Este guia tem como objetivo dar mais detalhes sobre a evolução histórica do ERP, citando os tipos de sistemas integrados que surgiram com o passar dos tempos e avanços tecnológicos.
MRP - Material Resource Planning
Os sistemas MRP executam as funções de planejamento do uso dos insumos e de administração dos processos produtivos, visando manter os estoques adequados e as linhas de produção operando. Esses sistemas possibilitam às empresas calcularem a quantidade de material necessário para a fabricação e o momento apropriado para adquirí- lo, baseados nos pedidos e na previsão de vendas.
Ao terminar a Segunda Guerra Mundial, houve um grande crescimento na economia dos EUA devido à escassez gerada pela guerra. Com o aumento da procura por mercadorias, originou-se uma enorme quantidade de pedidos pendentes e as empresas tiveram que se adequar para atender essa demanda. No final da década de 50, a procura diminuiu e os pedidos passaram a não ter tanta frequência. As empresas começaram a produzir para gerar estoques prevendo uma futura demanda. Para isso, foi necessário criar ferramentas para controle da produção e dos estoques. A partir deste momento surgiram várias técnicas para planejar a produção, até que, na década 60, quando os computadores avançavam tecnologicamente, foi desenvolvido o MRP.
MRP II - Manufacturing Resource Planning
Originaram-se da evolução da lógica dos sistemas MRP. Consistem em sistemas integrados de planejamento e controle das atividades de produção, relacionando todos os recursos relevantes para o processo produtivo e fornecendo aos gerentes os dados e ferramentas necessárias para a tomada de decisão e implementações dos objetivos de curto, médio e longo prazo. Diferencia-se do MRP quanto ao tipo de decisão de planejamento que orienta. Enquanto o MRP trata das decisões de quando, quanto e o que comprar e produzir, o MRP II orienta também as decisões referentes a como produzir.
ERP - Enterprise Resource Planning
Os sistemas ERP surgiram da necessidade de gerenciar de maneira completa e eficiente todas a informações que trafegam dentro de uma organização. Integram funcionalidades que suportam as diversas atividades de negócio da empresa e não apenas o processo de manufatura, como os antecessores sistemas MRP. Com a sua utilização, os departamentos de compras, vendas, produção, financeiro, contabilidade, etc. passam a trabalhar de forma integrada, auxiliando a tomada de decisões, otimizando os processos e reduzindo os custos.
ERP II - Enterprise Resource Planning
É a extensão do ERP com a incorporação das ferramentas de:
Integração financeira, que permite a troca de informações entre o ERP e o banco sem a intermediação de outras ferramentas;
CRM - Gestão do Relacionamento com Clientes, que tem o objetivo de possibilitar que a empresa atue de forma estratégica na relação com os clientes, através de um atendimento personalizado de acordo com as necessidades e expectativas destes, mantendo um alto nível de satisfação;
Gestão de Recursos Humanos, que tem a finalidade de selecionar as pessoas mais qualificadas para trabalhar na empresa. Além de adquirir, é também função do RH desenvolver, usar e reter os colaboradores;
Gestão de Projetos, que consiste na utilização de técnicas e conhecimentos na elaboração de atividades relacionadas para atingir objetivos pré-definidos, mantendo baixo o risco de fracasso do projeto.
XRP - Extraprise Resource Planning
São a mais nova versão dos sistemas de gestão. Têm a função de integrar os ERP de empresas distintas, ligando-as como uma rede de negócios e otimizando o fluxo de informações entre estas através da associação com tecnologias da web, permitindo o acompanhamento de toda a cadeia, dos fornecedores aos clientes. Enquanto os ERP tinham o objetivo de tornar a empresa internamente eficiente, os sistemas XRP pretendem tornar eficientes as relações entre as empresas.
Os Sistemas de Informação antes da década de 90
Haviam na organização vários sistemas diferentes que não interagiam completamente entre si, operavam independentes ou parcialmente integrados;
Os usuários de um setor tinham dificuldade em obter informações de outro setor;
Existia um sistema próprio para a Contabilidade, operando em paralelo, que recebia as informações dos outros sistemas ou por meio de relátorios gerados por estes;
A Contabilidade era responsável por receber as informações do demais setores e organizá-las em demonstrações contábeis para serem entregues à Diretoria. É observada uma sobrecarga no setor;
Como os sistemas não eram totalmente integrados e não havia uma base de dados compartilhada e centralizada, resultava em retrabalho e replicação de informações, como, por exemplo, uma mesma informação poderia ser registrada em sistemas diferentes ou interpretada de maneiras diferentes;
A integração dos processos pode ser entre sistemas ou entre as funcionalidades dos sistemas:
Sistêmica: Sistemas de Processamento de Transações, Sistemas de Informações Gerenciais, Sistemas de Apoio à decisão, etc.
Funcional: Sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, etc.
Os Sistemas de Informação atualmente
Todas as funcionalidades da organização são integrados em uma base de dados centralizada que gera informações para todos os setores e podendo, inclusive, gerar informações para clientes ou fornecedores externos;
Com a centralização dos dados em uma base, é proporcionada segurança, consistência, integridade e facilidade na troca de informações, agilizando os processos e eliminando o retrabalho e a replicação;
As informações gerenciais e operacionais são disponibilizadas aos usuários de forma facilitada;
O papel da Contabilidade é exercido por Finanças e Controladoria, que tem a função de auditar as informações financeiras registradas na base de dados do ERP.