Salmo Responsorial 118(119)-R- É eterna, ó Senhor, a vossa palavra!
Evangelho Lucas 17,20-25
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 20os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o reino de Deus. Jesus respondeu: “O reino de Deus não vem ostensivamente. 21Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘está ali’, porque o reino de Deus está entre vós”. 22E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do homem e não podereis ver. 23As pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘ele está aqui’. Não deveis ir nem correr atrás. 24Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro do céu, assim também será o Filho do homem no seu dia. 25Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Sb 7,22-8,1
No Antigo Testamento, a Sabedoria conheceu um processo de personificação. Em outras palavras: progressivamente, a sabedoria foi se tornando cada vez menos uma qualidade ou um atributo de Deus (Deus é sábio; ele possui a sabedoria), para ser cada vez mais identificada com o próprio Deus (a sabedoria é Deus) e, no final, com uma Pessoa divina (o Espírito Santo é Sabedoria de Deus).
A leitura de hoje assinala o ponto alto da personificação que a sabedoria atingiu no Antigo Testamento. A leitura tem o seguinte esquema: os atributos da Sabedoria divina (22-24), a sua origem de Deus (27-28) e a sua eficácia (8,1).
Se nós contarmos os atributos da Sabedoria veremos que chegam ao número de 21, ou seja três vezes 7. Esse número foi escolhido intencionalmente, uma vez que 3 e 7, na Bíblia, são números frequentes que implicam a ideia de perfeição. É de se notar mais uma vez que os atributos da Sabedoria não são atributos de uma qualidade ou de uma capacidade de Deus, mas são atributos de uma pessoa, de “Alguém”. O objetivo dessa enumeração de atributos é o de demonstrar a superioridade da sabedoria divina sobre a humana.
Depois de enumerar os 21 atributos da Sabedoria, a leitura chega ao seu ponto alto ao falar das relações da sabedoria com Deus. A sabedoria é “um sopro do poder de Deus”. Essa expressão sublinha que a sabedoria provém de Deus. Assim como o sopro tem origem na respiração humana, a Sabedoria se origina de Deus como seu hálito.
A sabedoria é também “emanação pura da glória do Todo-poderoso”. A emanação nos remete à imagem da fonte da qual emana a água pura. A imagem sugere que assim como não se trata de uma água conservada em cisterna, mas que brota fresca e viva da sua fonte, assim é a sabedoria em relação a Deus.
A Sabedoria é “reflexo da luz eterna”. O reflexo nos liga à imagem do esplendor que o sol emana de si mesmo. As duas imagens da emanação e do resplendor mostram como a Sabedoria está unida a Deus, dele nascendo e procedendo.
A Sabedoria é “espelho sem mancha da atividade de Deus”. Deus não é somente a fonte da sabedoria, mas também a guia e a conduz na sua atividade e nas suas obras.
Por fim, a Sabedoria é “imagem da bondade de Deus”, pois Deus, movido por sua misericórdia, deseja difundir a sua bondade a todos.
Como podemos notar, o modo a Bíblia apresenta a Sabedoria, falando de sua origem e de sua relação com Deus, de sua comunhão e participação no ser mesmo de Deus, prepara a revelação do mistério da Trindade que terá sua plenitude no Novo Testamento, com o envio do Filho e do Espírito Santo da parte do Pai.
Salmo Responsorial 145(146)R- Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!
Evangelho Lucas 17,20-25
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 20os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o reino de Deus. Jesus respondeu: “O reino de Deus não vem ostensivamente. 21Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘está ali’, porque o reino de Deus está entre vós”. 22E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do homem e não podereis ver. 23As pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘ele está aqui’. Não deveis ir nem correr atrás. 24Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro do céu, assim também será o Filho do homem no seu dia. 25Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Fm 1,7-20
São Paulo está diante de um caso de consciência um pouco complicado. Onésimo, por aquilo que se pode entender, tinha fugido da casa do seu patrão Filemom, um bom cristão da Igreja de Colossas. Por ter fugido, Onésimo era considerado pela lei vigente um delinquente. Por sua vez, Paulo acolheu Onésimo com tanta bondade que este se converteu e se fez batizar. É por isso que Paulo se refere a Onésimo como “meu filho que fiz nascer para Cristo na prisão”.
Qual era o problema de consciência para Paulo? Paulo poderia enviar Onésimo de novo para Filemom que tinha o direito de punir o escravo fugitivo. Outra coisa que poderia fazer Paulo era o de reafirma que a escravidão tinha sido superada pela fé cristã e que, por isso, era contrária ao Evangelho. Assim Onésimo podia ser considerado livre, e Filemom não poderia dizer nada em contrário, uma vez que em Cristo somos todos iguais.
Paulo, no entanto, encontrou uma solução totalmente inesperada, mas profundamente arraigada no Evangelho. Ele enviou o escravo Onésimo de volta ao seu patrão acompanhado da carta que hoje lemos. Nesta carta Paulo pede que Filemom receba Onésimo como irmão em Cristo! Paulo não impõe nada a Filemom, mas faz apelo à caridade, à fé e lhe sugere uma solução. Em vez de punir o escravo fugitivo, acolher com honra um irmão no Senhor. Nada mais revolucionário do que isso!
Ouçamos mais uma vez esse pedido revolucionário de Paulo: “Eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea. Se ele te foi tirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, já não como escravo, mas muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor”.
Lc 17,20-25
Muitos perguntam: Quando Jesus retornará? É o mesmo que perguntar: quando virá o Reino? O evangelho que ouvimos responde a essas perguntas com três afirmações.
Como o relâmpago brilha de um lado até ao outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. Assim será a vinda do juiz à terra, surpreendendo todos, sem dar tempo para se preparar. Não é que Deus não queira que estejamos preparados. É exatamente o contrário! Ele ameaça vir sem aviso e sem dar tempo para a preparação exatamente para que isso não aconteça. Fomos avisados, por isso, cabe a nós a vigilância!
O Reino de Deus não vem ostensivamente. Muitos querem ficar calculando os tempos e pretendem identificar em sinais ostensivos da vinda do Reino. Mas esses cálculos e previsões são somente fruto de uma curiosidade inútil e prejudicial.
O Reino de Deus está entre vós. Ficar prevendo o tempo da chegada do Reino é inútil porque o Reino já está presente. Assim o futuro definitivo de Deus já se realizou na Páscoa de Jesus. Deus veio no seu Filho e é preciso que nós o reconheçamos. Assim o que realmente importa é seguir Jesus no seu caminho de morte e ressurreição.