ANOS ÍMPARES
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
1ª Leitura: Êxodo 16,1-5.9-15
Salmo Responsorial 77 (78) O Senhor deu o pão do céu como alimento
Evangelho Mateus 13,1-9
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – 1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos ouça!” – Palavra da salvação
Há três elementos importantes na parábola de Cristo: o semeador, a semente e os terrenos. O semeador e a semente são os mesmos, são elementos bons, uma vez que o semeador é Jesus Cristo e a semente é a Palavra do Reino que Jesus espalha em todos os corações. Os terrenos, por sua vez, são diferentes entre si, assim como os corações dos ouvintes variam de pessoa para pessoa. O que distingue um coração do outro é a disponibilidade para acolher a Palavra semeada e os frutos que se produzem ao colocar em prática a Palavra. Há quatro tipos de terrenos que indicam os quatro tipos de coração, ou melhor, as quatro diferentes disposições dos corações que recebem a Palavra. Dentre esses quatro tipos de terreno só um produz fruto. Dentre as quatro diferentes disposições do coração, só uma possibilita a semente produzir fruto.
Há um coração endurecido, que se tornou inacessível à Palavra e nunca a recebe. Há outro coração cuja disposição só oferece à Palavra a superfície de si mesmo e, por isso, se tornou incapaz de sustentar a Palavra a longo prazo. Há um outro coração que está divido por preocupações contraditórias que acha que pode servir a dois senhores, que deseja obedecer à Palavra, mas que, ao mesmo tempo, está tomado pelas preocupações deste mundo.
Aprendamos da parábola a lição: a Palavra é semeada, é oferecida e é dada a nós gratuitamente, mas precisamos recebê-la com coração aberto; é preciso obedecê-la com decisão e perseverança até o fim; é preciso arrancar do coração tudo aquilo que sufoca o desenvolvimento da Palavra.
1ª Leitura: Jeremias 15,10.16-21
Salmo Responsorial 58 (59) Sois meu refúgio no meio da aflição.
Evangelho Mateus 13, 44-46
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“O reino dos céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O reino dos céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”. – Palavra da salvação.
O povo está há quase dois meses no deserto. As dificuldades aumentam, a carestia se agrava e o povo começa a murmurar contra Moisés e Aarão. “Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos juntos às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente?”
Se prestarmos atenção a murmuração não é somente contra Moisés e Aarão, mas sobretudo contra Deus. O povo começa fazendo uma comparação: a escravidão e também a morte no Egito era melhor do que a liberdade, pois, no Egito, havia carne e pão com fartura. Pior do que isso, a murmuração inverte o sentido da libertação do Egito: Deus fez o povo sair do Egito para matá-lo de fome no deserto.
Às reclamações do povo Deus responde: “Eu farei chover para vós o pão do céu”.
Ao mesmo tempo que promete o pão do céu, Deus põe o povo à prova: “O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. No sexto dia, quando prepararem o que tiverem trazido, terão o dobro do que recolhem diariamente”.
Essa ordem de apanhar somente o necessário para cada dia apela para a obediência e para a confiança em Deus, em uma palavra, apela para a fé. A fé é isto: obediência em fazer o que Deus ordena confiando Nele. No caso concreto do maná, recolhendo o pão de cada dia, o povo exprime a confiança que Deus lhe dará o pão de amanhã. O maná é, de fato, um dom de Deus, e como dom divino ninguém pode se apropriar dele; deverá esperá-lo a cada dia.
Lido a partir da eucaristia, o maná salta diante de nossos olhos como promessa, figura e antecipação. Em nossa peregrinação até Deus somos sustentados pelo alimento celeste e pão que desce do céu, Cristo. Ele é dom por excelência e, por isso, é preciso recebê-lo com fé. Fé que é obediência e confiança. Fé que significa esperar sempre de Deus o dom.