SÁBADO DA 27ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Primeira Leitura: Joel 4,12-21
Salmo Responsorial 96(97)-R- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
Enquanto Jesus assim falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. 28 Ele respondeu: “Felizes, sobretudo, são os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”.
Meus irmãos, minhas irmãs!
A leitura tem como que duas partes contrastantes que nos ensinam a necessidade da vigilância e da conversão de um lado e nos exortam à esperança de outro. Não se trata de dois quatros separados nem de duas imagens isoladas. Com efeito, para recebermos a esperança é preciso vigilância e conversão. Somente com a conversão poderemos ter esperança em Deus. Nisso consiste a vida cristã: penitência, oração, confiança e esperança.
A leitura inicia com duas imagens que descrevem o julgamento de Deus e a punição dos malvados. “Tomai a foice, pois a colheita está madura; vinde calcar, que o lagar está cheio: as tinas transbordam, porque grande é a sua malícia”. Deus executa a sua sentença como uma colheita: o “Vale da Decisão” está repleto de pessoas como um vale coberto de lavouras maduras para a ceifa. Como o ceifeiro usa a sua foice para colher as espigas cheias, assim as pessoas são abatidas por uma foice gigantesca. O “Vale da Decisão” se transforma também em uma gigantesca tina de lagar, repleta de uva, pisadas por pés que lhe tiram o sangue. Assim os culpados serão esmagados pela justiça de Deus. “Vingarei o meu sangue, não o deixarei sem castigo”. A justiça de Deus é vindicativa: não deixa impune quem maltrata os seus prediletos. É uma forte ameaça para quem abusa dos mais fracos e desprotegidos.
Esse quadro aterrador é a descrição do Dia do Senhor que se aproxima. Uma vez que está chegando, é urgente a conversão.
A conversão por sua vez nos abre para a esperança: “o Senhor será refúgio para o seu povo, será a fortaleza dos filhos de Israel”. Assim o triunfo da justiça de Deus não é a aniquilação pura e simples, mas a chegada dos tempos messiânicos descritos como tempo de fertilidade. “Acontecerá naquele dia que os montes farão correr vinho, e as colinas manarão leite, aos regatos de Judá não há de faltar água, e da casa do Senhor brotará uma fonte, que irá alimentar a torrente de Setim”.
Diante de nós está sempre a alternativa: sermos vencidos por Deus ou vencermos com Ele.