Salmo 110(111)R- Vossas obras, ó Senhor, são verdade e são justiça.
Evangelho Mateus 6,7-15
7 Quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8 Não sejais como eles, pois o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes. 9 Vós, portanto, orai assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, como no céu, assim também na terra. 11 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12 Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos que nos devem. 13 E não nos introduzas em tentação, mas livra-nos do Maligno. 14 De fato, se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15 Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas.
Meu irmão, minha irmã!
2Cor 11,1-11
Paulo era criticado por alguns “super-apóstolos” que influenciavam os coríntios contra a autoridade dele. O modo desses super-apóstolos agir era semelhante aos atuais “influenciadores católicos” que pululam na internet.
Paulo precisa lugar contra esses que ele chama de “falsos apóstolos, operários fraudulentos, disfarçados em apóstolos de Cristo” (2Cor 11,13). Eles, primeiramente, se consideravam mais ortodoxos do que Paulo: eram arrogantes, exigentes, duros e agressivos. Paulo precisa constatar com tristeza: “suportais que vos escravizem, que vos devorem, que vos explorem, que vos tratem com arrogância, que vos batam no rosto” (11,20).
Paulo é criticado por esses super-apóstolos porque ele se mostra muito benévolo e simples. “Eu, Paulo, vos exorto, pela mansidão e bondade de Cristo; eu, tão humilde quanto estou entre vós, e tão ousado para convosco, quando ausente” (10,1).
Além de criticar Paulo por ser humilde no trato com os coríntios, esses super-apóstolos o criticam porque ele não fazia uso do seu direito de ser sustentado pela Igreja. “Acaso cometi algum pecado, pelo fato de vos ter anunciado o evangelho de Deus gratuitamente, humilhando-me a mim mesmo para vos exaltar?”
Paulo se defende veementemente dessas críticas e examinando-se a si mesmo declara que não se arrepende de ter oferecido o Evangelho gratuitamente e de ter se mostrado humilde e moderado no trato.
É preciso equilibrar a autoridade e o serviço. No exercício do poder é preciso evitar o rigor destruidor, como fazem os super-apóstolos. No serviço aos fiéis é preciso evitar a brandura que leva à desordem.
7 Quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8 Não sejais como eles, pois o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes. 9 Vós, portanto, orai assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, como no céu, assim também na terra. 11 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12 Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos que nos devem. 13 E não nos introduzas em tentação, mas livra-nos do Maligno. 14 De fato, se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15 Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas.
Meu irmão, minha irmã!
Jesus nos chama à conversão de nossa oração. Antes de tudo, ele nos fala para não sermos como os pagãos, que acreditam que suas palavras são a coisa mais importante da oração. A oração de Jesus nos ensina que, o que é mais importante, não são as nossas palavras, mas a ação de Deus: "Venha a nós o vosso reino", "seja feita a vossa vontade", e assim por diante.
As nossas belas palavras, os nossos pensamentos mais bonitos podem nos iludir. Pensamos que são eles que convencem Deus ou que lhe ensinam algo, ou que o forçam a fazer a nossa vontade, ou que o convencem da razão de nossos argumentos.
Isso não é cristianismo. É paganismo pensar que Deus precise ser ensinado de algo, precise ser convencido por nós, precise ser pressionado a fazer algo, que Deus precise ser alertado para alguma necessidade nossa.
Para que não tenhamos esse comportamento pagão, Jesus nos entrega a oração do Pai-nosso, que realmente transforma a nossa oração, que muda a nossa oração até à raiz. Com a oração do Senhor, Deus atende a nossa oração, porque antes nós atendemos Deus , que deseja agir em nós.
Se rezarmos como Jesus nos ensinou, a oração pode realmente transformar a nossa vida. É muito educativa a oração do Senhor. Ela começa com pedidos que se referem ao Pai: "Santificado seja o vosso nome (...), venha a nós o vosso reino (...), seja feita a vossa vontade..."
Em nosso egoísmo, não iniciamos nunca a nossa oração dessa maneira. Jesus nos ensina a começar a nossa oração nos colocando diante de Deus para contemplar Deus e desejar conhecê-lo e amá-lo e fazer o que é do seu agrado.
A oração de Jesus nos educa também em relação à nossa vida: "O pão nosso de cada dia dai-nos hoje" é uma oração de confiança, é uma limitação. Não pedimos a riqueza, nem que tenhamos a segurança para o resto da vida. Pedimos o pão de hoje, e nisto está a confiança e a limitação. Sim, é preciso a confiança e a limitação na oração. Isto é para que estejamos abertos a Deus. E para que busquemos não só a vida terrena, mas principalmente a vida eterna. Assim, nosso pedido pelo pão nos impulsiona a buscar o pão do céu.
"Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós também perdoamos a quem nos tem ofendido". Jesus nos educa em nossa oração, mostrando que o amor que Deus nos dá está ligado ao amor fraterno.
"E não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal" - Jesus nos ensina a não pedir que sejamos poupados ou libertados dos sofrimentos, mas que sejamos livres do mal. É verdade que podemos considerar a doença também um mal, mas essas duas coisas são diferentes. A doença, quando vivida em união com Cristo, pode ser grande bem para o doente, para os outros e também para a Igreja.
De qualquer forma pedimos que, enquanto os sofrimentos forem realmente um mal, que sejamos libertos deles, mas aceitemos os sofrimentos em comunhão com Jesus. O importante e decisivo é que sejamos livres do pecado, que é cair na tentação, porque o pecado é ruptura com Deus.