ANOS ÍMPARES
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Primeira Leitura: Tobias 3,1-11a.16-17a
Salmo Responsorial: 24(25)-R- A vós, Senhor, eu elevo a minha alma.
Evangelho: Marcos 12,18-27
Naquele tempo, alguns saduceus, os quais dizem não existir ressurreição, aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: 19 “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver um irmão e este morrer, deixando a mulher sem filhos, ele deve casar-se com a mulher para dar descendência ao irmão’. 20 Havia sete irmãos. O mais velho casou-se com uma mulher e morreu sem deixar descendência. 21 O segundo, então, casou-se com ela e igualmente morreu sem deixar descendência. A mesma coisa aconteceu com o terceiro. 22 E nenhum dos sete irmãos deixou descendência. Depois de todos, morreu também a mulher. 23 Na ressurreição, quando ressuscitarem, ela será a esposa de qual deles? Pois os sete a tiveram por esposa?” 24 Jesus respondeu: “Acaso não estais errados, porque não compreendeis as Escrituras, nem o poder de Deus? 25 Quando ressuscitarem dos mortos, os homens e as mulheres não se casarão; serão como anjos no céu. 26 Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó!’ 27 Ele é Deus não de mortos, mas de vivos! Estais muito errados”.
Meu irmão, minha irmã!
Tb 3,1-11.16-17
A leitura de hoje constitui o ponto alto do livro de Tobias. Nela um homem, Tobit, e uma mulher, Sara, encontram-se submetidos a uma grande provação. Ambos sofrem tanto que pedem a Deus a morte. Mesmo que o objeto da oração seja o pedido da morte, tanto Tobit quanto Sara se dirigem a Deus confiantemente. Tendo atingido o auge da crise, Tobit e Sara se voltam para Deus com orações que foram recolhidas na leitura de hoje.
Uma leitura superficial das duas orações pode nos levar a ver em Tobit e em Sara atitudes desesperadas, pois ambos pedem a morte para se verem livres das suas tribulações. Mas na realidade ambas as orações deixam transparecer um profundo espírito de fé, humildade e obediência à vontade de Deus. Assim as palavras da oração de Tobit e Sara são mais um desafogo motivado pela confiança em Deus do que sinônimo de falta de fé.
Assim deve ser a oração cristã. As palavras de Tobit e de Sara não são um louvor resignado e simples. No entanto, por baixo das expressões de desespero está a esperança e a confiança em Deus. Apesar de toda dor e confusão, o que Tobit e Sara buscam é Deus. É principalmente quando sofrem que as pessoas se voltam para Deus ou, ao contrário, se desviam dEle; mas, em ambos os casos, elas se defrontam com seu mistério.
Assim Deus quer ser tratado pela pessoa que sofre: honradamente, numa busca trabalhosa, numa busca corajosa que não se entrega até o encontro que é dom de Deus. Isso é viver como verdadeiro servo.
DOM JULIO ENDI AKAMINE
ANOS PARES
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Primeira Leitura: 2 Timóteo 1,1-3.6-12
Salmo Responsorial: 122(123)-R- Ó Senhor, para vós eu levanto meus olhos.
Evangelho: Marcos 12,18-27
Naquele tempo, alguns saduceus, os quais dizem não existir ressurreição, aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: 19 “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver um irmão e este morrer, deixando a mulher sem filhos, ele deve casar-se com a mulher para dar descendência ao irmão’. 20 Havia sete irmãos. O mais velho casou-se com uma mulher e morreu sem deixar descendência. 21 O segundo, então, casou-se com ela e igualmente morreu sem deixar descendência. A mesma coisa aconteceu com o terceiro. 22 E nenhum dos sete irmãos deixou descendência. Depois de todos, morreu também a mulher. 23 Na ressurreição, quando ressuscitarem, ela será a esposa de qual deles? Pois os sete a tiveram por esposa?” 24 Jesus respondeu: “Acaso não estais errados, porque não compreendeis as Escrituras, nem o poder de Deus? 25 Quando ressuscitarem dos mortos, os homens e as mulheres não se casarão; serão como anjos no céu. 26 Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó!’ 27 Ele é Deus não de mortos, mas de vivos! Estais muito errados”.
Meu irmão, minha irmã!
Os saduceus eram um partido religioso, uma tendência religiosa que não acreditava na ressurreição. Por isso eles apresentam a Jesus um caso fictício de uma mulher que foi casada com sete irmãos. Esse caso foi construído numa base artificial sobre a lei do levirato. O levirato dizia que se um homem casado morresse sem deixar filhos, o seu irmão deveria casar-se com a viúva, a fim de suscitar descendência ao irmão morto e também para amparar essa viúva. De fato se não há ressurreição, como pensavam os saduceus, a única maneira de sobreviver à morte era através da descendência, através dos filhos. Por isso, morrer sem filhos era considerado uma grande desgraça. Era como que morrer duas vezes. O irmão deveria, então, casar-se com a cunhada viúva, para que o irmão morto não ficasse sem uma descendência para perpetuar o seu nome.
Partindo dessa lei do levirato, que foi dada por Moisés, os saduceus constroem uma história que acaba ridicularizando a ressurreição. Eles perguntam: “Mas então na ressurreição, aquela mulher que esteve casada com sete irmãos, vai ser mulher de quem? Com quem ela terá filhos depois de ressuscitar”? Os saduceus, que queriam tornar ridícula a fé na ressurreição, acabam caindo eles próprios no ridículo. Jesus lhes responde: “Acaso vós não estais enganados, por não conhecerdes as escrituras nem o poder de Deus? Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu.
Meu irmão, minha irmã, Jesus está querendo dizer o seguinte: a ressurreição não é uma continuação desta vida. Não devemos projetar na vida eterna as condições atuais da nossa vida terrena. Se fosse assim, não deveríamos perguntar apenas de quem a mulher seria esposa, mas também se iremos receber uma casa, quanto iremos pagar de luz, de água, telefone, onde encontraremos escola para os nossos filhos, em que padaria vamos comprar pão, quanto será o IPTU, e se haverá uma boa Previdência Social, quando ficarmos velhos. É um absurdo pensar que a vida eterna seja um prolongamento ou uma repetição desta vida. Se for assim, é a nossa fé que é vazia. Se assim for, a vida eterna deixará de ser uma bênção para se tornar uma maldição. Se a vida eterna for uma duração indefinida desta nossa vida terrena, então eu prefiro não ressuscitar.
Mas a ressurreição se baseia no poder de Deus. Deus tem o poder de criar tudo novo. A vida eterna não é duração indefinida desta vida. A vida eterna é uma forma que nós encontramos para dar nome à vida que Deus vive e nos quer dar. Trata-se do instante pleno de sentido e de realização em Deus.
DOM JULIO ENDI AKAMINE