AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO-31º TC-B

AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO

31º DOMINGO DO TEMPO COMUM

31/10/2021

Acesse as leituras de hoje neste link:

https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria

1ª Leitura: Deuteronômio 6,2-6

Salmo 17(18) – R- Eu vos amo, ó Senhor, porque sois minha força!

2ª Leitura: Hebreus 7,23-28

Evangelho: Marcos 12,28b-34

Um dos escribas, que tinha ouvido a discussão, percebeu que Jesus dera uma boa resposta. Então aproximou-se dele e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus respondeu: “O primeiro é este: ‘Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é um só. 30Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força!’ 31 E o segundo mandamento é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’! Não existe outro mandamento maior do que estes.” 32O escriba disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: ‘Ele é o único, e não existe outro além dele’. 33 Amar a Deus de todo o coração, com toda a mente e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, isto supera todos os holocaustos e sacrifícios”. 34 Percebendo Jesus que o escriba tinha respondido com inteligência, disse-lhe: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer-lhe perguntas.


DOM JÚLIO ENDI AKAMINE

Arcebispo de Sorocaba SP

Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Esta pergunta do escriba era um assunto que mexia com as pessoas e causava muita discussão. A Lei de Moisés tinha sido inflacionada por muitas prescrições tradicionais, por explicações e reinterpretações. Por isso a pergunta era muito espontânea. Na realidade, perguntar sobre o primeiro dos mandamentos significava: o que é essencial entre tantos mandamentos, qual é o princípio que dá unidade a todas as prescrições?

A resposta de Jesus foi simples e, ao mesmo tempo, estupenda: amar a Deus e amar o próximo. São dois mandamentos incindíveis em sua unidade. “O amor a Deus e o amor ao próximo são como duas portas que se abrem simultaneamente: é impossível abrir uma sem abrir a outra, impossível fechar uma sem fechar, ao mesmo tempo, também a outra” (Kierkegaard, Diário II, 201).

Sem esquecer essa unidade, gostaria de concentrar a atenção sobre o amor a Deus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força”.

O primeiro problema: mandamento de amar a Deus? É próprio da natureza do amor a liberdade. Um amor imposto não é amor. O amor é a coisa mais livre e não pode ser imposto por um mandamento externo. Além disso, Deus não deseja um amor coagido. “Depois que experimentamos o amor das pessoas livres, as reverências dos escravos não têm mais valor” (Charles Péguy).

O segundo problema: o cumprimento de um mandamento torna o amor frio. Nós estamos fartos de amor frio! Mesmo que não possamos por toda a culpa na pandemia, essa pandemia nos deu uma amostra do que pode ser um amor frio. Será que Deus quer para si um amor frio? Repitamos o que Jesus disse: “amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força”.

Para superar o primeiro problema é preciso entender que o amor é a causa, e não o efeito do mandamento. Amo e por isso me sinto obrigado a amar. E tal obrigação não me tira a liberdade. Somente quem ama tem a experiência de se obrigar a amar sem se ser coagido a amar. A obrigação de amar é apenas o sinal visível do amor invisível. A obrigação de amar é a comprovação do amor que já existe e está presente entre amante e amado. A obrigação de amar é a autenticação concreta do amor espiritual.

Para resolver o segundo problema é preciso compreender que o mandamento não torna o amor frio porque nós só nos sentimos obrigados a amar Deus porque Ele nos amou por primeiro. “Amor com amor se paga”. Porque nos amou por primeiro, Deus nos comunicou com o seu amor a felicidade de amá-lo e de corresponde ao seu amor. Deus é sumamente feliz porque ama infinitamente. Ele não que, Ele não sabe, Ele não pode a não ser amar infinitamente e nisso Ele é feliz. Ao nos amar por primeiro, ele derrama em nós o seu amor que é capacidade infinita de se dar e de se doar ao amado. Nós chamamos esse amor comunicado de graça. São Paulo nos fala do dom do Espírito derramado em nosso coração e que nos impele a chamar Deus de Abbá. Chama-lo Abbá, entenda-se bem, não só com palavra e de boca, mas com a espontaneidade do filho experimenta ao correr e abraçar o pai.

O mandamento do amor a Deus de Jesus nunca tem como resultado um amor frio. Pois na experiência do amor de Deus que nos ama por primeiro é impossível separar o amor “de” Deus e o amor “para” Deus. Essas duas realidades só podem ser experimentadas juntas: quando nos sentimos amados por Deus (amor “de” Deus), esse mesmo amor é simultaneamente um amor para Deus. Sentir-se amado por Deus é já amar a Deus. Não podemos separar esses dois amores como não podemos separar o amor a Deus e ao próximo: ao amor “de” Deus é já um sinal do amor “para” Deus.

Peçamos sempre, supliquemos com frequência, desejemos até o fim da vida que Deus nos dê o seu amor nos amando e permitindo que o amemos. Senhor, “dá-me um sinal de benevolência” (Sl 86,17); dá-me um sinal de que me queres bem; faz que eu faça a experiência do amor filial de Jesus para que meu coração se alargue e eu corra no caminho de teus mandamentos (cf. Sl 119,32); faz que eu te ame acima de todas as coisas e todas as coisas em ti; faz que eu te procure sempre para sempre te encontrar; que não haja “em meu coração outro Deus fora de ti”. Faz enfim que eu te ame como sou amado.



Dê conteúdo de Amor à sua vida

Pe Adroaldo Palaoro

“Amarás o Senhor teu Deus... amaras o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12,30-31)

Este é o contexto do evangelho deste domingo: Jesus já está em Jerusalém há alguns dias; realizou a purificação do tempo, discutiu com os chefes dos sacerdotes, mestres da lei e anciãos sobre sua autoridade para fazer tais coisas; com os fariseus e herodianos discutiu sobre o pagamento do tributo a César; com os saduceus discutiu sobre a ressurreição...

Nesse ambiente marcado por tantos conflitos, um “mestre da lei” se aproxima de Jesus; não demonstra nenhuma agressividade e nem lhe estende uma armadilha, mas vive uma angústia existencial, marcada por um forte legalismo. Sua vida está fundamentada num emaranhado de leis e normas que lhe determinam como comportar-se em cada circunstância, sem dar margem à criatividade e ao desejo de abrir-se ao novo. Do seu coração brota uma pergunta decisiva: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” Qual é o mais importante para acertar na vida? Onde centrar a vida para livrar-se do peso das exigências da lei?

A pergunta do mestre da lei tem sentido porque na Torá encontravam-se 613 preceitos. Para muitos rabinos todos os mandamentos tinham a mesma importância, porque procediam de Deus. Para alguns, o mandamen-to mais importante era o cumprimento do sábado. Para outros, o amor a Deus era o primeiro.

Jesus entende muito bem o que sente aquele homem que dele se aproxima. Quando na religião vão se acumulando normas e preceitos, costumes e ritos, doutrinas e dogmas, é fácil viver dispersos, sem saber exatamente que é o fundamental para orientar a vida de maneira sadia.

Tanto naquele tempo como hoje somos sufocados por uma abundância de leis, tanto religiosas como civis. No fundo, estão sobrando leis, mas está faltando o amor. O amor não cabe nas leis, só cabe no coração. Quem ama não precisa de leis.

A novidade da resposta de Jesus está no fato de que o mestre da lei lhe perguntou pelo mandamento principal (“amarás o Senhor teu Deus...”), mas Ele acrescenta um segundo, tão importante como o primeiro: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Ambos mandamentos estão no mesmo nível, devem ir sempre unidos; Jesus faz dos dois mandamentos um só. Ele não aceita que se possa chegar a Deus por um caminho individual e intimista, esquecendo o próximo. Deus e o próximo não são magnitudes separáveis. Por isso, tampouco se pode dizer que o amor a Deus é mais importante que o amor ao próximo.

Diante da pergunta do mestre da lei pelo mandamento mais importante (no singular), Jesus responde dizendo que são dois (no plural). E não há mandamento maior que eles.

A resposta de Jesus aponta para os dois eixos centrais na vida dos seus seguidores: Deus e o próximo; ambos eixos se exigem mutuamente, a ponto de um levar ao outro, e a ausência de um provoca a ausência do outro. Quem está sintonizado em Deus, está necessariamente aberto ao amor e à solidariedade; e quem está centrado no amor ao próximo está aberto à iniciativa e graça de Deus.

O(a) seguidor de Jesus não se caracteriza por pertencer a uma determinada religião, nem por doutrinas, nem ritos, nem normas morais... mas por viver no “fluxo do amor” que tem sua fonte no coração do Pai.

O mandamento do amor não é apresentado como uma lei que torna nossa vida dura e pesada, mas uma resposta ao que Deus é em cada um de nós, e que em Jesus se manifestou de maneira contundente. Nosso amor será “um amor que responde a seu Amor”.

O Amor que é Deus, temos de descobri-lo dentro de nós, como uma realidade que está unida intimamente ao nosso ser. Por isso, só há um mandamento: manifestar esse amor que é Deus, em nossas relações com os outros; o amor é o divino germinando nos meandros do humano. O amor é a realidade que nos faz mais humanos.

Ser seguidor(a) de Jesus, portanto, é uma questão de amor. Amar como Ele é transformar-se n’Ele.

O seguimento de Jesus nos convida a esta liberdade que se encontra na palavra “Ágape”, o amor da superabundância, o amor de gratuidade, o amor que transborda, que nada pede em troca. Amar sem ter nada de particular para amar. Amar não a partir de nossa carência, mas amar a partir de nossa plenitude. Amar não somente a partir de nossa sede, mas amar a partir de nossa fonte que corre.

Só o “ágape” expressa o amor sem mistura de interesse pessoal. Seria um puro dom de si mesmo, só possível em Deus. Deus não é um Ser que ama, é o Amor. N’Ele, o Amor é sua essência; se Deus deixasse de amar um só instante, deixaria de existir. Não podemos esperar de Deus “amostras pontuais de amor”, porque não pode deixar de demonstrar o amor um só instante.

Ágape é o amor divino. Esse amor é o mais raro, o mais precioso, o grau mais elevado do dom de si mesmo.

Estas são algumas características do ágape cristão: é um amor espontâneo e gratuito, sem motivo, sem interesse, até mesmo sem justificação, oblativo, expansivo... o puro amor.

O amor (ágape) impregna o ser humano. “Afeta a totalidade humana; roça a sensibilidade, aloja-se na medula dos ossos, pulsa nos batimentos cardíacos, arfa na respiração, circula pelo sangue, aquele o pensamento, rola pelos braços, agita as mãos, baila na consciência, escorre no olhar, sonoriza-se na palavra, recolhe-se no silêncio, peregrina nos passos, oculta-se no inconsciente, murmura na oração...” (Juvenal Arduini). O Amor é onipresença. “É um estado de ser” (R. May). O amor é a habitação do ser humano. “O amor jamais acabará” (S. Paulo).

O amor é esvaziar-se do “ego” dentro de si mesmo, para que haja lugar para o outro. O amor tem um rosto.

Assim como Deus, que se “esvaziou de sua divindade”, o ágape se esvazia de si mesmo para dar mais lugar, para não invadir, para deixar ao outro um pouco mais de espaço, de liberdade... “Amar é encontrar sua riqueza fora de si” (Alain).

Para o poeta Rilke, o amor é constituído por “duas humanidades que se inclinam uma diante da outra”.

Amor como dom gratuito de si mesmo. Não é motivado pelo valor do outro, isto é, pela recompensa que os gestos de amizade podem trazer. Com efeito, neste caso, não se ama o outro porque ele é bom (como na amizade verdadeira), mas para para que seja bom, já que o amor quer o bem do amado.

Tal como a água de um rio escavando seu leito profundo, o amor é a força que nos escava, que alarga e aumenta nossa capacidade de irmos para além de nós mesmos. Uma das maiores razões para o amor ser uma experiência de expansão se deve à sensação de imortalidade e eternidade que nos proporciona.

O amor carrega em si a marca da eternidade. Quem ama vê o tempo se ampliar e a vida ganhar mais sentido. Alguns dizem que há lugares de nós mesmos que só passam a existir após o sofrimento ter penetrado ali. Há lugares em nosso interior que não existem enquanto o amor não tiver penetrado.

Texto bíblico: Mc 12,28-34

Na oração: - entoar um hino de louvor e gratidão a Deus pelo Seu “amor em excesso” que se revela no cotidiano da vida;

- ter sempre presente na memória que fomos criados para viver em relação de amor e solidariedade com todos;

- considere que toda a Criação saiu das mãos do Criador como presente especial e gratuito, como uma mensagem de Amor a cada um de nós.

O amor se aprende

Quase ninguém pensa que o amor é algo que se vá aprendendo pouco a pouco ao longo da vida. A maioria assume que o ser humano sabe amar espontaneamente. Por isso, se podem detectar tantos erros e tanta ambiguidade nesse mundo misterioso e atraente do amor.

Há quem pense que o amor consiste fundamentalmente em ser amado e não em amar. Por isso, passam a vida esforçando-se por conseguir que alguém os ame. Para essas pessoas, o importante é ser atraente, ser agradável, ter uma conversa interessante, fazer-se querer. Em geral, acabam por ser bastante infelizes.

Outros estão convencidos de que amar é algo simples, e que o difícil é encontrar pessoas agradáveis às quais se possa querer. Só se aproximam de quem lhes parece simpático. Assim que não encontram a resposta apetecida, o seu «amor» desaparece.

Há aqueles que confundem o amor com o desejo. Reduzem tudo a encontrar alguém que satisfaça o seu desejo de companhia, afeto ou prazer. Quando dizem «te amo», na realidade estão dizendo «te desejo», «me apeteces».

Quando Jesus fala do amor a Deus e ao próximo como a coisa mais importante e decisiva da vida, está pensando em outra coisa. Para Jesus, o amor é a força que move e faz crescer a vida, pois pode libertar-nos da solidão e da separação para nos fazer entrar na comunhão com Deus e com os outros.

Mas, concretamente, esse «amar o próximo como a si mesmo» requer uma verdadeira aprendizagem, sempre possível para quem tem Jesus como Mestre.

A primeira tarefa é aprender a escutar o outro. Procurar entender o que vive. Sem essa escuta sincera dos seus sofrimentos, necessidades e aspirações, não é possível o amor verdadeiro.

A segunda é aprender a dar. Não há amor onde não há entrega generosa, doação desinteressada, presente. O amor é todo o contrário de acumular, apropriar-se do outro, usá-lo, aproveitar-se dele.

Por último, amar exige aprender a perdoar. Aceitar o outro com as suas debilidades e a sua mediocridade. Não retirar rapidamente a amizade ou o amor. Oferecer uma e outra vez a possibilidade de reencontro. Devolver o bem pelo mal.

FINADOS: “Assim na Vida como na vida”

Pe Adroaldo Palaoro

“Vinde, benditos de meu Pai!” (Mt 25,34)

Todos somos criaturas procedentes das entranhas d’Aquele que é Plenitude e Presença. Filhos e filhas de Deus, gerados pelos nossos pais, desde toda a Eternidade estamos em seu pensamento e em seu coração; daí nosso desejo de eternidade. Na Eternidade não há passado nem futuro, só Presente, aqui e agora.

Ao nascer, começamos a existir, mas já estávamos na mente e no coração de Deus; existir é ser no tempo; ao morrer, deixamos de existir, mas não deixamos de ser. Usando uma expressão poética podemos dizer que “somos suspiros de amor de Deus” e, tal como as ondas do mar que beijam a praia e retornam ao oceano que as constitui, assim nós também retornaremos à nossa Fonte original; seremos “aspirados” para dentro do coração oceânico do Deus Pai/Mãe.

Isso celebramos cada 2 de novembro: a esperança de que aqueles que morreram, já vivem ressuscitados para a Vida de Deus. No “Dia de Finados”, nós cristãos re-cordamos (visitamos de novo com o coração), na oração e no afeto, aqueles(as) que amamos e que já deixaram este mundo. Apesar de sua ausência física, pela fé sabemos que a morte não tem nunca a última palavra. De fato, a morte é a passagem para a Vida, para sempre; a Vida que não terá fim, pois nosso Deus não é Deus de mortos, mas de vivos. Porque para Deus, todos vivem.

Celebrar e recordar os falecidos a cada 02 de novembro e cada dia na eucaristia nos anima a viver a fé na Ressurreição e nos encher de esperança.

A experiência cristã da morte parte de uma revelação básica: Deus não quer a morte, mas a vida, a vida plena para toda pessoa humana. “Tu perdoas a todos, porque são teus, Senhor, amigo da vida” (Sab. 11,26). Somos convidados à confiança em Deus, renunciando toda pretensão de querer controlar nossa existência; somos movidos a reconhecer que os momentos cruciais de nossa vida foram “dom de Deus”, mais que planificada construção nossa.

Morrer é o processo pelo qual nos “reintegramos” na Vida que sempre fomos.

Somos viventes mortais e honramos os nossos mortos, aqueles cuja recordação ainda nos afeta. Mas todos os mortos, grandes e pequenos, santos e pecadores, são nossos, somos de todos eles, pois a mesma vida nos une na morte, e a mesma morte nos une na vida. O que eles(elas) foram na vida agora faz parte do que somos, e nossa vida deve restaurar e completar o que eles não alcançaram viver. Nisso consiste honrar os mortos: em dar culto à vida, em cultivá-la, cuidá-la, curá-la neles e em nós.

Celebrar o dia de Finados é um ato de justiça para com os mortos. Os mortos também tem direitos e é bom que se reconheça isso. Vivemos uma cultura que extingue o passado, obscurece o futuro e fica preso a um presente emocional vazio. Os mortos têm direito a que lhes agradeçamos sua vida e a marca original que nos deixaram.

Celebrar e recordar aqueles que nos precederam é negar à morte a última palavra, é afirmar que a Vida é a palavra definitiva; recordar aqueles com os quais convivemos nos faz viver a partir das raízes humanas, ancorados em nossa existência cotidiana.

Não querer ver a morte de frente, ignorá-la, apagá-la de nossa vida, fazê-la invisível..., é perder humanidade, é um auto-engano sobre a condição humana frágil, banaliza-se a mesma vida que acaba não valendo nada. Quando a morte é “consumida” diariamente nos noticiários, só se ativam emotividades instantâneas que não levam a nada, ou a uma resignação estéril diante do que acontece.

Pensamos que a morte é o contrário da vida e essa lógica é falsa. A vida é como uma moeda que tem duas faces: uma é o nascimento, a outra é a morte. Entre as duas faces está a moeda, que é o importante. É a vida que devemos dar valor, não seus limites.

Diante da necessidade inata de recordar nossos antepassados devemos aproveitá-la para encontrar seguran-ça e sentido em nosso próprio mundo. A consciência de que somos o que somos, graças aos seres humanos que nos precederam, é uma realidade inspiradora para o nosso viver. Recordar os nossos familiares faleci-dos e agradecer-lhes o que fizeram por nós nos ajudará a fazer o mesmo por aqueles que caminham conosco.

Entrar em sintonia com os seres queridos que morreram nos impulsiona a viver com maior intensidade a vida que ainda temos nas nossas mãos. Todo o humano que eles nos transmitiram devemos potenciá-lo em nós para que o mundo vá se humanizando. Pelos mortos já não podemos fazer nada, mas sua recordação nos impulsiona para aqueles que vivem junto a nós. O maior elogio que se pode dizer de um ser humano é

que, quando partiu, deixou o mundo um pouquinho melhor que quando chegou a ele.

O grande teólogo Karl Rahner entendia a morte em chave de generosidade. Morrer, escreveu ele, é “dar lugar” aos que virão depois, é nosso último exercício de amor, responsabilidade e humildade. É, inclusive, nosso derradeiro exercício de liberdade.

Precisamos morrer, não só para que outros vivam, abrindo, com nossa morte, um espaço para eles, mas também para que valorizemos a vida como presente recebido, que vamos legando aos que vem, constituindo, assim, uma corrente de vida sempre mais expansiva.

Todos morremos, mas há mortes e mortes. Na cultura da “pós-moderna líquida” a morte se apresenta como termo, ruptura e aniquilação. Somente os que não viveram seriamente, os que esbanjaram sua vida em caprichos e superficialidades, os que semearam dor e morte ao seu redor, os que asfixiaram a vida e não se importaram com os outros, tem medo de morrer.

Os que aceitaram sua vida e se atreveram a vivê-la seriamente, os que a viveram como dom que se entrega, aceitam sua morte e a esperam de modo sereno e livre, como o descanso devido depois de uma jornada trabalhosa e fecunda. Assim como a jornada cumprida devidamente dá alegria ao sonho, uma vida bem vivida dá alegria à morte. Porque a vida valeu a pena, também vale a pena morrer.

Dia de Finados é ocasião privilegiada para confrontar a morte, como fazemos com outros medos.

Devemos contemplar nosso fim último, familiarizar-nos com ele, aprofundá-lo e analisá-lo, conversar com ele e descartar as aterrorizadoras distorções infantis sobre a morte.

Ao compreendermos, de verdade, nossa condição humana – nossa finitude, nosso breve período de tempo sob a luz -, não só passamos a saborear a preciosidade de cada momento e o simples prazer de existir, como também intensificamos nossa compaixão por nós mesmos e por todos os outros seres humanos.

Morre-se no instante da morte, como morremos ao longo da vida. Este é o caminho normal de morrer. A presença da morte na existência não se veste de luto, mas de seriedade e irreversibilidade nas decisões. Uma vida pensada sem morte perde-se, no final, na total irresponsabilidade.

Texto bíblico: Mt 25,31-46

Na oração: O “depois da vida” é um grande encontro onde seremos perguntados: “o quanto você viveu sua vida?”

- “Fazer memória” das pessoas que viveram intensamente e deixaram “marcas” em sua vida.

TEXTO EM ESPANHOL

Dom Damián Nannini, Argentina


DOMINGO XXXI DURANTE EL AÑO – CICLO "B"

Primera lectura (Dt 6,2-6):

El capítulo sexto del Deuteronomio comenta el primer mandamiento del decálogo; pero con la novedad de que, para describir el deber esencial de Israel hacia su Dios, utiliza el vocabulario del amor (6,4-9).

El imperativo “Escucha Israel” aparece al inicio de varias unidades literarias dentro de la sección Dt 5-11 (cf. 5,1; 6,4; 9,1; 10,12). Así, toda exhortación comienza con esta invitación a escuchar la palabra de Dios. Este pedir que se escuche implica imponer el silencio a los oyentes; porque el silencio es la condición necesaria para que la palabra dicha se deposite y germine en el corazón del que escucha. Esta invitación a la escucha es como una síntesis de todo el contenido del Dt o, al menos, es uno de los principios básicos de toda su teología.

El texto incluye una formulación deuteronómica del credo de Israel que se orienta a afirmar la unicidad de Dios, esto es, que no está dividido, que es Uno sólo. Como trasfondo se encuentra el peligro real para el pueblo en aquel tiempo de equiparar a Dios con los Baales de los cananeos, dioses locales, con sus múltiples títulos de acuerdo con los santuarios donde se le rendía culto: Baal Peor, Baal del Hermón, Baal Berit de Siquém, Baal de Samaría, Baal del Carmelo, etc. Este principio es el que fundamenta una de las innovaciones más llamativas de la corriente deuteronomista como es la supresión de todas las prácticas cultuales realizadas en los diversos santuarios para centralizar el culto en el templo de Jerusalén (Dt 12,4-12). Un único templo es signo del único Dios, del único pueblo y de la única alianza.

Del hecho de que el Señor es único se deriva el imperativo de amarlo con la totalidad de la persona, con todas las fibras interiores, sin residuo y sin reserva. Este compromiso totalizante viene significado con la terminología propia del Dt: corazón, alma y fuerzas. En cuanto al alcance del término "amar" podemos señalar que para el Dt amor, temor, reverencia y obediencia se colocan en una misma línea como actitudes básicas del israelita respecto de su Dios y que está aquí la esencia de la ley.

Del amor de Dios se pasa a la observancia de los preceptos, pero sin abandonar la esfera de la interioridad, como lo demuestra el uso del término corazón. Amar al Señor con todo el corazón se explicita en el guardar sus palabras en el propio corazón.

Evangelio (Mc 12,28b-34):

Recordemos que este texto forma parte de una subsección del evangelio de Marcos (Mc 11-12) caracterizada por la oposición creciente de los fariseos hacia Jesús, quienes buscan sorprenderlo en alguna afirmación comprometedora para acusarlo. Pero en este caso parece que el escriba se acerca a Jesús y pregunta con buenas intenciones. La pregunta es: "¿Cuál es el primero de todos los mandamientos (ἐντολὴ πρώτη)?".

Para entender el motivo de esta pregunta debemos recordar que los rabinos contabilizaban un total de 613 mandamientos, cifra que resultaba de la suma de los 248 preceptos y 365 prohibiciones presentes en la Torá o Pentateuco. El debate se centraba entonces en la posibilidad de distinguir entre preceptos "grandes" y "pequeños"; y en la gravedad de la falta que derivaba de su incumplimiento. En general el grupo de los fariseos pensaba que todos los mandamientos eran importantes y debían ser cumplidos con extrema fidelidad. Otros, en cambio, reconocían cierta jerarquía en los mandamientos y en las exigencias de su cumplimiento. Además, debatían sobre la existencia de un mandamiento que fuera el principio fundamental o “regla de oro” del comportamiento del judío fiel. La pregunta que el fariseo dirige a Jesús va sobre todo en esta última línea.

Jesús responde diciendo que “el primer mandamiento es” (πρώτη ἐστίν) y cita Dt 6,4-5: “Escucha, Israel: el Señor nuestro Dios es el único Señor; y tú amarás al Señor, tu Dios, con todo tu corazón y con toda tu alma, con todo tu espíritu y con todas tus fuerzas”. Este texto forma parte del pasaje de Dt 6,4-9, que juntamente con Dt 11,13-21 y Nm 15,38-41, integran el famoso Shemá Israel (Escucha Israel), oración que desde finales del s. I no han dejado de rezar mañana y tarde los judíos observantes. Este texto comienza con el mandato de “escuchar” que incluye la atención y apertura del hombre a la Palabra de Dios con la disposición a obedecerla. Luego, hay un segundo imperativo, el de amar a Dios con la totalidad de la persona, con todas las fibras interiores, sin residuo y sin reserva. La interpretación rabínica contenida en la Mishna especifica que “con toda el alma” significa hasta el martirio y “con todas las fuerzas” implica con todos los bienes. El mensaje es que se debe amar a Dios no sólo con todo el ser (corazón), sino también con los propios bienes materiales (fuerzas) y hasta el don total de la vida (alma). La cita de Jesús en Marcos le agrega una cuarta capacidad para amar: "con toda la mente (dianoi,a)". En síntesis, "el resumen supremo de la voluntad de Dios consiste en amar al único Dios con todas las fuerzas y capacidades que han sido dadas al hombre"[1].

Luego enuncia un “segundo” (deute,ra) mandamiento y cita Lev 19,18: “Amarás a tu prójimo como a ti mismo”. Este versículo pertenece al Código de Santidad (Lv 17-24), llamado así por cuanto el fundamento teológico que da a todas sus prescripciones es "Ustedes serán santos, porque yo, el Señor su Dios, soy santo” (Lv 19,2). Justamente el capítulo 19 del Levítico contiene varias normas de índole más bien social, donde resaltan la del amor al prójimo y la del rechazo de la venganza. Ahora bien, la insistencia en la primacía de la santidad de Dios indica que para el Levítico el verdadero fundamento del amor al prójimo es el amor de Dios. No lo dice tan explícitamente como Jesús en el NT, pero es claro que la presencia del Dios Santo en medio del pueblo es la que motiva el trato fraterno entre sus miembros. Pero notemos también que en el Levítico este mandamiento del amor al prójimo se extiende y entiende exclusivamente en relación a los miembros del pueblo, a los compatriotas, pues prójimo es aquí fundamentalmente el israelita, aunque se extienda a modo de excepción, a los extranjeros residentes en Israel (cf. Lv 19,34)[2]. En cambio, Jesús amplia la noción de prójimo a todo el que necesita ayuda, más aún, nos invita a hacernos prójimo del necesitado (cf. Lc 10,36).

En fin, se trata de dos mandamientos distintos, uno primero (πρώτη) y otro segundo (deute,ra), pero ambos forman uno sólo por su importancia ante Dios y su mutua implicancia. Es decir, "el amor a Dios y del prójimo aparecen como un comentario resumido de ambas tablas del decálogo"[3].

A continuación viene la "devolución" del escriba quien repite la respuesta de Jesús con algunas modificaciones: acentúa la unicidad de Dios, une el amor a Dios con el amor al prójimo y los presenta como superiores a los holocaustos y sacrificios. Esto último implica una relativización del culto; o por lo menos, en la línea de los profetas, una subordinación del mismo al amor y al compromiso de vida.

Jesús aprueba esta "devolución" del escriba diciéndole: "Tú no estás lejos del Reino de Dios". Es decir, está bien encaminado para llegar al Reino que hará presente Jesús.

Algunas reflexiones:

El evangelio de hoy nos invita a meditar sobre la necesidad que todos tenemos de saber cuáles son las cosas esenciales y fundamentales de la vida. Con frecuencia la dispersión de las actividades nos lleva a ocuparnos de muchas cosas secundarias y a descuidar las esenciales. Por eso necesitamos volver a lo esencial y darle prioridad en nuestra vida. Esta búsqueda de la unidad y la simplicidad es una tendencia en todos los órdenes de la vida, incluido el de la vida espiritual. Más aun, podemos decir que todo proceso de maduración en la vida conduce a una mayor simplificación o concentración en lo esencial y fundamental. Por ello no está de más recibir también nosotros con un corazón abierto la enseñanza de Jesús sobre el "primero de los mandamientos", con todo lo que ello supone.

Para Jesús es muy claro que el primero y fundamental mandamiento es el amor a Dios. Y en un segundo lugar, pero inseparable del primero, está el amor al prójimo como a nosotros mismos. Así como Dios me pide, en primer lugar, amarlo con todo mi ser, también me pide que ame a mi prójimo como una prolongación y verificación del amor a Dios. Resaltemos aquí que «prójimo» se refiere a cualquiera que tenga necesidad de mí y que yo pueda ayudar, sin distinciones de ningún tipo.

También es importante no perder de vista que en este segundo mandamiento hay dos amores: el amor al prójimo y el amor a uno mismo. En concreto, se nos manda amar al prójimo de la misma manera en que nos amamos a nosotros mismos. O sea que el amarse a uno mismo es también algo que Dios nos pide; pero no en primer lugar, sino en segundo lugar y en paralelo con el amor al prójimo. El entonces Cardenal J. Ratzinger decía al respecto que “esto significa lo siguiente: el amor de sí mismo, la afirmación del propio ser, ofrece la forma y la medida para el amor al prójimo. El amor de sí mismo es una cosa natural y necesaria, sin la que el amor al prójimo perdería su propio fundamento […] Todos los hombres han sido llamados a la salvación. El hombre es querido y amado por Dios y su tarea máxima consiste en corresponder a este amor. No puede odiar lo que Dios ama. No puede destruir lo que está destinado a la eternidad. Ser llamados al amor de Dios es ser llamados a la felicidad. Ser felices es un deber humano-natural y sobrenatural Cuando Jesús habla de negarse a sí mismo, de perder la propia vida, etc., está indicando el camino de la justa afirmación de sí (amor de sí mismo) que reclama siempre un abrirse, un trascender. Pero la necesidad de salir de sí, no excluye la autoafirmación, sino todo lo contrario: es el modo de encontrarse a sí mismo y de "amarse". Cuando hace cuarenta años leí por primera vez el Diario de un cura rural de Bernanos, me impresionó muchísimo la última frase de aquella alma sufriente: “No es difícil odiarse a sí mismo, pero la gracia de las gracias sería amarse a sí mismo como un miembro del cuerpo de Cristo”. El realismo de esta afirmación es evidente. Hay muchas personas que viven en contradicción consigo mismas. Su aversión a sus propias personas, su incapacidad de aceptarse y de reconciliarse consigo mismas, queda muy lejos de la “auto – negación” pretendida por el Señor. Quien no se ama a sí mismo no puede amar a su prójimo. No le puede aceptar “como sí mismo”, porque esta contra sí mismo y por tanto es incapaz de amarle partiendo de lo profundo de su ser”[4].

En el fondo, todo se reduce y concentra en el amor, porque el que ama a Dios cumplirá sus mandamientos, en especial los que se refieren al prójimo y a uno mismo. Como dice San Pablo: “El amor no hace mal al prójimo. El amor es, por tanto, la plenitud de la Ley” (Rom 13,10).

Notemos también que lo primero que Jesús nos manda, asumiendo y citando el texto de Dt 6,4-5, es “escuchar”. Porque sólo quien escucha puede saber lo que el Señor le pide y puede cumplirlo, esto es, amarlo. Antes de actuar es necesario detenerse y escuchar a Dios. Y para esto necesitamos hacer silencio en nuestro corazón, acallar otras voces y darle “la exclusiva” al Señor.

Y así como el amor a Dios y al prójimo se implican mutuamente, de modo semejante la escucha de Dios y del hermano se reclaman porque a veces Dios nos habla a través de los demás. Y también, para escuchar a los demás, tenemos que dejar de lado nuestros prejuicios y opiniones personales para “hacer lugar” a la palabra del otro, sin interrupciones ni censuras. En efecto, Escuchar es mucho más que oír. Oír hace referencia al ámbito de la información; escuchar, sin embargo, evoca la comunicación, y necesita cercanía. La escucha nos permite asumir la actitud justa, dejando atrás la tranquila condición de espectadores, usuarios, consumidores. Escuchar significa también ser capaces de compartir preguntas y dudas, de recorrer un camino al lado del otro, de liberarse de cualquier presunción de omnipotencia y de poner humildemente las propias capacidades y los propios dones al servicio del bien común. Escuchar nunca es fácil. A veces es más cómodo fingir ser sordos. Escuchar significa prestar atención, tener deseo de comprender, de valorar, respetar, custodiar la palabra del otro. En la escucha se origina una especie de martirio, un sacrificio de sí mismo en el que se renueva el gesto realizado por Moisés ante la zarza ardiente: quitarse las sandalias en el «terreno sagrado» del encuentro con el otro que me habla (cf. Ex 3,5). Saber escuchar es una gracia inmensa, es un don que se ha de pedir para poder después ejercitarse practicándolo”[5].

En el fondo, la escucha – de Dios y del prójimo – ya es un acto de amor y sólo puede amar de verdad el que primero escucha. El que escucha se “corre del centro” y se abre al otro, a Dios y al prójimo. Les presta atención, los valora, en fin, los ama.

Para terminar citemos al Papa Francisco: “Con una imagen podemos decir que el hambriento necesita no solo un plato de comida sino también una sonrisa, ser escuchado y también una oración, tal vez hecha juntos. El Evangelio de hoy nos invita a todos nosotros a proyectarse no solo hacia las urgencias de los hermanos más pobres, sino sobre todo a estar atentos a su necesidad de cercanía fraterna, de sentido de la vida, de ternura. Esto interpela a nuestras comunidades cristianas: se trata de evitar el riesgo de ser comunidades que viven de muchas iniciativas pero de pocas relaciones; el riesgo de comunidades «estaciones de servicio», pero de poca compañía en el sentido pleno y cristiano de este término.

Dios, que es amor, nos ha creado por amor y para que podamos amar a los otros permaneciendo unidos a Él. Sería ilusorio pretender amar al prójimo sin amar a Dios y sería también ilusorio pretender amar a Dios sin amar al prójimo. Las dos dimensiones, por Dios y por el prójimo, en su unidad caracterizan al discípulo de Cristo. Que la Virgen María nos ayude a acoger y testimoniar en la vida de todos los días esta luminosa enseñanza”, (Ángelus del 4 de noviembre de 2018).

En conclusión, amor a Dios, amor al prójimo, amor a sí mismo. Siempre el amor. Por tanto, es justo y necesario un permanente examen sobre el amor en nuestras vidas.

PARA LA ORACIÓN (RESONANCIAS DEL EVANGELIO EN UNA ORANTE):

Para agradarte

Señor dame ese silencio

Que se anonada ante tu divinidad

Y no se atreve a pronunciar

Palabra alguna

Concédeme saber de Ti

Para calmar la sed del saber

De conocer tu querer

Para hacerlo mío.

Deja que tu voz invada mi ser

Atraviese lo profundo y se haga llaga

Brote mi amor a Ti puro

Salud de mi rostro!

Desbórdese por tu gracia

Y se derrame al prójimo que clama

Sólo para agradarte, mi Dios

Darte gloria y alabanza. Amén.



[1] Cf. J. Gnilka, El evangelio de Marcos. Vol. II (Sígueme; Salamanca 1993) 192.

[2] Cf. E. Cortese – P. Kaswalder, Il fascino del sacro. Alla riscoperta del libro del Levitico (San Paolo; Milano 1996) 75-77.

[3] . J. Gnilka, El evangelio de Marcos. Vol. II (Sígueme; Salamanca 1993) 194.-

[4] Mirar a Cristo. Ejercicios de Fe, Esperanza y Amor (EDICEP; Valencia 2005) 100-101.

[5] Papa Francisco, Mensaje para la 50ª Jornada Mundial de las Comunicaciones Sociales. “Comunicación y Misericordia: un encuentro fecundo” (24 de enero 2016).