Aconteceu num dia de sábado que Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para verem se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: “Levanta-te, e fica aqui no meio“. Ele se levantou, e ficou de pé. Disse-lhes Jesus: ”Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca”? Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.
Cl 1,24-2,3
Há uma afirmação de Paulo que precisamos interpretar bem. Paulo afirma: “alegro-me de tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo”. Alguns entendem essa afirmação como se Paulo pretendesse completar o que falta à paixão de Cristo. Mas essa interpretação não é correta.
Primeiramente porque não se trata da paixão de Cristo, mas das suas tribulações. Depois, porque à paixão de Cristo não falta nada. A paixão de Cristo é suficiente para salvar o mundo inteiro. Por isso não devemos pensar que Paulo pretender completar algo que falta à paixão de Cristo.
A tradução da CNBB é muito boa. De fato, ela traduz: “procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo”. Assim a paixão de Cristo, que é completa, pode continuar e estar presente na vida dos cristãos e isso comporta boa dose de tribulações.
São Paulo tem firme convicção de que a participação na paixão de Cristo por meio das tribulações é fecunda para os outros. Ele vê a paixão à luz da ressurreição e, por isso, sabe que participar da paixão de Cristo e a condição para participar de sua ressurreição. Por isso ele enfrenta as tribulações não com resignação, mas com alegria: “alegro-me de tudo o que já sofri por vós”.
A vocação cristã nos leva a reconhecer nas tribulações sofrida uma graça preciosa de união com Cristo em sua paixão e ressurreição. As tribulações são uma graça de amor autêntico, por isso, uma graça que traz alegria: “alegro-me de tudo o que já sofri por vós”.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a reconhecer a graça que se esconde nas tribulações sofrida por causa do Evangelho.
Lc 6,6-11
Os fariseus estão atentos a Jesus para surpreendê-lo em alguma falta. Desejam que ele cure o homem da mão seca não porque têm compaixão dele, mas para ter algum pretexto para acusar Jesus. Jesus conhece os seus pensamentos. Ele tenta, ainda mais uma vez, abrir os olhos dos fariseus: Eu vos pergunto: o que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?
Ante o silêncio dos fariseus, Jesus cura o homem da mão seca. Os fariseus, uma vez mais, se iludem com a própria perfeição, por isso, em vez de se alegrarem com a cura daquele doente, ficam com muita raiva de Jesus que fez o bem no dia de sábado! Esquecem que Deus quer misericórdia, justiça, fidelidade e não observação vazia da lei.
E nós? É muito fácil que também nós nos iludamos em relação à caridade e à justiça. Julgamos severamente os comportamentos alheios e não vemos a nossa dureza de coração. Sustentamos com agressividade os nossos pontos de vista e não nos percebemos que fazemos isso sem caridade, provocando divisões e sofrimentos.
Peçamos ao Senhor que nos coloque na via da caridade.
Aconteceu num dia de sábado que Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para verem se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: “Levanta-te, e fica aqui no meio“. Ele se levantou, e ficou de pé. Disse-lhes Jesus: ”Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca”? Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.
1Cor 5,1-8
Sempre corremos o risco de nos iludir a nós mesmos. Os cristãos de Corinto se consideravam o ápice da perfeição e se orgulhavam disso. Por isso, Paulo, um pouco antes desta perícope, tinha escrito: “Vós já estais saciados! Já vos enriquecestes! Sem nós, já começastes a reinar! Nós somos loucos por causa de Cristo; vós, porém, sensatos em Cristo; nós somos fracos; vós, fortes; vós sois honrados; nós desprezados”. E eles não se dão conta no seu orgulho que toleram uma imoralidade sexual que não existe nem entre os gentios.
Trata-se de um caso de incesto. Um membro da comunidade cristã se uniu à mulher de seu pai. O fato de a comunidade tolerar isso está em flagrante contradição com a liberdade cristã. Por isso os coríntios não têm razão em se gabar de uma ilusória perfeição cristã. Pelo contrário, a presença desse pecado na comunidade é motivo de vergonha e pode arrastar outros ao pecado. É como o fermento na massa: esse pecado pode contaminar a comunidade inteira. “Vós estais cheios de arrogância, em vez de ficardes tristes. Não é bela a vossa vanglória! Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa?”.
O que fazer então. Paulo ordena que tal pecador seja excluído da assembleia litúrgica com uma finalidade medicinal. A pena da exclusão não é para destruir nem punir fisicamente o pecador, mas tem como finalidade fazer com que excluído da vida sacramental e espiritual sinta o vazio da plenitude religiosa que respirava na assembleia litúrgica, caia em si e tenha o desejo de mudar de vida e de retornar à plena comunhão sacramental.
Nesse sentido é preciso interpretar as palavras de Paulo: “entregamos esse indivíduo a Satanás, para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor”. Entregar o pecador a Satanás para a destruição da carne não significa condená-lo ao inferno, mas purificá-lo do pecado (= destruir a carne) com a finalidade de que o pecador convertido (=espírito) seja salvo.
A Igreja, mesmo que tenha que punir, algum de seus filhos, sempre o faz para sua purificação e sua salvação.