SEXTA-2TP

SEXTA-FEIRA DA 2ª SEMANA DA PÁSCOA

12/04/2024 

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Primeira Leitura: Atos 5,34-42

Salmo Responsorial: 26(27) R- Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: / habitar no santuário do Senhor.

Evangelho João 6,1-15

Naquele tempo: 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galiléia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: 'Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?' 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: 'Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um'. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9'Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?' 10Jesus disse: 'Fazei sentar as pessoas'. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: 'Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!' 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: 'Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo'. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte. Palavra da Salvação.


Jo 6,1-15

A multiplicação dos pães deve ser lida à luz da ressurreição de Cristo. É verdade que Cristo multiplicou os pães antes de morrer e ressuscitar, mas a multiplicação dos pães é um sinal que revela algo que não se limita à própria multiplicação.

Lemos a narrativa da multiplicação dos pães no tempo da páscoa, porque quem dá o pão vivo, o pão do céu, o pão que dá a vida eterna é o Jesus ressuscitado. Ou melhor. O pão vivo é o próprio Jesus. Uma vez ressuscitado, Jesus pode se dar a nós em todo o tempo e lugar. Pode se dar totalmente a nós.

São João escreve que “Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus”. Esse detalhe não é banal. A multiplicação dos pães só pode ser entendida em sua profundidade somente em conexão com a páscoa de Cristo, com a sua crucifixão e com a sua ressurreição. 

João conclui o relato dizendo que “Jesus, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte”.

Jesus não aceita satisfazer os sonhos de felicidade e de grandeza política do povo: um rei que resolve os problemas econômicos com tanta facilidade será um rei que trará a prosperidade material. Jesus não quer limitar sua missão a resolver problemas políticos e econômicos. Ele não quer ser um rei desse tipo. Ele deseja ser o verdadeiro pastor de todas as pessoas.

Por isso a multiplicação dos pães é uma figura da obra que Jesus realizará na sua paixão e ressurreição. A pergunta de Jesus para André tem a sua resposta na páscoa de Jesus.

Ele perguntou a André: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”. Na cruz, Jesus dá o seu corpo e o seu sangue para nós. Ele sacia a nossa fome com Ele mesmo. Ele é o pão que nos alimenta para a vida eterna. Na Ressurreição, a doação da cruz se eterniza e se torna sempre atual. Ele continua se doando a nós na cruz por causa da ressurreição!

Agradeçamos a Jesus por Ele ser o nosso alimento através do sacrifício da cruz e acolhamos esse dom. Para receber o dom de Jesus mesmo, dado a nós na cruz, devemos ter fé. A fé é a condição para entrar na comunhão com Jesus, é a condição para entrar na comunhão com todos os que recebem o mesmo pão da vida.


DOM JULIO ENDI AKAMINE

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

Créditos do áudio: Rádio Uniso