Salmo Responsorial: Cânt. Dn 3-R- Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
Evangelho: Lucas 21,34-36
“Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós, 35 pois cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. 36 Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.
Meu irmão, minha irmã!
Dn 7,15-27
Daniel pergunta o significado das quatro feras de sua visão. Ele pediu que lhe fosse explicado o significado das quatro feras. A explicação é clara: “estes quatro possantes animais são quatro reinos que surgirão na terra, mas os que receberão o reino são os santos do Altíssimo; eles ficarão de posse do reino por todos os séculos, eternamente”.
É preciso notar uma certa ambiguidade na visão. Segundo Daniel o filho do homem é um personagem coletivo. Ontem ouvimos que ao Filho do Homem será dada o poder, a glória e a realeza. Na explicação de hoje, o Filho do Homem é identificado com os santos do Altíssimo. Essa ambiguidade é proposital. Na visão de Daniel, Filho do homem é tanto um personagem coletivo quanto o Messias em senso pessoal. Assim, no profeta Daniel, “Filho do Homem” é interpretado em senso coletivo (os santos do Altíssimo) e em senso pessoal. Assim é Jesus Cristo. Ele é pessoalmente o Filho do Homem e, ao mesmo tempo, cabeça do novo Povo de Deus. Cristo é tanto o Messias salvador, como o representante de todos os que foram salvos por Ele, pois uma vez que o Verbo se fez carne, Ele se uniu de alguma forma a todos os seres humanos. O próprio Jesus privilegiou esse título messiânico “Filho do Homem” para se referir a Ele mesmo.
Daniel ainda insiste na explicação da visão. Ele pergunta sobre o sentido dos dez chifres e sobre o chifre que nasceu e fez cair outros três e que era mais forte do que os outros. Novamente a explicação é iluminadora: “o quarto animal é um quarto reino que surgirá na terra. Será maior do que todos os outros reinos; há de devorar a terra inteira, espezinhá-la e esmaga-la. Quanto aos dez chifres do reino: serão dez reis; um outro surgirá depois deles, e este será mais poderoso do que seus antecessores, e abaterá os três reis, articulará insolência contra o Altíssimo e perseguirá seus santos”.
Os santos serão por um certo tempo entregues nas mãos dos inimigos, mas depois desse tempo incompleto, Deus tirará o poder deles e os santos receberão o reino. O Reino dos santos “é um reino eterno, a quem todos os reis servirão e prestarão obediência”.
O reino dos santos e o reino do Filho do Homem não é um reino a mais na série. Não consistirá tampouco em uma vingança dos que eram oprimidos. Não se trata de mudar quem estava no poder, permanecendo o mesmo poder desumano de opressão. Não! O Reino do Filho do Homem é um modo novo no qual a consagração a Deus garante um poder humano autêntico.
Salmo Responsorial: 94(95)R- Amém! Vem, ó Senhor Jesus! Amém!
Evangelho: Lucas 21,34-36
“Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós, 35 pois cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. 36 Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.
Meu irmão, minha irmã!
A palavra de Jesus nos convida à vigilância. Está próximo o fim dos tempos e, por isso, é preciso estar sempre desperto. Este convite nos mostra que nossa vida tem uma grande profundidade, porque é no modo que vivemos o presente é que se decide a salvação ou a condenação.
O dever da vigilância está fundado na esperança de que nossa vida tem futuro. Se nossa vida não tivesse futuro e não estivesse destinada à eternidade não precisaríamos de vigilância. Se nossa vida terminasse na morte, a nossa atitude não seria a da vigilância, mas a de curtir a vida com a maior intensidade possível; seria a de desfrutar com sofreguidão o maior prazer possível, uma vez que a morte iria acabar com toda a possibilidade de prazer. Carpe diem!
O cristão é vigilante porque está animado por uma grande esperança: a esperança da eternidade. O futuro se aproxima, e nós já vivemos cada momento como uma abertura à eternidade. Assim nos preparamos para que a morte não nos encontre em pecado mortal.
A vigilância cristã é necessária porque nós vivemos cada momento na presença de Jesus. O fim do mundo não é para nós uma espécie de amanhã. O fim do mundo é para nós o sinal claro de que nós somos limitados, mas, ao mesmo tempo, que estamos abertos para Deus e para a Vida que Ele nos quer dar.
O fim do mundo só é ameaçador para aqueles que estão apegados a este mundo passageiro de injustiça.
O fim do mundo pode nos abrir a uma grande esperança, porque na instabilidade deste mundo esperamos o amanhã de Deus e do seu Reino.