Salmo 14(15)R- Senhor, quem morará em vosso Monte Santo?
Evangelho Mateus 7,6.12-14
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 6“Não deis aos cães as coisas santas nem atireis vossas pérolas aos porcos, para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a lei e os profetas. 13Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! 14Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram!” – Palavra da salvação
Meu irmão, minha irmã!
Gn 13, 2.5-18
Abrão e Ló tinham bens e adquiriram riquezas. Eles possuíam rebanhos, prata e ouro. A riqueza dos dois ameaçava romper as boas relações entre os dois que se consideravam irmãos. O lugar em que eles habitavam não era mais suficiente para eles viverem juntos e começaram a surgir brigas entre os pastores de Abrão e os de Ló. As riquezas geram tensões e rixas porque os rebanhos precisavam de espaço amplo. Abrão tinha criado e cuidado do sobrinho órfão Ló como irmão menor e os dois tinham se enriquecido.
Diante dessa dificuldade prática Abrão age com magnanimidade. Ele não é mesquinho e decide se separar do sobrinho Ló sacrificando os seus direitos para poder salvar a fraternidade que os une. É admirável como a fé guia Abrão. É muito comum os ricos se preocuparem em aumentar ainda mais as suas posses. Abrão, ao contrário, está mais preocupado com a relação de fraternidade do que em conservar a sua riqueza. Ele deseja evitar que a discórdia o distancie do seu sobrinho Ló. Por isso com a liberdade que a fé inspira, Abrão aplica a regra de ouro que Jesus irá dar no Evangelho: “fazer aos outros o que deseja que os outros façam a você”. Por isso ele diz ao sobrinho: “Não haja contenda entre mim e ti, entre os meus pastores e os teus, pois somos irmãos. Não está toda a terra diante de ti? Peço-te, separa-te de mim. Se fores para à esquerda, eu irei à direita; se fores à direita, eu irei à esquerda”.
Por ter criado Ló, por ser mais velho, Abrão teria a prioridade na escolher. No entanto, ele deixa que Ló escolha. Ló escolheu o vale fértil do Jordão. A Abrão resta a parte montanhosa e árida da região.
Deus convidou Abrão a olhar e contemplar o território presente e a terra futura. Enquanto Ló escolhe, Abrão recebe o que Deus lhe reserva. Ao renunciar ao seu direito de escolher por primeiro, Abrão se abre ao dom de Deus. É exatamente isso o que Abrão exprime ao construir um altar em honra de Deus. Erigindo o altar, Abrão afirma que, na realidade, é o Senhor que toma posse da terra.
Abrão como que antecipa em sua renúncia o que Jesus ensinará no sermão da montanha: devemos entrar pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição. A história deu razão a Abrão. A porta larga conduziu Ló a Sodoma e Gomorra, símbolos da perdição e da perversidade.
Mais uma vez Abrão nos ensina: há mais alegria em dar do que em receber.
Salmo 47(48)R- O Senhor estabelece sua cidade para sempre.
Evangelho Mateus 7,6.12-14
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 6“Não deis aos cães as coisas santas nem atireis vossas pérolas aos porcos, para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a lei e os profetas. 13Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! 14Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram!” – Palavra da salvação
Meu irmão, minha irmã!
2Rs 19,9b-11.14-21.31-35a.36
Na leitura, ouvimos como Deus se compadeceu da cidade de Jerusalém que estava sitiada pelo exército assírio. Isaias anuncia: “Protegerei esta cidade e a salvarei em atenção a mim e ao meu servo Davi. Naquela mesma noite, saiu o Anjo do Senhor e exterminou no acampamento assírio cento e oitenta e cinco mil homens”. Essa intervenção divina que salva o seu povo é a resposta à oração do rei Ezequias. Ele desdobrou a carta de Senaquerib no templo para mostrar ao Senhor os ultrajes e as palavras desrespeitosas do rei assírio contra Deus.
A oração de Ezequias inicia com uma visão universal da história que se contrapõe a visão – também universal – de Senaquerib. Segundo o rei Assírio, a história universal revela o poderio do império que devastou até agora todas as nações. Por isso, Ezequias não deve acreditar em Deus, pois nem o Senhor tem o poder de livrar Jerusalém do poderio assírio. A oração de Ezequias, por sua vez, tem uma visão diferente dos fatos: no cenário do mundo, o imperador assírio devastou todas as nações exatamente porque os ídolos são impotentes. “É verdade que, Senhor, que os reis da Assíria devastaram as nações e seus territórios; lançaram os seus deuses ao fogo, porque não eram deuses, mas obras das mãos dos homens, de madeira e de pedra; por isso os puderam destruir”.
É impressionante essa diferença: para Senaquerib as vitórias contras todas as nações revelam o seu poder, para Ezequiel, elas revelaram a impotência dos ídolos. Por isso, em relação a Jerusalém, o Senhor mostrará a impotência desse imperador. Jerusalém se torna assim como o palco e o cenário para o mundo. O que nela acontece revela o Deus vivo e verdadeiro. Assim Senaquerib ataca somente um povo qualquer, mas comete um pecado de sacrilégio contra o Santo.
A resposta divina interrompe o discurso arrogante de Senaquerib. O verdadeiro sujeito da história não é o imperador, mas o Senhor. Deus é aquele que planeja com tempo e executa em seu momento propício. O imperador nada mais é do que mero executor do plano divino.
A leitura de hoje nos ensina que Deus é quem conduz a dramática história da humanidade. Nós podemos colaborar com Deus livremente e nos salvar. Podemos resistir a Deus e nos perder, mas isso não impedirá que também nossos erros acabem por colaborar com a salvação do mundo.