela é Palavra de vida. Ela suscita e nos dá a vida.
A parábola da semente nos adverte contra a tentação de não querer assumir as exigências do Reino e assim perder as graças que Deus nos comunica ao vivermos a Palavra.
A parábola da semente nos chama a atenção para o perigo da superficialidade e da auto complacência. Ouvimos a Palavra, ela nos dá alegria e consolo e pensamos que com isso já temos o fruto da Palavra. Nós nos contentamos somente com a alegria que a Palavra nos causa, mas não nos empenhamos em deixar que ela nos transforme a vida. E assim ela fica sem dar os frutos. Nós buscamos a alegria da Palavra, e isso é bom. Mas não podemos parar somente nisso. Quantas vezes vamos a missa e ficamos emocionados com a Palavra. Mas ao sair da missa, logo nos esquecemos dela e não nos preocupamos em vivê-la no dia-a-dia.
É preciso buscar a vida que a Palavra nos dá. E isso exige de nós esforço e sofrimento, pois é preciso deixar que a semente lance raízes profundas em nosso coração duro, cheio de pedras e de espinhos. É preciso superar o cansaço e o desânimo que nos acometem todos os dias para que a Palavra frutifique. A alegria que a Palavra nos dá é uma alegria exigente, é uma alegria que não combina com a superficialidade e a distração.