LINKS AUXILIARES:
ÁUDIO DO COMENTÁRIO DESTA PÁGINA
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
1ª Leitura: Eclesiástico 35,15b-17.20-22a
Salmo Responsorial 33(34) - R- O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos.
2ª Leitura: 2 Timóteo 4,6-8.16-18
Evangelho Lucas 18,9-14
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10“Dois homens subiram ao templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. 11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13O cobrador de impostos, porém, ficou a distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’ 13Eu vos digo, este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”. – Palavra da salvação.
Prezados irmãos e irmãs!
Os ritos que celebramos em nossas Igrejas podem não convencer a Deus, pois podem até encobrir ambiguidades, contradições e até falsidades, especialmente, quando se utiliza a religião para enganar... Podemos “enrolar” os outros com essas atitudes, inclusive multidões, mas a Deus, nunca.
O texto do Evangelho deste domingo nos mostra exatamente isso. Para melhor compreensão, podemos dividi-lo em três grandes partes: 1a) o porquê da parábola (v. 9); 2a) a parábola (vv. 10-13) e a 3a) conclusão de Jesus (v. 14).
Jesus desmascara a falsa religião (v. 9): São evidentes as duas finalidades da parábola: desmascara a falsa religião de alguns convencidos que são justos (essa espécie ainda sobrevive, se faz presente entre nós, usam a religião para esconderem suas mentiras e seus interesses...) e a outra, Jesus ensina o autêntico relacionamento com Deus, não só aos ouvintes daquele dia, mas também a nós que ouvimos hoje.
A parábola (vv. 10-13) Ninguém se justifica diante de Deus: narrativa de duas pessoas que foram ao Templo para rezar, um fariseu e um publicano. Importante notar que ambos buscam entrar em comunhão com Deus mediante a oração. Há entre elas um enorme e escandaloso contraste tanto no comportamento quanto na oração, porquanto a oração de um é falta e do outro, verdadeira. O juízo pertence a Jesus mas o fariseu, em sua prece, se torna juiz do publicano e se considera justo diante de Deus. Esse fariseu tem consciência que não é como as outras pessoas, o que o faz dirigir-se com altivez para Deus, pois reza em voz alta, em pé, enumerando suas qualidades, demonstrando fazer muito mais do que a lei exigia, e lembra a Deus que não é como os demais, que são ladrões, injustos e adúlteros. Depois passa a enumerar o quanto e escrupulosamente faz: jejua duas vezes por semana (a lei prescrevia uma vez ao ano) e ele, incrivelmente, generoso... talvez jejuasse em reparação dos que julgava não jejuar (“alma boa e reparadora”) e além disso seu dízimo era de todos os rendimentos, inclusive dos isentos. Julgava-se, superior e melhor uma pessoa exemplar...
Lá no fundo e ajoelhado, o publicano, que, oposto ao fariseu, nem se quer erguia a cabeça, e essa atitude choca-se frontalmente com a do fariseu. Reconhece-se pecador, não tem coragem de levantar os olhos, bate no peito e pede piedade.
O pecador encontra misericórdia divina (v. 14): A conclusão de Jesus – que conhece o íntimo das pessoas, mostra com clareza que o pecador voltou para casa perdoado (justificado) e não o fariseu que se propunha como exemplo e modelo. Interessante lembrar o canto da Virgem Maria “Magnificat” (Lc 1,52): “Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes”. A oração do publicano é autêntica, pois nasce de um coração sincero e que reconhece sua própria miséria, enquanto a do fariseu exatamente o oposto. O publicano se reconhece devedor diante de Deus e com essa atitude consegue mergulhar no mistério de Deus, que não quer a morte do pecador mas que se converta e viva.
Como conclusão, uma pergunta:
COMO É NOSSA ORAÇÃO???
Pe. Tadeu Rocha Morais, paróquia N.Sra. da Ponte da Catedral de Sorocaba