Hb 10,32-39
A leitura de hoje recorda o passado heroico da comunidade cristã. Recorda para nós cristãos de hoje a confiança e a coragem com que os cristãos dos primeiros tempos superaram as dificuldades e as perseguições. Há uma solidariedade entre os cristãos tão forte que São Paulo, descreve a heroicidade da fé dos primeiros cristãos como sendo a heroicidade para os fiéis a quem ele escreve a carta: “Lembrai-vos dos primeiros dias, quando apenas iluminados, suportastes longa e dolorosas lutas”. De fato, na vida cristã os bens de uns pertencem a todo o corpo de Cristo, a Igreja. Assim a heroicidade da fé dos primeiros cristãos é também nossa.
Essa comunhão maravilhosa dos bens da salvação implica, porém, como consequência o nosso empenho de prosseguir no presenta a mesma confiança e coragem do passado, levando em conta a grande recompensa que nos espera. Assim a recordação do passado heroico deve nos levar a permanecer no cumprimento da vontade de Deus: “não abandoneis, pois, a vossa coragem, que merece grande recompensa”.
Note como é maravilhosa a comunhão entre os cristãos e, ao mesmo tempo, como é exigente essa comunhão. A coragem e a heroicidade dos primeiros cristãos é também nossa; por isso, é preciso perseverar para se manter no cumprimento da vontade de Deus. o passado de uma fé firme e indestrutível dever servir de estímulo para o modo como vivemos a fé no presente.
AS LEITURAS DESTA PÁGINA E DO MÊS TODO
Leitura: 2 Samuel 11,1-4a.5-10a.13-17
Salmo 50 (51) R-Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos.
Evangelho de Marcos 4,26-34
Naquele tempo: 26Jesus disse à multidão: 'O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou'. 30E Jesus continuou: 'Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra'. 33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo. Palavra da Salvação.
Meu irmão, minha irmã!
Nesta leitura se narra o pecado de Davi. Vemos que, quando uma pessoa começa a pecar, um pecado provoca outro. Davi cedeu ao desejo de possuir Bersabéia. Começa nesse momento uma série de pecados cada vez mais graves. Davi tentou esconder seu pecado de várias formas até tramar a morte de Urias o hitita.
Pior do que isso, o pecado de Davi dá início a um encadeamento não só de pecados mas também de tragédias na sua vida pessoal. A leitura que ouvimos narra o início, mas o desenvolvimento e o fim desses acontecimentos dolorosos e terríveis serão narrados depois. Depois desses acontecimentos ocorreram muitos outros pecados que a Escritura descreve: um dos filhos de Davi usará de violência contra a sua irmã, Absalão, furioso por isso, assassinará este irmão. Mais tarde Absalão se rebelará contra Davi, que precisará fugir. Por fim, o próprio Absalão será morto na guerra civil que se seguirá. Tudo isso como consequência do pecado.
O pagamento do pecado é a morte, diz Paulo. É uma lição que deveríamos aprender. Infelizmente o que aconteceu com Davi se repete debaixo de nossos olhos ainda hoje.
DOM JULIO ENDI AKAMINE