Prezados irmãos e irmãs,
Feliz Páscoa!
Neste domingo termina a Oitava da Páscoa, que é a festa de todas as festas. Jesus vive e está no meio de nós.
O Evangelho fala de dois encontros com Jesus ressuscitado, com Jesus vivo. O primeiro encontro com seus discípulos se dá na noite da Páscoa. Os discípulos estão reunidos, fechados numa sala por medo das autoridades, mais ainda: fechados na sua tristeza e decepção. Jesus entra, fica no meio deles e tudo muda.
Com poucas palavras o evangelista comunica-nos os temas vitais deste encontro:
- A presença de Jesus é uma presença de paz. Dissolve-se o medo, a tristeza, a angústia.
- Os discípulos não devem ficar fechados, parados, mas são enviados, como o próprio Jesus foi enviado. Ser discípulo de Jesus é ser enviado, é ser missionário.
- Para isso recebem o Espírito Santo, que os orienta, estimula e fortaleze.
- Um traço principal de sua vida e de sua missão deve ser o perdão, que abre a porta para uma vida nova. O perdão não é negar o passado, borrar a experiência do erro, mas permitir uma vida nova. Somente o verdadeiro amor consegue isso.
O grupo experimenta logo como é difícil anunciar que Jesus vive, porque um deles, Tomé, não estava com eles e ele não crê no relato de seus companheiros. Põe condições para crer.
Jesus aceita as condições: “Estenda tua mão, toca minhas chagas.” As chagas do sofrimento são a identificação do Ressuscitado.
Muitas vezes o sofrimento nos aproxima mais profundamente a Cristo e nos faz experimentar que ele está vivo e presente em nossa vida.
Da experiência pascal dos discípulos nascem as primeiras comunidades cristãs que o livro dos Atos dos Apóstolos nos apresenta com seus aspectos positivos, encantadores, como escutamos na 1ª leitura. Vive a comunhão fraterna, partilha os bens, reza e celebra com alegria. Sabemos pelo mesmo livro dos Atos que as primeiras comunidades não eram tão ideais, como ouvimos hoje, tinham que enfrentar faltas e pecados. Opiniões divergentes forçaram que se buscassem soluções e novos caminhos. Mas o Cristo vivo no meio da comunidade garantiu continuidade.
Na primeira carta de São Pedro escutamos que a Ressurreição de Jesus é um renascer para nós. Cada Páscoa que celebramos - e celebramos a Páscoa cada domingo – deve ser um renascer, um encontro com Jesus que nos dá o perdão e nos enche de paz. As provações que vivemos são meios de purificar-nos. Fonte de vida é a imensa misericórdia de Deus que celebramos este domingo da misericórdia de maneira especial.
Ir. Timótea OSB