SÁBADO-15TC

SÁBADO DA 15ª SEMANA COMUM

20/07/2023

Santo Apolinário

LINKS AUXILIARES:


1ª Leitura: Miqueias 2,1-5 

Salmo Responsorial 9B (10) R- O Senhor não se esquece do clamor dos aflitos.  


Evangelho Mateus 12,14-21 

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 14os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. 15Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, 17para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 18“Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual coloco a minha afeição; porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o direito. 19Ele não discutirá nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20Não quebrará o caniço rachado nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito. 21Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”. – Palavra da salvação.



Meu irmão, minha irmã!

O Evangelho de hoje nos coloca diante do Servo que Deus sustenta, o eleito que Deus prefere. Ele não grita, não discute nem levanta a voz. 

O Servo de Deus, o eleito, o predileto é Jesus sobre o qual repousa o Espírito. Sua missão é o de implantar o direito e a justiça nesta terra tão cheia de sofrimentos e lágrimas. Ele realiza essa tarefa, mas com um estilo novo: não usa a violência das armas e da força. Ele implanta o direito e a justiça com mansidão.

A mansidão do Servo Jesus se torna ainda mais evidente pelo fato de Ele não quebrar o caniço rachado, nem apagar o pavio que ainda fumega até levar o julgamento à vitória. O que significa essa citação do Evangelho hodierno? 

Jesus alia duas coisas que podem parecer contraditórias:

 -- mansidão com o fraco e o vacilante (a cana rachada, mas que ainda não quebrou; o pavio quase apagado, mas que ainda fumega);

-- a firmeza e tenacidade em cumprir o desígnio de Deus.

 Jesus é manso e humilde de coração, mas isso não significa que não seja forte para resistir à perseguição e levar a cabo com coragem admirável a missão que o Pai lhe confiou.

Muitas vezes a nossa vida de batizados é como uma cana rachada e um pavio que ainda fumega. A cana rachada não tem mais firmeza, ela não se sustenta por si mesma e por isso não pode sustentar outros pesos. O pavio que ainda fumega está quase apagado, não serve mais para iluminar, não dá mais calor.

Assim também pode ser a nossa fé e nossa caridade. Estão quase mortas. A nossa fé e a nossa caridade são como a cana rachada quando elas estão vacilando, não servem mais como apoio de nossa vida e em nossas dificuldades. Diante das dificuldades da vida, sentimo-nos desamparados e sem forças. Mesmo que estejamos cercados de pessoas que nos apoiam e nos ajudam, experimentamos que dentro de nós as forças se esvaem e morrem. Como a cana rachada, a nossa fé e nossa caridade não servem mais para nos fortalecer e nos sustentar. E porque a nossa fé e nossa caridade não nos sustentam mais, também não somos capazes de sustentar o fraco, não conseguimos consolar os aflitos, nem encorajar os desanimados.

Jesus não quebra a cana rachada, nem apaga o pavio que ainda fumega. Ele não levanta a voz para recriminar nossa fé tíbia e hesitante; Ele não censura a nossa caridade quase extinta e apagada. Pelo contrário, Ele reaviva a nossa fé e reacende a nossa caridade.

Assim revigorados em nossa fé e caridade por Jesus, Maria deseja que voltemos para nossas casas para ajudar os outros. Da mesma maneira como aqui fomos reanimados e reconfortados, Maria nos envia para ir por toda a parte para reavivar a fé e reacender a caridade de tantos outros nossos irmãos e irmãs que se parecem com a cana rachada e o pavio que ainda fumega.


DOM JULIO ENDI AKAMINE 

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba 

Créditos do áudio: Rádio Uniso