Salmo Responsorial 41(42) R- Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.
Evangelho: João 10,1-10
Naquele tempo, disse Jesus: 1'Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.' 6Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 7Então Jesus continuou: 'Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10 -O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
Meu irmão, minha irmã!
At 11,1-18
Pedro tinha batizado o pagão Cornélio dispensando-o de primeiro se fazer circuncidar. Trata-se de uma decisão que terá consequências para o futuro: aos pagãos não será exigido que primeiro se submetam à observância da Lei judaica e da circuncisão. Quando os outros apóstolos ficaram sabendo desse gesto decisivo de Pedro, exigiram dele explicações.
Pedro era a autoridade máxima da Igreja e o primeiro dos apóstolos, mas ele não agia independentemente nem arbitrariamente por conta própria. Por isso, ele precisa dar as razões que o levaram a dar esse passo tão importante.
Pedro justifica-se e conta como tudo aconteceu, quais foram os passos dados até o batismo de Cornélio e de sua família. Pedro argumenta: “Se Deus concedeu a eles o mesmo dom que a nós, que acreditamos no Senhor Jesus Cristo, quem seria eu para opor-me à ação de Deus?”
Foi assim que os outros apóstolos se tranquilizaram. Eles caíram na conta de que a decisão de Pedro de batizar Cornélio era legítima pois foi o próprio Deus que “impôs” à Igreja esta abertura do Evangelho ao mundo pagão.
Dessa maneira a missão entre os não judeus fica autorizada. Foi Pedro que batizou o primeiro pagão, e a Igreja de Jerusalém aprovou essa ação de Pedro e a adotou como prática. No fim das contas, foi a Igreja Apostólica que deu início à missão entre os pagãos. Por isso o batismo dos pagãos era totalmente legítimo.
Rendamos graças a Deus por Ele ter aberto o Evangelho a todos nós.
Jo 10,1-10
Muitas vezes a fé cristã é descrita como opressora da vida e como uma mutilação das possibilidades de desenvolvimento da vida humana. Parece até que Jesus tenha vindo para nos fazer morrer e que a fé seja uma diminuição da vida. No Evangelho de hoje, porém, o próprio Jesus nos revela a razão de sua vinda: “eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância”.
Jesus não quer mutilar a nossa vida, nem deseja reprimir nosso autêntico desejo de vida, tampouco oprime o progresso humano. Jesus deseja, pelo contrário, o pleno desenvolvimento da nossa vida. Se ele pede algum sacrifício, se nos convida a carregar a cruz de cada dia é sempre com a finalidade positiva: a vida em plenitude.
“Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância”. Devemos pensar sempre nesse objetivo da vinda de Jesus. Todo o Evangelho, todas as curas que os evangelistas narram, todas as palavras e ensinamentos de Jesus têm esse objetivo: a vida em abundância.
Assim também todas as iniciativas e obras da Igreja (hospitais, escolas, acolhida de pobres e idosos...) ao longo dos séculos estão em consonância com a missão de Jesus: Ele veio para que tenhamos a vida em abundância.
A vida em abundância consiste em viver como Jesus viveu, em amar como Jesus amou. “O ladrão só vem para roubar, matar e destruir”. A imagem do ladrão exprime em forma concreta uma vida que não é a vida em plenitude: é a vida egoísta de quem só pensa em si mesmo. O resultado dessa vida egoísta é sempre a mesma: roubo, homicídio e destruição. Jesus veio não para nos impor a obrigação de amar, mas para nos dar a capacidade de amar como Ele ama.