Salmo Responsorial 80(81)R-Exultai no Senhor, nossa força.
Evangelho Mateus 14, 13-21
Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16 Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!” 17 Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18 Ele disse: “Trazei-os aqui”. 19 E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios. 21 Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças
Meu irmão, minha irmã!
Nm 11,4-15
A leitura descreve o cansaço do povo e o cansaço de Moisés.
O povo está cansado do maná. Mesmo sendo ele um alimento miraculoso que se repete todos os dias, o povo se queixa de um prato único que se lembra de maneira nostálgica da antiga escravidão no Egito como uma existência paradisíaca: “quem nos dará carne para comer? Recordamos os peixes que comíamos de graça no Egito, os pepinos e os melões, as verduras, as cebolas e os alhos. Aqui nada tem gosto ao nosso paladar, não vemos outra coisa a não ser o maná”.
Essa queixa é dirigida a quem tirou o povo do Egito e o trouxe ao deserto. O guia visível é Moisés, mas por meio de Moisés o povo murmura contra Deus. A nostalgia olha para a escravidão do Egito como o lugar da abundância em peixe e legumes. A idealização da antiga escravidão, despreza a liberdade dada por Deus. Em vez de dar passos concretos para se manter na liberdade, o povo quer retroceder. Parece que a opressão e a escravidão sejam preferíveis à própria liberdade quando esta custa algo.
Moisés se mostra contagiado pelo cansaço do povo. Em outros momentos, Moisés tinha se mostrado tão poderoso, agora se descobre impotente. É surpreendente a oração de Moisés. Aparentemente parece que, ele também murmure contra Deus, mas, se ouvirmos com atenção a sua oração, notaremos que se trata de uma queixa amorosa e comedida. Moisés reconhece que o povo é uma carga imposta por Deus, que não foi buscada ambiciosamente. Por isso a queixa é, no fundo, uma confissão da própria impotência e um pedido de ajuda. É como se ele dissesse: Sozinho eu não posso! Moisés reconhece que o povo é de Deus e não seu! Por isso, ninguém pode conduzir o povo a não ser o próprio Deus. Essa é uma confissão de impotência digna de um líder religioso. O povo de Deus só pode ser conduzido por Deus: foi Deus que elegeu o seu povo; Deus é sua origem e destino; Deus é também o caminho por onde o povo de caminhar!
Quem deseja conduzir outros para a salvação precisa ter a mesma humildade de Moisés.
Salmo Responsorial 118 (119)R-Ensinai-me a fazer vossa vontade!
Evangelho Mateus 14, 13-21
Ao ser informado da morte de João, Jesus partiu dali e foi, de barco, para um lugar deserto, a sós. Quando as multidões o souberam, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16 Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vós mesmos dai-lhes de comer!” 17 Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18 Ele disse: “Trazei-os aqui”. 19 E mandou que as multidões se sentassem na relva. Então, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios. 21 Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças
Meu irmão, minha irmã!
Jr 28,1-17
O carisma da profecia sempre esteve presente na Igreja. Infelizmente, assim como no passado, há pessoas que ser apresentam como profetas em terem sido enviadas por Deus. Há pessoas que aparentam revelar o pensamento de Deus sobre os caminhos que a Igreja deve seguir, mas que na verdade proclamam suas próprias ideias e opiniões.
Como podemos identificar a verdadeira da falsa profecia. São Paulo na Carta aos Romanos nos dá um critério importante: “Temos dons diferentes, segundo a graça que nos foi dada. É o dom da profecia? Profetizemos em proporção com a fé recebida”. Esse critério é precioso para o discernimento da profecia autêntica e a leitura de hoje nos ajuda a entender essa regra dada pelo Apóstolo.
Na leitura de hoje vemos a contraposição entre dois profetas: Ananias e Jeremias. Ananias é um profeta de Gabaon que se apresenta como um enviado de Deus para anunciar uma profecia muito agradável para o povo de Jerusalém.
Naquela época, Jerusalém tinha sido conquistada por Nabucodonosor que tinha deportado a maior parte da população. Os habitantes que restaram viviam penosamente e em grande carestia. Naturalmente todos desejavam que as coisas melhorassem, e o profeta Ananias predisse que essa mudança favorável estava se aproximando: “Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Quebrei o jugo do rei da Babilônia. Ainda dois anos e eu farei reconduzir a este lugar todos os vasos da casa do Senhor, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, tirou deste lugar e transferiu para a Babilônia. Também reconduzirei a este lugar Jeconias, filho de Joaquim e rei de Judá, juntamente com toda a massa de judeus desterrados para Babilônia, diz o Senhor, pois eu quebro o jugo do rei da Babilônia”.
Trata-se de uma profecia maravilhosa, que, porém, não corresponde a uma inspiração autêntica. Ananias pregava isso por oportunismo, para corresponder ao desejo do povo, mas não segundo a vontade de Deus.
Ananias ainda insistiu e fez um gesto profético simbólico. Ele pegou o jugo de madeira, que Jeremias carregava ao pescoço como sinal de que o povo iria se subjugado como castigo de Deus, e o quebrou e proclamou: “Isto diz o Senhor: deste modo quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, dentro de dois anos, livrando dele o pescoço de todos os povos”.
Deus, no entanto, dirigiu a palavra a Jeremias que precisou anunciar a Ananias: “Quebraste um jugo de madeira, mas em seu lugar farás um de ferro. Pus um jugo de ferro sobre o pescoço de todas as nações para servirem Nabucodonosor, rei da Babilônia, e lhe serão de fato submissas”. Deus desacreditou a profecia de Ananias: “Ouve, Ananias, não foste enviado pelo Senhor e, contudo, fizeste este povo confiar em mentiras”.
Ananias não profetizou “em proporção com a fé recebida”, ou seja, em vez de anunciar a palavra de Deus, ele disseminou as suas próprias ideias e opiniões. Essa regra de São Paulo é muito atual e preciosa para nós. Antes de querer pôr na boca de Deus palavras que Ele não quer, é preciso receber a palavra de Deus e profetizar “em proporção com a fé recebida”. É preciso que não ultrapassemos os limites da graça recebida. Divulgar as próprias ideias como se elas fossem profecia divina, em vez de edificar a Igreja e os cristãos os destrói.