Salmo Responsorial: 15(16)-R-Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto de vós felicidade sem limites!
Segunda leitura: 1 Pedro 1,17-21
Evangelho: Lucas 24,13-35
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas: Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: 'O que ides conversando pelo caminho?' Eles pararam, com o rosto triste,18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: 'Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?' 19Ele perguntou: 'O que foi?' Os discípulos responderam: 'O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu.' 25Então Jesus lhes disse: 'Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?' 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: 'Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!' Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: 'Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?' 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: 'Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!' 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Palavra da Salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Lc 24,13-35
Dois discípulos empreendem uma viagem. Normalmente as nossas viagens são alegres e esperançosas: turismo, descanso, companhia dos familiares, lua de mel, aprendizado, cursos, intercâmbio cultural, etc. Aquela era uma viagem triste, parecia mais uma fuga. Os dois discípulos conversavam sobre o que tinha acontecido em Jerusalém: “Jesus, foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo”. Ele despertou tanta esperança! Ele parecia prometer tanto! Tudo o que ele fazia e falava prometia, de fato, um mundo novo: novo céu e nova terra! Quando mais esperávamos, aconteceu o que não esperávamos: “Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para se condenado à morte e o crucificaram”. Esperávamos tanto, e só tivemos decepção. “Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram”.
Nessa viagem triste, porém, acontece uma surpresa: “o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles”. Aproximou-se e começou a caminhar com eles. Ele está presente, mais presente e atuante do que nunca; mais próximo, mais enviado do que nunca. Mas eles não o reconhecem. Pensam que se trata de um peregrino meio lesado, meio alienado: “tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?” Essa impressão é confirmada pela pergunta daquele peregrino estranho: “o que foi que aconteceu em Jerusalém?”
Jesus ressuscitou em sua inteira realidade humana. Ele não é espírito desencarnado ou alma penada. Não é um fantasma ou uma alucinação saudosa. Ele ressuscita na sua corporeidade humana, mas é uma corporeidade glorificada, não pertence a este mundo, pertence agora à condição divina. Nessa nova condição, Jesus está realmente presente, está continuamente presente. Os dois discípulos não estão acostumados a essa nova forma de presença de Jesus, por isso não o reconhecem.
Jesus precisa abrir brechas na cegueira dos discípulos de Emaús para se revelar à evidência dos sentidos deles. Somente depois que eles estiverem convencidos do fato e tiverem aprendido a reconhecer o seu novo modo de presença, Jesus desaparecerá da vista deles.
O corpo glorificado de Jesus participa agora da liberdade do espírito: ele pode tomar a figura de antes para atestar a sua identidade, mas pode também assumir a forma de um peregrino que se junta aos viajantes de Emaús, pode se apresentar como um jardineiro, pode assumir a figura de um comprador de peixes. A causa da incapacidade de reconhecer o ressuscitado não é a condição de glorificado, mas a cegueira dos discípulos que não esperam mais ver Jesus que está morto já há três dias. Eles são cegos porque julgam a morte como fato definitivo e último. Não esperam mais e por isso não podem ver Jesus.
Apesar da cegueira, os discípulos de Emaús acolhem aquele peregrino estranho como companheiro de viagem.
Jesus perguntou aos discípulos: “o que aconteceu?” Há aqui uma ironia. Aquele peregrino parece desconhecer o que aconteceu, mas na realidade são os discípulos que não sabem o que realmente aconteceu. Jesus está vivo e conversa com eles, e eles não sabem o que está acontecendo.
A pergunta de Jesus faz com que saia do coração dos dois discípulos tudo o que está corroendo por dentro. A mesma pergunta Jesus faz para nós: o que está acontecendo? Ele espera que digamos o que nos corrói por dentro.
Os discípulos revelam toda a decepção que corrói por dentro. Jesus foi uma decepção para eles. Frustrou as suas expectativas e esperanças. Eles esperavam que Jesus fosse um conquistador que impusesse politicamente uma independência nacional. Esperavam dele uma imposição esmagadora do poder divino pelos milagres. Esperavam dele uma segurança construída sobre a prosperidade econômica e a riqueza. Jesus frustrou todas essas expectativas.
Graças a Deus! A profunda decepção dos discípulos não foi causada por promessas falsas de Jesus. Jesus nunca prometeu o que os discípulos esperavam.
Foi bom para os discípulos manifestar a decepção que corroía por dentro. Agora eles têm condições de reconhecer que o problema não era o que Jesus prometeu, mas o que os discípulos esperavam. Eram as esperanças que estavam erradas, não as promessas de Jesus.
Com razão Jesus adverte os discípulos: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram”. Eles não tinham entendido nada dos profetas, por isso começa uma aula pascal na qual Jesus explica as Escrituras. Os discípulos conheciam a Escritura, mas a interpretavam mal: tinham selecionado da Escritura somente as partes triunfais e imaginaram um messias segundo essa seleção. Jesus mostra que os discípulos devem também ler as passagens do Servo sofredor, a paixão de Jeremias e os salmos de lamento dos sofredores. Mais importante ainda é ler toda a Escritura a partir da vida e obra de Jesus. Somente assim terão acesso ao sentido autêntico das Escrituras.
A explicação aquece o coração dos discípulos, por isso eles pedem com insistência: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando”. Convidemos nós também o Senhor vivo: fica conosco, Senhor!
Jesus toma refeição com os discípulos e repete gestos que tinha feito na última ceia: “tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía”. Isso abre os olhos dos discípulos e revela a identidade daquele misterioso peregrino: é Ele; está vivo; as Escrituras falaram, de fato, de tudo o que deveria acontecer! Jesus desapareceu da vista deles, porque agora a sua presença física não é mais necessária. Jesus permanece presente e eles experimentam isso.
A experiência do Ressuscitado é grande demais para ficar com eles. Imediatamente, sem se importar com o cansaço e a distância, retornam para Jerusalém para anunciar a Boa nova da Ressurreição.
Salmo Responsorial: 4-R- Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!
Segunda leitura: 1João 2,1-5a
Evangelho: Lucas 24,35-48
35 Naquele tempo, os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36 Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37 Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um espírito. 38 Mas ele disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39 Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40 E dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés. 41 Mas eles ainda não podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42 Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43 Ele o tomou e comeu diante deles. 44 Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45 Então ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46 e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, 47 e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. 48 Vós sois as testemunhas destas coisas. Pal. da Salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Lc 24,35-48
A aparição de Jesus ressuscitado entre os seus discípulos é tão inesperada que eles não conseguem acreditar: “é um fantasma”! Jesus, porém, se manifesta com sinais realíssimos: “Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. O que os discípulos veem é o corpo que foi pregado na cruz, que foi atravessado pela lança. Deus, na ressurreição de Jesus, iniciou uma nova criação: a carne humana assumida feita sua na encarnação foi feita corpo espiritual na nova criação da ressurreição. O corpo glorioso do ressuscitado não é outro, é o mesmo da encarnação.
Outra afirmação importante do evangelho de hoje é: “Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras”: o próprio Jesus ressuscitado é a revelação do sentido definitivo das Escrituras. Todas as coisas que pareciam enigmáticas ou que podiam ser interpretadas de diversas maneiras, recebem o seu sentido autêntico e definitivo com a morte e a ressurreição de Jesus. Com a ressurreição de Jesus, todo o AT se revela como preparação, antecipação, profecia e promessa do mistério central da morte e ressurreição de Jesus.
Nas Escrituras, de fato, muitas coisas são figuras da paixão e da ressurreição. Naturalmente não podiam representar todo o mistério: eram uma imagem antecipada e, portanto, imperfeita. Quando Jesus ressuscitou, então aparece claro tudo aquilo que as narrações, os salmos e os relatos anunciavam do mistério de Deus: a paixão morte e ressurreição de Cristo.
Em que sentido as coisas do AT são figuras imperfeitas? São imperfeitas no sentido de que toda vez que a morte é representada de modo real, a ressurreição não se representa do mesmo modo. E vice-versa, quando a ressurreição é efetivamente figurada, então é a morte que não se representa da mesma maneira.
Explico-me com alguns exemplos. Abel assassinado pelo irmão é figura de Cristo na sua morte. Depois da sua morte, Deus diz a Caim: “O sangue do teu irmão clama a mim”. Abel morto fala ainda. Aqui o NT viu uma figura da ressurreição de Cristo, mas é uma figura muito pálida: há algo de Abel que ainda vive depois de sua morte e que clama a Deus, mas Abel mesmo não se apresenta mais vivo diante de Caim.
Outro exemplo: o sacrifício de Isaac. Aqui é a ressurreição que é prefigurada de modo real, porque depois do sacrifício, Isaac está vivo; Abraão recupera seu filho com vida. Por outro lado, a morte não aconteceu realmente. Abraão levanta o braço para sacrificar o filho, mas o não mata realmente. O sacrifício é somente simbólico.
Também a história de José é figura da morte e da ressurreição de Cristo. José vivo acolhe os seus irmãos que queriam matá-lo por inveja contra ele, como Cristo acolhe todos os seus irmãos depois da paixão sofrida pelos pecados deles. José abre aos irmãos as riquezas de um mundo novo, como Cristo abre a nós as riquezas do reino de Deus. Também neste episódio a morte não se verificou realmente. José foi morto simbolicamente, foi jogado no poço como a um morto na tumba, seu pai recebeu suas vestes manchadas de sangue, mas na realidade ele não foi morto.
Muitos símbolos ainda representam de modo preparatório o grande mistério da Páscoa: a história do povo de Deus, o templo destruído e reconstruído depois do exílio.
Depois desta milenar preparação se cumpre definitivamente em Cristo o mistério e se iluminam todas as profecias e prefigurações.
Peçamos ao Senhor Ressuscitado que nos abra a inteligência das Escrituras e possamos admirar, com gratidão e amor, o grande mistério que se realizou nele para a nossa salvação.
Salmo Responsorial: 29(30)-R- Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes.
Segunda leitura: Apocalipse 5,11-14
Evangelho: João 21, 1-19
Naquele tempo: 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3Simão Pedro disse a eles: 'Eu vou pescar'. Eles disseram: 'Também vamos contigo'. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: 'Moços, tendes alguma coisa para comer?' Responderam: 'Não'. 6Jesus disse-lhes: 'Lançai a rede à direita da barca, e achareis.' Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: 'É o Senhor!' Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: 'Trazei alguns dos peixes que apanhastes'. 11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: 'Vinde comer'. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Jesus manifestou-se aos seus discípulos 15e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. 16E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo, quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. 19Jesus disse isso significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.
Meu irmão, minha irmã!
Jo 21,1-14
A aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos Pedro, Tomé, Natanael de Caná da Galiléia e os filhos de Zebedeu e outros dois se dá no contexto de uma pesca. Os sete discípulos nomeados eram na sua maioria pescadores. Tinham sido chamados para serem pescadores de homens e agora voltam ao antigo ofício.
A pesca é também o contexto das tarefas do cotidiano. Assim a aparição do ressuscitado ocorre no contexto das atividades do dia-a-dia da Igreja. Essa é uma característica importante da vida cristã: nosso encontro com o Ressuscitado se dá também no nosso cotidiano!
O relato da aparição à beira do lago de Tiberíades é repleto de simbolismos que precisamos prestar atenção. O apostolado é uma ação de pescar não peixes e sim homens, a noite de trabalho infrutífero está em oposição à manhã da aparição de Jesus. O número 7 parece também significativo.
A noite é o tempo apropriado para pescar, mas os pescadores não pegam peixe algum. É a noite das trevas, na qual Jesus está ausente. Os discípulos precisam experimentar mais uma vez que sem Jesus eles nada podem fazer.
A manhã é o tempo da graça na qual Jesus está vivo. Ele é o sol que ilumina. A sua luz é tal que os discípulos não o reconhecem. Jesus não é identificado não porque se esconda ou se faça confundir. São os olhos dos discípulos que não enxergam; é a pouca fé deles que os impedem de identificar a presença de Jesus. Ou é a luz esplendorosa do Ressuscitado que os ofusca.
Jesus pergunta se eles têm algo para comer. Aquele que veio para dar, inicialmente pede algo para comer. Como aconteceu com a Samaritana, aquele que dá, começa pedindo.
Jesus manda que os discípulos lancem as redes mais uma vez à direita do barco em que estão. A pesca milagrosa agora é possível porque Jesus está presente. Assim é o apostolado, a pesca de homens, só é fecunda em obediência à Palavra de Jesus. Quando cumprimos a Palavra de Jesus, o apostolado é fecundo.
O sinal milagroso da pesca é correta e rapidamente interpretado pelo discípulo amado: “é o Senhor”.
Ao ouvir isso, Pedro se lança à água. É um sinal de pressa em chegar até Jesus. Pedro tem pressa de ir até Jesus. Os discípulos seguem atrás arrastando as redes. No plano simbólico é a força de atração de Jesus que arrasta todos para Ele.
Os cento e cinquenta e três peixes indicam a abundância, e a rede que não se rompe é o símbolo da unidade da Igreja que não se rompe.