5ª FEIRA DA 25 ª SEMANA COMUM
Salmo Responsorial 149-R- O Senhor ama seu povo de verdade
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 7o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros, ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus. – Palavra da salvação.
O profeta Ageu denuncia o desleixo religioso. O povo e os seus chefes tinham lançado os alicerces para reconstruir o templo, mas eles afirmavam: “Ainda não chegou o momento de edificar a casa de Deus”.
Muitos poderiam ainda acrescentar como razões: ainda não é tempo de edificar a casa de Deus porque o mais importante é a religião do coração. Não devemos transformar o templo material em um tipo de amuleto como tinham feitos os antepassados. Por isso não precisamos nos preocupar se a edificação do templo demora.
O profeta Ageu denuncia que, se tudo isso é, em si mesmo verdadeiro, está sendo usado como desculpas para o descaso com as coisas de Deus. Prova desse descaso é que as pessoas se preocupam com suas casas, mas não com a de Deus: “Acaso para vós é tempo de morardes em casas revestidas de lambris, enquanto a casa de Deus está em ruínas?”
O templo é um sinal da orientação fundamental das pessoas: ele está em ruínas, enquanto as pessoas embelezam suas próprias casas. Tem mais importância a própria casa do que a de Deus. Se, de fato, as pessoas tivessem Deus no coração, eles pensariam antes na casa de Deus do que na própria.
Os fatos não podem ser mais eloquentes: tinham importado madeira do Líbano para construir as próprias casas. E a casa de Deus? Deixa para depois! Primeiro vem o homem, depois Deus!
O que está em jogo é a escala de valores: o que vem primeiro? O que é mais importante na vida?
O que ouvimos do profeta Ageu nos obriga a um exame de consciência: preocupamo-nos com a coisas de Deus, ou só estamos preocupados com nossos interesses? Quando se trata dos nossos interesses, somos impacientes, mas quando se trata de Deus, achamos que ainda não é tempo. Temos tempo para ganhar dinheiro, para obter lucros, para nossos negócios! Mas não temos tempo para a oração pessoal, para a missa, para estudar a religião e a doutrina católica. Temos necessidade de descanso, viagem e lazer, mas não encontramos tempo para a prática da vida cristã. E ainda por cima, reclamamos da vida.
A vida não dá verdadeira satisfação porque antepomos os nossos interesses aos de Deus. Temos tudo e nos falta o essencial!
Peçamos ao Senhor que tenhamos pressa nas coisas de Deus.
Herodes faz uma pergunta para si mesmo: quem é esse homem? Herodes conhece Jesus por ouvir falar sobre ele. As opiniões são diversas. Elas revelam a tentativa de enquadrar Jesus em algum modelo já conhecido. Para uns ele é João Batista que ressuscitou ou um dos profetas que tornou a viver ou é Elias que não morreu e foi levado ao céu em um carro de fogo. Mas esses modelos não fazem justiça ao mistério pessoal de Jesus. Mesmo que sejam personagens importantes, tais modelos só empobrecem a pessoa e missão de Jesus.
Tais modelos só reduzem o Novo que é Jesus a uma mera novidade!
Herodes não acredita nos boatos que surgem em torno de Jesus e por isso quer vê-lo pessoalmente. Evidentemente esse desejo de Herodes não tem o objetivo de um verdadeiro encontro pessoal. Herodes vê Jesus somente como um concorrente para conhecer e para eliminar.
Para conhecer Jesus, não basta uma simples inspeção. Nesse sentido, a lembrança de Herodes e de seu desejo nos mostra que para um autêntico encontro com Jesus é preciso a fé.