Salmo Responsorial 118 (119)R- Como eu amo, Senhor, a vossa lei, vossa palavra!
2ª Leitura: Romanos 8,28-30
Evangelho: Mateus 13,44-52
“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo. 45 O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. 46 Ao encontrar uma de grande valor, ele vai, vende todos os bens e compra aquela pérola. 47 “O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. 48 Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. 49 Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, 50 e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. 51 “Entendestes tudo isso?” – “Sim”, responderam eles. 52 Então ele acrescentou: “Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”.
Meu irmão, minha imã!
Mt 13,44-52
Jesus fala do Reino através de Parábolas. No domingo passado as parábolas apresentavam em primeiro plano o Reino de Deus em si mesmo. O Reino recolhe em si bons e maus (joio e o trigo), mesmo pequeno tem o poder de transformar tudo (fermento na massa) e contém dentro de si uma força de crescimento muito grande (o grão de mostarda). As parábolas de hoje põem em evidência a nossa atitude diante do reino: a parábola do negociante que busca uma pérola de grande valor, a do agricultor que encontra o tesouro escondido.
Qual deve ser nosso comportamento em relação ao Reino que Jesus veio trazer? Todas as nossas atitudes estão sintetizadas na decisão do agricultor de tudo vender para comprar aquele campo que esconde o tesouro e na do negociante que de tudo se desfaz para comprar a pérola a tempo buscada e finalmente encontrada. O agricultor não estava buscando tesouro, mas o encontra; o mercador, pelo contrário, empreende uma longa busca até encontrar o que procura. Ambos têm o mesmo comportamento: ante a superioridade do bem encontrado não hesitam e se desfazer dos bens menores para possuir o que é mais precioso.
Jesus propõe o Reino a nós e nos põe diante de uma escolha do bem absoluto. O Reino é um tesouro, ou melhor, o único bem realmente importante. Tanto que quando o possuímos, mesmo que não tenha nada, não sentimos falta de mais nada. O Reino é um tesouro que se não o possuirmos, mesmo que tenhamos tudo, nada nos satisfaz. “Que servirá ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a própria vida? Ou que dará ele em troca de sua vida?” O Reino não é uma coisa, mas a Vida.
Para ganhar tão grande tesouro, vale a pena não só renunciar a todas as coisas como até a própria vida. De novo, o Reino não é uma coisa, é a Vida. Por causa da Vida sou capaz até mesmo de perder a vida. É um paradoxo que só pode ser superado pelo próprio Reino.
O Reino é, portanto, este tesouro único, incomparável no qual nós encontramos a salvação, o sentido da vida, a felicidade plena. Mas, como diz a parábola da pérola, é um tesouro difícil de ser descoberto. Para se dar conta disto, basta pensar em todos os que ainda não conhecem o evangelho a Igreja, mesmo depois de 2 mil anos que tal tesouro existe sobre a terra. Ou então, sem ir longe demais, basta pensar em nós batizados que vivemos ainda com um conhecimento superficial do Evangelho: quanto devemos ainda descobrir do Reino; quanto devemos ainda viver do Evangelho!
O tesouro do Reino é uma realidade em vista da qual devemos nos desapegar de tudo. Mas o Reino é sobretudo uma pessoa a quem devemos seguir, mesmo à custa do sacrifício da própria vida. Mais uma vez, o Reino não é uma coisa, mas a Vida que é Jesus.