Prezados irmãos e irmãs,
A bondade e a misericórdia cristã não podem ter um limite. Não podemos nunca pensar ou afirmar “Ah eu amo até certo ponto...até certo ponto serei misericordioso” ou até o que me convém, pois não gostamos de correr risco. As ações misericordiosas de Jesus, a favor das pessoas, faziam com que ele criasse fama dia após dia, por isso os seus inimigos, muito incomodados, decidem a submetê-lo a essa dura prova, ao lhe apresentar a mulher adúltera pega em flagrante. Se Jesus a manda apedrejá-la, obedecendo a lei, estaria mostrando que o seu amor tem limites; se pede para poupá-la, estaria indo contra a Lei de Moisés, ou seja, qualquer uma dessas atitudes, levaria seus inimigos a condenarem-no.
Quando o foco é o “outro”, a vida do outro, o pecado do outro, os erros do outro, é mais fácil e cômodo seguir a lei, e condenar. Vivemos tempos em que todos têm muita pressa em punir os culpados, olhando seus erros e pecados, sempre com lupa de aumento, como os mestres da lei e fariseus faziam. Jesus simplesmente muda o foco das atenções, da pecadora para os seus acusadores, fazendo-os cair na própria armadilha, e retirarem-se bem desenxabidos, ao dizer: quem não tiver pecado, atire a primeira pedra! . Em Jesus, a obra nova profetizada por Isaias (1ª Leitura) já chegou: é tempo da misericórdia e não da condenação! E Jesus não é conivente com o pecado, ao contrário, ao perdoar a mulher, a exorta firmemente, para que não torne a pecar.
Diácono José da Cruz, Paróquia N. Sra. Consolata de Votorantim - SP