Alguns fariseus aproximaram-se de Jesus e, para experimentá-lo, perguntaram: “É permitido ao homem despedir sua mulher por qualquer motivo?” 4 Ele respondeu: “Nunca lestes que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher 5 e disse: ‘Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne’? 6 De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”. 7 Perguntaram: “Como então Moisés mandou dar atestado de divórcio e despedir a mulher?” 8 Jesus respondeu: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o princípio. 9 Ora, eu vos digo: quem despede sua mulher – fora o caso de união ilícita – e se casa com outra, comete adultério”. 10 Os discípulos disseram-lhe: “Se a situação do homem com a mulher é assim, é melhor não casar-se”. 11 Ele respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, mas só aqueles a quem é concedido. 12 De fato, existem eunucos que nasceram assim do ventre materno; outros foram feitos eunucos por mão humana; outros ainda, tornaram-se eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender, entenda”.
Js 24,1-13
A leitura narra que “Josué reuniu em Siquém todas as tribos de Israel e convocou todos os anciãos, os chefes, os juízes e os magistrados”. Não é uma assembleia qualquer, mas convocação sagrada realizada diante de Deus. Na realidade a Assembleia de Siquém ocorre não por uma iniciativa humana, mas por convocação divina.
Josué, em nome de Deus, fala ao povo e recorda tudo o que Deus realizou em favor do seu povo, desde a vocação de Abraão até a entrada na terra prometida. Tudo o que aconteceu foi sinal claríssimo da ação de Deus, da sua fidelidade, do seu amor: “isso não aconteceu por causa da tua espada nem de teu arco. Eu vos dei uma terra que não lavrastes, cidades que não edificastes, e nelas habitais, vinhas e olivais que não plantastes, e comeis de seus frutos”.
A resposta de Josué e de todo o povo foi uma proclamação de reconhecimento, de confiança, de fidelidade. Diante dos sinais históricos inequívocos do amor de Deus, o povo não tem outra resposta a não ser prometer amor e fidelidade a Deus: amor com amor se paga.
Essa é também a resposta que os santos e santas deram a Deus. Eles responderam ao amor generoso de Deus com uma dedicação total de sua própria vida. Assim é sobretudo a resposta de Nossa Senhora a Deus. Podemos até mesmo pensar que essa resposta de amor a Deus continua também no céu. Todos os santos e santas no céu se unem ao louvor de Maria que continua repetindo: “a minha alma glorifica o Senhor”.
Peçamos a Nossa Senhora e aos santos que sejamos também nós agradecidos e confiantes e que respondamos com amor dedicado ao amor de Deus.
Alguns fariseus aproximaram-se de Jesus e, para experimentá-lo, perguntaram: “É permitido ao homem despedir sua mulher por qualquer motivo?” 4 Ele respondeu: “Nunca lestes que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher 5 e disse: ‘Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne’? 6 De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”. 7 Perguntaram: “Como então Moisés mandou dar atestado de divórcio e despedir a mulher?” 8 Jesus respondeu: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o princípio. 9 Ora, eu vos digo: quem despede sua mulher – fora o caso de união ilícita – e se casa com outra, comete adultério”. 10 Os discípulos disseram-lhe: “Se a situação do homem com a mulher é assim, é melhor não casar-se”. 11 Ele respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, mas só aqueles a quem é concedido. 12 De fato, existem eunucos que nasceram assim do ventre materno; outros foram feitos eunucos por mão humana; outros ainda, tornaram-se eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender, entenda”.
Ez 16,1-15.60.63
Sem fidelidade o amor não é autêntico e é infectado de egoísmo. Deus deseja que vivamos na autenticidade do amor e por isso ele quer que vivamos um amor fiel. Ele mesmo é um exemplo de fidelidade e de amor que supera as mais graves culpas. A leitura que ouvimos é um chamado ao amor autêntico, ao amor fiel.
Ezequiel descreve o amor do Senhor por Jerusalém com uma imagem impactante e pormenorizada. Deus encontrou Jerusalém como uma recém-nascida que se debatia no sangue, ainda com o cordão umbilical, jogada em campo aberto, rejeitada e desprezada por todos. O Senhor diz a Jerusalém: “quando nascestes, ninguém teve dó de ti, nem te prestou cuidado algum por compaixão. Então, eu passei junto de ti e vi que te debatias no próprio sangue. E enquanto estavas em teu sangue, eu te disse: Vive! Eu te fiz crescer exuberante como planta silvestre”.
O Senhor, porém, não parou por aí. Ele a vestiu, a purificou e a adornou: “Banhei-te em água, limpei-te do sangue e ungi-te com perfume. Estendi meu manto sobre ti para cobrir tua nudez. Eu te revesti de roupas bordadas, calcei-te com sandálias de fino couro, cingi-te de linho e te cobri de seda. Eu te enfeitei com joias, coloquei bracelete em teus braços e um colar no pescoço”.
O Senhor foi misericordioso e generosíssimo no seu amor por Jerusalém. Mais ainda, escolheu-a por esposa: “fiz um juramento, estabelecendo uma aliança contigo e foste minha”.
A esse amor misericordioso, delicado, generoso e apaixonado de Deus, Jerusalém respondeu com uma grave infidelidade: “Puseste tua confiança na beleza e te prostituíste graças à tua fama. E sem pudor te oferecias a qualquer passante”. Ela se aproveitou dos dons de seu Esposo para traí-lo com outros deuses. O Senhor protesta contra essa infidelidade que Ele não pode aceitar e, ao mesmo tempo, promete dar a essa situação escandalosa um remédio.
O remédio do Senhor à infidelidade de Jerusalém é a sua fidelidade ao seu amor por Jerusalém. Assim a fidelidade de Deus se revela ainda mais maravilhosa: “Eu me lembrarei de minha aliança contigo, e vou estabelecer contigo uma aliança eterna”. O fruto da fidelidade divina provocará em Jerusalém a vergonha e o arrependimento. E assim ela será libertada do mal que provocou a ela mesma. Poderá viver assim para sempre um amor agradecido.