AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Leitura: 2 Samuel 24,2.9-17
Salmo 31 (32) R- Perdoai-me, Senhor, meu pecado!
Evangelho de Marcos 6,1-6
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 1Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isso? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? 3Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele. 4Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. 5E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Jesus foi a Nazaré, sua terra, lugar onde ele viveu e cresceu. Ele está entre os seus. Esse episódio tem muito a nos ensinar, porque muitas vezes nos consideramos próximos de Jesus, familiares a Jesus, e por isso podemos assumir o mesmo comportamento dos nazarenos. Se o evangelho nos narrou esse incidente da rejeição das pessoas mais familiares a Jesus, foi para nos prevenir e acautelar.
Os nazarenos não creem em Jesus, e Jesus se admira com a incredulidade deles. Eles estavam habituados demais com Jesus. Eles tinham visto Jesus convivendo com eles por trinta anos. Eles conheciam bem a família dele. Acompanharam Jesus desde a sua infância, passando pela adolescência e juventude e até há pouco tempo eles o viram trabalhar com José, o carpinteiro, e por isso eles não conseguem se abrir para a novidade de Deus e do evangelho. Tudo o que eles conhecem de Jesus é um obstáculo para eles esperarem algo a mais de Jesus. É essa incapacidade que os leva à incredulidade.
Podemos, também nós, estarmos muito habituados a Jesus. Afinal, ouvimos falar dele desde a infância, estudamos muitas coisas sobre Jesus, e até estamos satisfeitos com essa rotina. Por isso, quando Jesus age de maneira inesperada nós nos opomos e nos rebelamos, não aceitamos que Jesus se comporte de modo diferente daquele modo com que nós estávamos habituados. Nós reduzimos, assim, Jesus ao que nós queremos que ele seja. Nós colocamos Jesus dentro de um quadro de comportamento do qual ele não pode sair mais. No fim das contas, nós pretendemos controlar Jesus e o enquadramos dentro do que nós imaginamos o que ele seja e pode fazer.
Meu irmão, minha irmã, é preciso deixar Deus ser Deus. É preciso deixar Jesus ser Jesus e não pretender, como os nazarenos, enquadrá-lo dentro de nossos esquemas limitados. Pelo contrário, deixemos que Jesus nos revele toda a sua surpreendente bondade e misericórdia. Permitamos que Jesus nos mostre o seu inesperado amor e poder.
DOM JULIO ENDI AKAMINE