Salmo Responsorial 125(126)R- Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
2ª Leitura: Hebreus 5,1-6
Evangelho de Marcos 10,46-52
Chegaram a Jericó. Quando Jesus estava saindo da cidade, acompanhavam-no os discípulos e uma grande multidão. O mendigo cego, Bartimeu, filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. 47 Ouvindo que era Jesus Nazareno, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”. 48 Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais alto: “Filho de Davi, tem compaixão de mim”. 49 Jesus parou e disse: “Chamai- o!” Eles o chamaram, dizendo: “Coragem, levanta-te! Ele te chama!” 50 O cego jogou o manto fora, deu um pulo e se aproximou de Jesus. 51 Este lhe perguntou: “Que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Rabûni, que eu veja”. 52 Jesus disse: “Vai, tua fé te salvou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.
ELE VIU, ACREDITOU E SEGUIU
Caríssimos irmãos e irmãs,
Como é diferente o pedido de Bartimeu a Jesus, em comparação com o pedido (quase uma ordem!) de Tiago e João, no Evangelho do último domingo (29º). Semana passada havia egoísmo, arrogância e busca de poder - valores seculares irrelevantes para o Reino de Cristo. Hoje há coragem, humildade e confiança - valores que manifestam fé, e oferecidos com generosidade à ação de Jesus Cristo, dispõem o que era cego, e tornou a ver, a trilhar o caminho do amadurecimento da caridade.
A liturgia deste final de semana proclama o amor misericordioso do Pai Celestial para com as dores dos seus filhos e filhas, o povo que Ele escolheu para manifestar sua aliança e sua herança. O sofrimento do povo de Deus, move Seu coração, revolve Suas entranhas na compaixão.
O povo que se aproxima do Senhor, chorando suas dores, suas enfermidades, seu pecado, com lágrimas nos olhos; voltando-se para Deus de todo coração, e invocando sua piedade como única resposta para suas necessidades impossíveis, não retorna de mãos e corações vazios. Antes, amadurece na caridade do Senhor, como o trigo para a ceifa.
Algumas necessidades humanas, se constituem para todos nós, numa situação permanente de humilhação, como no caso de Bartimeu, do Evangelho de Marcos. Era cego e vivia como mendigo, sentado à beira do caminho – certamente à espera da solidariedade dos irmãos, nem sempre disponível, uma vez que se incomodavam até com seus gritos de socorro.
Ele ouviu falar que Jesus se aproximava, e reclamando o direito à Aliança que Deus constituiu com Davi, seu servo, no passado, pediu a Jesus o que ninguém mais poderia lhe oferecer: queria enxergar. Jesus se fez próximo dele; e isto lhe foi concedido, pois havia fé em seu coração e em suas palavras.
Contudo, o mais importante: tornou-se discípulo de Jesus! Ele viu, acreditou e seguiu.
Nada é mais importante que descobrir o verdadeiro Mestre do Reino de Deus, e reconhecer em Jesus e em sua pregação a religião que salva para a vida eterna. O que era cego, não apenas recupera a visão na carne, mas adquire a visão sobrenatural, no coração e na alma, pela graça de Cristo, reconhece Jesus e adere a Ele.
A Bartimeu, como a nós, no Batismo, foi-nos dada esta mesma visão, e ainda fomos tornados herdeiros de Cristo para o Céu. Segui-Lo de perto, corresponde à reciprocidade do amor, para não nos equivocarmos do Caminho para Deus, buscando a Cristo pelas razões erradas. Esta é a escolha de cada um, mais importante que todas as outras escolhas que eventualmente possam fazer parte de nossa vida neste mundo.
Dai-nos, Senhor, ainda, que nossas lágrimas, em vossas mãos sacerdotais, sempre se tornem preces agradáveis ao coração do Pai, pela graça do Espírito Santo. Amém.
Santo Domingo para todos!
Padre Rodolfo Gasparini Morbiolo
Paróquia Santa Maria dos Anjos - Vitória Régia - Sorocaba/SP