2ª FEIRA DA 4ª SEMANA DA QUARESMA
Leitura: Isaías 65, 17-21
Salmo Responsorial 29 (30 )R- Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes!
Naquele tempo: 43Jesus partiu da Samaria para a Galiléia. 44O próprio Jesus tinha declarado, que um profeta não é honrado na sua própria terra. 45Quando então chegou à Galiléia, os galileus receberam-no bem, porque tinham visto tudo o que Jesus havia feito em Jerusalém, durante a festa. Pois também eles tinham ido à festa. 46Assim, Jesus voltou para Caná da Galiléia, onde havia transformado a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário do rei que tinha um filho doente. 47Ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judéia para a Galiléia.Ele saiu ao seu encontro e pediu-lhe que fosse a Cafarnaum curar seu filho, que estava morrendo. 48Jesus disse-lhe: 'Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais.' 49O funcionário do rei disse: 'Senhor, desce, antes que meu filho morra!' 50Jesus lhe disse: 'Podes ir, teu filho está vivo.' O homem acreditou na palavra de Jesus e foi embora. 51Enquanto descia para Cafarnaum, seus empregados foram ao seu encontro, dizendo que o seu filho estava vivo. 52O funcionário perguntou a que horas o menino tinha melhorado. Eles responderam: 'A febre desapareceu, ontem, pela uma da tarde'. 53O pai verificou que tinha sido exatamente na mesma hora em que Jesus lhe havia dito: 'Teu filho está vivo'. Então, ele abraçou a fé, juntamente com toda a sua família. 54Esse foi o segundo sinal de Jesus. Realizou-o quando voltou da Judeia para a Galileia. Palavra da Salvação.
Jo 4,43-54
Este Evangelho é um convite a progredir na fé.
O funcionário insiste com Jesus para que ele desça para curar o seu filho. Jesus pede dele um aumento da fé: “Se não vedes sinais e prodígios, vós não acreditareis”. Isto é, vocês esperam ver para crer, mas é necessário crer na Palavra. Esta é a verdadeira fé.
O funcionário insiste: “Desce, antes que o menino morra”. E Jesus lhe responde: “Vai, teu filho vive”. Neste momento Jesus exige ao homem a fé em sua palavra. Era muito difícil acreditar. “Como posso ir? Eu não tenho nenhuma prova, evidência alguma. tu não vens, não fazes nada, como posso acreditar? Talvez queiras ver-te livre de mim; não queiras ocupar-te deste problema”.
É exatamente esta fé que Jesus espera de nós: fé em sua palavra e não nas evidências. Aquele homem teve a força de acreditar na palavra de Jesus: Ele falou por isso devia ser verdade; não insistiu mais e foi embora acreditando na palavra de Jesus.
Se aquele funcionário não tivesse acreditado, o que teria acontecido quando os empregados lhe vieram anunciar que o filho vivia? Provavelmente teria tido a si mesmo: “Jesus não quis fazer nada, mas por sorte as coisas melhoraram”. Quem não tem fé parece sempre ter razão: se as coisas acabam mal é porque deveria ser assim mesmo.
Mas ele acreditou e por isso quando recebe a boa notícia ele reconhece que aquilo não foi fruto do acaso, mas milagre realizado por Jesus.
Tantas vezes suplicamos ao Senhor para que faça algo por nós ou pelos outros e a atitude de Jesus é a mesma: parece não fazer nada e ainda por cima nos pede fé em sua palavra. Peçamos hoje que possamos progredir na fé.
Quando o funcionário perguntou a que horas o menino começou a melhorar, ele constatou que foi na mesma hora em que Jesus o mandou embora. E o Evangelho conclui: “Ele abraçou a fé, juntamente com toda a sua família”. Preste atenção: aquele homem acreditou e, depois de constatar a cura do filho, abraçou a fé. Ele acreditou na palavra de Jesus sem se apoiar nas evidências, mas depois de constatar que na mesma hora que Jesus lhe havia dito “teu filho está vivo”, abraçou a fé de maneira ainda mais intensa. A fé se radicou na sua alma e invadiu o seu coração. A fé se torno para aquele pai uma força vital para toda a vida e para toda a sua família. O que começou com fé na palavra, progride para uma fé que transforma a alma e faz viver a vida nova. No início, aquele pai acreditou por um ato de generosidade e de confiança; agora ele crê a fé firme e segura que lhe dá a vida em plenitude.
Peçamos ao Senhor que possamos progredir na fé como esse pai.
Isaías anuncia e descreve como serão os novos céus e a nova terra.
Primeiramente será abolida a memória dolorosa: “as coisas antigas não mais serão lembradas”. Com efeito a memória dolorosa pode ser paralisadora e pode obscurecer a alegria.
Além disso, desaparecerão definitivamente do mundo a desordem, o pecado e as suas consequências. Essa nova ordem das coisas é descrita com imagens que exprimem os desejos mais intensos das pessoas: a ausência do pranto e dos clamores, a vida longa e a cessação da morte prematura. A ação de Deus vai transformar toda a realidade.
Por fim, nos novos céus e na nova terra as pessoas receberão a bênção de poder desfrutar do próprio trabalho: construirão casas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e comerão de seus frutos. Esse é um anelo de grande atualidade. Há pessoas que constroem muitas casas, mas não têm onde morar de modo digno. Fabricam objetos que não podem comprar. Plantam e cultivam campos dos quais não podem se alimentar.
Evidentemente se trata de uma imagem daquilo que Deus deseja para nós e para todos, mas não há como ser diferente: quando Deus fala da felicidade que Ele deseja para nós, Ele o descreve com nossa linguagem e segundo nossos próprios anseios.
Tempo da quaresma é um tempo oportuno para contemplar o desígnio que Deus realiza na morte e na ressurreição de Cristo.