Salmo Responsorial 105 (106) R- Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!
Evangelho Mateus 13,31-35
Jesus apresentou-lhes outra parábola ainda: “O Reino dos Céus é como um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu campo. 32 Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior que as outras hortaliças e torna-se um arbusto, a tal ponto que os pássaros do céu vêm fazer ninhos em seus ramos”. 33 E contou-lhes mais uma parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até que tudo ficasse fermentado”. 34 Jesus falava tudo isso em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar de parábolas, 35 para se cumprir o que foi dito pelo profeta: “Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”
Meu irmão, minha irmã!
Ex 32,15-24.30-34
O relato do bezerro de ouro é quase como um relato de pecado original do Povo de Deus. O primeiro ato do povo, imediatamente depois de selada a aliança com Deus, é o grave pecado da idolatria. Foi a aliança com Deus que constituiu o povo como Povo de Deus, e o ato inicial dele é o de fazer um bezerro de ouro!
Ao ver que o povo tinha tão cedo abandonado Deus Vivo e Verdadeiro pelo bezerro de ouro, Moisés é tomado de indignação. “Ele arremessou por terra as tábuas, quebrando-as no sopé da montanha. Em seguida apoderou-se do bezerro que haviam feito, queimou-o e triturou-o, até reduzi-lo a pó. Depois, espalhou o pó na água, e fez os filhos de Israel beberem dela”.
O bezerro de ouro mostra toda a sua impotência: primeiramente ele foi fabricado pelo próprio povo e, depois, é reduzido a pó por Moisés. Não existe sem que seja produzido por outros; e não pode se defender contra quem o destrói. O que é feito é também defeito.
Além disso, ele é transformado em bebida de castigo que penetra no corpo dos culpados, uma vez que já tinha penetrado anteriormente na alma deles. A bebida é uma bebida de maldição que denuncia a culpa e a pune.
É surpreendente a diferença de comportamento de Moisés e de Aarão.
Aarão tinha sido cúmplice da idolatria do povo. Foi ele quem organizou as coisas para tornar possível a fabricação do bezerro de ouro: promoveu a coleta de joias, fez fundir o ouro coletado e fabricou a imagem sacrílega. Quando Moises pergunta a razão de ter agido dessa maneira condenável, Aarão tirou o corpo fora e pôs toda a culpa no povo: “Tu bem sabes que este povo é inclinado ao mal”.
Moisés, ao contrário, mesmo sendo inocente e não tendo cometido o pecado da idolatria, se solidariza com o povo e intercede pelos culpados: “Este povo cometeu um grandíssimo pecado: fizeram para si deuses de ouro. Peço-te que lhe perdoes esta culpa, senão, risca-me do livro que escreveste”.
Como é diferente o modo de proceder de Moises! Mesmo sendo inocente, está disposto a ser punido junto com o seu povo. Moises está pronto para ser rejeitado por Deus a fim de que o povo seja perdoado. É como se ele estivesse disposto a ir para o inferno no lugar dos pecadores.
Essa é uma lição fortíssima para nós que muito espontaneamente nos distanciamos dos pecadores. Afirmamos nossa inocência e queremos que Deus puna os outros como pecadores. Queremos que os outros sejam responsabilizados pelo pecado cometido e nos consideramos justos e santos.
Moises agradou a Deus, não porque se considerou inocente e separado dos pecadores, mas porque se mostrou solidário com eles. Ele estava disposto a sofrer junto com os pecadores e no lugar deles a punição merecida. Nesse sentido, Moises é uma antecipação de Jesus Cristo.
Cristo é o cordeiro de Deus que sofreu a morte em lugar dos pecadores. Ele foi abandonado por Deus na cruz em solidariedade aos pecadores. Ele sofreu o inferno em nosso lugar!
Uma das coisas mais exigentes da vida cristã é esta: aceitar sofrer o castigo merecido por outros. Com efeito, pode acontecer que nos advenham sofrimentos que não merecemos, mas que concorrem para o perdão de pecados alheios. Não temos como penetrar neste mistério, mas se foi assim que Cristo nos salvou, não devemos nos escandalizar se, em algumas ocasiões, sofremos pelos pecados dos outros.
Salmo Responsorial 32 (33) Esqueceram o Deus que o gerou
Evangelho Mateus 13,31-35
Jesus apresentou-lhes outra parábola ainda: “O Reino dos Céus é como um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu campo. 32 Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior que as outras hortaliças e torna-se um arbusto, a tal ponto que os pássaros do céu vêm fazer ninhos em seus ramos”. 33 E contou-lhes mais uma parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até que tudo ficasse fermentado”. 34 Jesus falava tudo isso em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar de parábolas, 35 para se cumprir o que foi dito pelo profeta: “Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”
Meu irmão, minha irmã!
O Reino dos Céus é como a semente de mostarda. Essa semente é a menor de todas as sementes. É quase um grão de poeira. Mais parece um pólem que uma semente. Jesus contempla essa coisa diminuta e nela já vê a árvore frondosa na qual os pássaros do céu podem fazer os seus ninhos.
Para entender o que é o Reino é preciso ter esse olhar antecipador, esse olhar contemplativo de Jesus.
O Reino dos Céus é como o fermento. O trabalho humilde, simples da mulher que mistura o fermento em três porções de farinha faz-nos perceber o enorme trabalho que é anunciar o evangelho que fermenta o mundo todo.
Nessas duas parábolas Jesus deseja nos dar o seu olhar contemplativo, olhar que faz ver as coisas mais simples e humildes, o mistério do Reino de Deus.
Tantas vezes tantas coisas passam sob nosso olhar sem que nos apercebamos do seu significado sublime. Estamos por demais habituados aos milagres que acontecem bem abaixo do nosso nariz a cada momento, e nem nos damos conta.
Jesus deseja que tenhamos o seu olhar para que em tudo e a todo o momento nos unamos ao Pai e à sua vontade.