3ª FEIRA DA 30ª SEMANA COMUM. -
1ª Leitura: Efésios 5,21-33
Salmo Responsorial 127(128) - R- Felizes todos os que respeitam o Senhor!
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o reino de Deus e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”. – Palavra da salvação.
Esse texto é extraordinário! Representa uma verdadeira revolução na relação entre marido e esposa! Uma revolução que ainda não foi plenamente vivida e é sempre renovadora da vida conjugal.
Mas como? Lendo o texto de Paulo, temos a impressão que ele defenda a submissão da mulher ao homem. De fato, Paulo exorta: “As mulheres sejam submissas aos seus maridos”. Além disso, Paulo parece defender a superioridade do homem em relação à mulher: “Pois o marido é a cabeça da mulher”.
No entanto, a afirmação mais importante da leitura de hoje está no versículo 32 e é a partir dele que devemos entender todo o resto: “Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja”. É a partir da relação entre Cristo e a Igreja que se interpreta a relação entre esposo e esposa, e não o contrário!
Assim a submissão da esposa ao esposo deve ser uma submissão semelhante à submissão da Igreja a Cristo. Da mesma forma, a relação do marido cabeça com a esposa se pauta pela relação de Cristo cabeça com a Igreja, ou seja, trata-se de um novo tipo de domínio que nada tem a ver com a tirania. A relação do marido com a esposa é a relação do salvador com a Igreja.
A relação entre os cônjuges se regula pela relação que há entre Cristo e nós, que somos a sua Igreja. Com efeito, quem ama respeita e não oprime o outro; não tem atos de violência nem procedimentos que diminuem a outra pessoa. Dessa forma, o que São Paulo afirma não pode ser usado para justificar a dominação e a opressão em família. Exatamente o contrário!
Outra coisa extraordinária desta leitura de hoje é que nela se revela a dignidade do matrimônio cristão. O Matrimônio cristão é, no fim das contas, uma concreção e uma expressão visível e profética do grande mistério da relação de Cristo e da Igreja. É exatamente por isso que a união natural do homem e da mulher é elevada à dignidade de sacramento.
Rezemos por todos os casados para que possam viver com verdade essa sublime vocação e dignidade. “Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja”.
A parábola da semente de mostarda fala do dinamismo do Reino de Deus. Assim como a semente de mostarda demonstra, o que vale não é a quantidade ou a grandeza exterior, mas a energia interior. O fermento em pequena quantidade tem o poder de levedar a massa inteira. Assim também o Reino, apesar de sua pequenez, tem a força de transformar toda a realidade deste mundo.
As duas parábolas nos ensinam a verdadeira paciência que não é resignação e passividade diante do mal. Paciência é a virtude dos fortes porque conhecem o poder irresistível do Reino que tudo transforma e salva.
Devemos acolher em nós o Reino, a Palavra de Deus, que é pouca coisa, quase imperceptível, mas cuja força pode transformar nossa vida e a do mundo. É preciso paciência e confiança.
De fato, o Reino de Deus não aparece extraordinariamente na Mídia, não alcança os índices do IBOPE, mas ele está presente, como fermento na massa, como semente de mostarda atirado no jardim. Parece que não acontece nada. Não vemos diferença alguma no mundo nem na nossa vida, mas ele já começou a sua ação transformadora e um dia chegará à sua plenitude.