Salmo Responsorial 18A(19)-R- Os céus proclamam a glória do Senhor!
Evangelho Lucas 17,26-37
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la, e quem a perde vai conservá-la. 34Eu vos digo, nessa noite dois estarão numa cama: um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas: uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro será deixado”. 37Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Sb 13,1-9
O livro da Sabedoria distingue três formas de idolatria. 1. A idolatria que consiste em prestar culto às forças da natureza; 2. A adoração das imagens e das estátuas (13,10-15,13) e 3. a idolatria universal (15,14-19). A leitura que acabamos de ouvir fala do primeiro tipo de idolatria.
A idolatria é primeiramente trocar o Criador pelas criaturas. Os idólatras não souberam descobrir nas criaturas as marcas do Criador. Em vez de se elevarem das criaturas ao Criador, os idólatras se fixaram insensatamente nas obras do Criador. “São insensatos todos os que ignoram Deus, os que partindo dos bens visíveis, não foram capazes de conhecer aquele que é; nem tampouco, pela consideração das obras, chegaram a conhecer o Artífice”.
O erro dos idólatras consiste em ter se detido na beleza das criaturas não terem sabido elevar-se até a fonte da beleza, nem terem caído na conta da distância e da superioridade que há entre as criaturas e o seu autor.
Aqueles que divinizam as criaturas tem ao menos o atenuante de terem buscado a Deus. infelizmente nessa busca de Deus, os idólatras ficaram presos às coisas e não se elevaram até ao criador das coisas. “Com efeito, vivendo entre as obras dele, põem-se a procura-lo, mas deixam-se seduzir pela aparência, pois é belo aquilo que se vê!”
Mesmo assim, os idólatras não têm desculpa. Pois se demonstram tanta inteligência e dedicação no estudo da natureza, não usaram tal inteligência e dedicação para descobrir a existência de Deus presente na natureza. “Mesmo assim, nem a estes se pode perdoar: porque se chegaram a tão vasta ciência, a ponto de investigarem o universo, como é que não encontraram mais facilmente o seu Senhor?”
Com efeito, o ser humano e a civilização atual conquistaram um conhecimento admirável das coisas e do universo. Com sua inteligência e criatividade, a ciência é capaz de atingir os confins do Cosmos. Infelizmente o mesmo progresso não parece ser acompanhado de um aumento na sabedoria e na obediência a Deus. Cada vez mais o saber humano se especializa: sabe cada vez mais de nada; conhece cada vez mais de coisas pequenas e cada vez menos de coisas grandes. Pergunte a você mesmo: a que serve tanto progresso tecnológico? Para tornar a terra mais bela, preservada e hospitaleira? Para fazer com que os povos vivam mais em harmonia e em paz? Ou o conhecimento é usado para fazer armamentos? Para manipular as consciências? Para subjugar as massas? Para devastar e destruir a natureza e a humanidade?
Não pensemos que a idolatria seja um problema superado!
Salmo Responsorial 118(119)R- Feliz é quem na lei do Senhor Deus vai progredindo!
Evangelho Lucas 17,26-37
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la, e quem a perde vai conservá-la. 34Eu vos digo, nessa noite dois estarão numa cama: um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas: uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro será deixado”. 37Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”. – Palavra da salvação.
Meu irmão, minha irmã!
2Jo 1,4-9
O Apóstolo São João nos transmite uma admirável síntese de toda a vida cristã. Nenhum aspecto da vida cristã fica de fora dessa síntese que acabamos de ouvir.
A síntese nos ajuda a ter da vida cristã uma visão global e não unilateral. Sempre somos tentados pela parcialidade e pelo unilateralismo. Por isso a síntese de São João é importante para nós: ele une todos os aspectos da vida em Cristo nessa maravilhosa síntese que ouvimos.
Ele insiste sobre o amor e recorda o mandamento do Senhor: “não que te esteja escrevendo a respeito de um novo mandamento, pois trata-se daquele que temos desde o princípio: amemo-nos uns aos outros”.
São não esquece da busca pela verdade: ele ama “na verdade”, augura a graça, a misericórdia e a paz “na verdade”. Trata-se da verdade que é Cristo vindo na carne, da Verdade feita carne para nossa salvação. A verdade não é uma teoria abstrata, mas a pessoa de Cristo. Por isso, João alerta contra “muitos sedutores, que não confessam a Jesus Cristo encarnado”.
São João é muito concreto e não se esquece da obediência: “Amar consiste no seguinte: em viver conforme os seus mandamentos”.
Todos os aspectos da vida cristã convergem na relação com o Pai e o Filho: é preciso permanecer no Filho para possuir também o Pai; permanecer na verdade para vive no amor; ser obediente aos mandamentos para viver na verdade e no amor.
Procuremos viver a síntese entre amor e verdade, entre obediência aos mandamentos e a espontaneidade do amor, entre a união com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Lc 17,26-37
O evangelho de hoje é continuação ao de ontem. Por isso é preciso recordar duas coisas importantes.
Deus está sempre perto de nós.
Os cristãos identificam a proximidade de Deus na morte e ressurreição de Jesus.
Com isso em mente, devemos entender o evangelho de hoje. Se Deus já está perto de nós e de modo definitivo em Jesus Cristo, é preciso prestar atenção nele para viver como Ele. Caso contrário seremos surpreendidos como os contemporâneos de Ló. Os afazeres da vida são sintetizados nos verbos: comer, beber, casar, comprar, vender, plantar, construir. Os principais afazeres da nossa vida consistem em ganhar o sustento (comer e beber), no cuidado da família (casar-se e se dar em casamento), na atividade econômica (comprar e vender), na atividade agrícola (plantar), na vida na cidade (construir). Essas atividades podem absorver a nossa vida de tal forma que nos faz perder o sentido de tudo isso. Não é mal cuidar do próprio sustento, da família, da economia e da cidadania. O problema é a distração, ou seja, se deixar tomar por essas atividades sem saber o motivo e o fim de tudo isso.
Ocupar-se das coisas deste mundo não deve nos impedir de cuidar das coisas do outro mundo. Ser responsável pela vida terrena não nos deve distrair de ser ainda mais responsáveis pela vida eterna.
O juízo de Deus não para nas aparências. Esse é o sentido da afirmação de Jesus: Eu vos digo: nessa noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado.
Um homem e uma mulher dormem na mesma cama, partilham um mesmo teto, cuidam da mesma família, tem os mesmos sonhos, estão envoltos nas mesmas alegria e canseiras. O juízo de Deus, porém, não fica nessas aparências: julga em profundidade, atinge o profundo da consciência, avalia a verdade das escolhas e por isso um é tomado e o outro deixado.
Duas mulheres e dois homens trabalham juntos, se cansam na mesma labuta, partilham as mesmas horas de trabalho. Parece que o destino deles será o mesmo, mas o julgamento de Deus vai até a profundidade da vontade e das intenções mais secretas, discrimina em base às verdadeiras razões do coração. Por isso um é tomado e outro deixado.
Deus não se ocupa das aparências, e, por isso, nós também não devemos nos contentar em parecer bons cristãos. Ficar só nas aparências não nos salvará, mesmo que possamos enganar as pessoas. Uma bela fachada pode iludir os outros, que só podem ver a exterioridade, mas não pode enganar Deus, que vê o coração. É inútil e insensato querer enganar Deus.